Louder Than Words (Criminal Minds - Spencer Reid)

Fiquem longe disso

POV Madson Brown

O desespero toma conta do meu corpo.

Mal conseguia olhar a foto com clareza, meu corpo tremia, meu estomago revirava, e tinha quase certeza que minha pressão tinha abaixado, o tamanho do colapso que meu corpo se encontrava. Eu estava desesperada.

E Longe.

Se eu estivesse em Quântico, correria o mais rápido possível até a casa do meu irmão ou em qualquer outro lugar que minha sobrinha estivesse, mas eu estava em Boston. Horas de distância, mesmo de avião.

Minha nossa!

A beira de começar a chorar compulsivamente, procuro meu irmão na lista de contatos. Precisava saber se estava tudo bem. Tinha que estar.

Dois toques, ele me atende.

- Mady! - ele diz alegre do outro lado.

- Oi - tento me controlar, e fingir uma voz alegre também.

- O que devo a honra da sua ligação? Não me diga que está ligando para desmarcar nosso jantar? - ele começa brincalhão - Da outra vez você fez o mesmo, e me prometeu que não iria mais ter cancelamentos.

- Jantar? - pergunto confusa. Nem lembrava disso e não me importava.

- É, já esqueceu? É hoje a noite.

- Droga - exclamo.

Oliver e eu eramos irmãos gêmeos, embora não muito parecidos fisicamente, eramos muito parecidos no resto. Inclusive nos traumas. Mas isso era irrelevante agora.

Acontece que temos um trato, uma vez no mês nos reuníamos para um jantar entre irmãos. Às vezes, minha cunhada e minha sobrinha também participavam, mas no geral, eramos só nós dois, uma pizza, algumas cervejas ou uma taça de vinho, falando sobre a vida. Passado, presente e futuro. Depois de tudo o que passamos, aquele momento entre irmão era essencial para não enlouquecer. Era nosso tratamento.

Mês passado eu não pude ir devido a um congresso. E esse mês...

- Estou em Boston - falo como um pedido de desculpas.

- Está cada vez mais difícil te encontrar maninha - ele diz.

- Eu sei, desculpa - falo com os dedos nas têmporas.

Não era por isso que eu estava ligando, precisava focar.

- Como estão as coisas por aí? A Karen e a Emma? Faz quase dois meses que não vejo a Emma, será que ela se lembra de mim? Ela ta bem? - faço várias perguntas.

Ele ri do outro lado.

- Aqui está tudo bem. Elas estão ótimas. Emma está cada vez mais esperta. E se lembra de você, mas se está com culpa, deveria passar aqui mais vezes, só para garantir que ela não vai esquecer da tia favorita dela.

- Eu sou a única.

- Foi o que eu disse, a favorita - ele brinca.

- Vocês estão em casa? - precisava saber se aquela foto tinha sido tirada hoje ou outro dia.

- Não, viemos dar um passeio com a Emma. Estamos no parque aqui perto de casa, ela está brincando no parquinho - meu coração dispara - A Karen está ajudando ela a subir no escorregador. Esperai aí, vou te mandar uma foto.

Assim que recebo, a primeira coisa que vejo é se a roupa que a Emma usava era a mesma que na foto que recebi mais cedo. Era. O lugar era o mesmo também. Tentei focar em volta, para ver se tinha alguma pessoa estranha, nada.

- Chegou? - meu irmão pergunta do outro lado, me tirando do transe.

- Sim - respondo, ainda analisando a foto - A Emma está enorme - comento.