12.

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Tendo o convite feito por uma Morticia esperançosa e animada, no dia seguinte Eugene e Tyler visitaram a casa dos Addams. Ficaram cerca de dez minutos enrolando no andar debaixo até Wednesday coincidentemente descer, surpreendendo-se.

— Pensei que chegariam apenas às cinco —Disse depois de olhar o relógio digital na sala de estar, que marcava três e vinte da tarde.

— Só a Enid pode fazer surpresas agora?

— Bom, vocês me pegaram desprevenida quando estava prestes a sair.

Eles arquearam as sobrancelhas e se estreolharam, incrédulos.

— Sair? Pra onde? Se quiser contar, claro.

Wednesday até poderia responder, mas isso significaria admitir em voz alta os esforços que tem feito por Enid e os motivos, então achou que seria mais interessante que eles vissem. Ou seja, ela apenas saiu andando em direção à varanda e lá estava Enid, há poucos metros de distância.

— Cara, a Enid é muito, muito linda —Eugene disse de repente e os outros dois olharam para ele.

— Tá gostando dela ou foi só um comentário aleatório? —Perguntou Tyler, aguçando a curiosidade da amiga também.

— Não a conheço muito, mas o Ajax fala bem e aquele dia no festival nós conversamos um pouquinho. Considere só um elogio, por enquanto.

Por enquanto. Por enquanto. As palavras soavam em eco pela mente de Wednesday, que começara a sentir um leve desconforto no que parecia... a sua traqueia? Talvez pela primeira vez, ela não sabia dizer.

— Por que vocês dois não vão conhecer o meu novo animal de estimação?

— O cachorro? —Eugene questionou olhando para Cherry.

— Primeiro, é uma cadela. Segundo, não. O Thing é um gato e está no meu quarto. Subam. Eu já vou.

Eles obedeceram, apesar de um tanto contrariados pela curiosidade esmagadora.

— Eram Tyler e Eugene? —Enid indagou da calçada, vendo-os apenas de relance.

— Vieram passar a tarde aqui —Wednesday informou e andou até ela.

— Fico feliz que estejam se aproximando de novo. Enfim, divirta-se! Até depois.

— Por quê? Eu vou com você —Assegurou, como se fosse a decisão mais óbvia do mundo.

— Realmente quer largar os seus amigos lá só pra vir caminhar comigo?

— Você está trabalhando e em menor número —Justificou com as primeiras coisas que vieram em sua mente. Não eram necessariamente mentiras, apenas não o ponto principal— Sem mais perguntas sobre. Como as coisas estão na sua casa?

— Hoje tá sendo bem tranquilo. Meus irmãos estão bem, meu pai como sempre trabalhando e minha mãe tá até que calma. Assistiu televisão quase o dia todo na sala de estar e não gritou com ninguém.

— Eu estive falando com os meus pais sobre a sua situação. Chegamos à conclusão evidente de que deveriam interna-la. Pode parecer horrível o que eu vou dizer mas aliviaria bastante a rotina de vocês. E, querendo ou não, seria melhor para ela também, por conta da supervisão médica adequada.

— Agradeço pela preocupação e concordo, mas precisamos de avaliações psicológicas pra alegar necessidade.

— Então sabiam e informaram-se sobre o que fazer —Concluiu, e estava certa, mas Enid permaneceu quieta— Por que esperar?

— No começo foi certa negação do meu pai, mas depois vimos que essas avaliações têm um preço que fica mais alto quando é preciso solicitar um profissional em casa porque a paciente se recusa a ir por conta própria.

Caminhar • WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora