Eu Explodi (Contos_H)

Habib

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Me desejem sorte! 💖

Faruk: Princesa Khadja Samia Al-Abdullah-o homem anunciou para todos no salão e eu caminhei pelo tapete até estar próxima das grandes almofadas de descanso.

O cheiro de incenso, chá e comida invadiu meu nariz em uma pancada, conhecendo meu pai e levando em conta os aromas, imaginei que fosse uma reunião leve, relaxando meus ombros aliviada por não ser outro pretendente contando dotes.

Eu: mandou me chamar, papai?-ergui a cabeça, notando o homem com meu pai. Ele era alto e parecia forte, se vestia de forma luxuosa, mas não tão extravagante como os outros ricos da cidade, os olhos bem marcados pelo lápis preto o deixavam felino e o keffiyeh bem preso dava um ar sério.

Os dois se levantaram pelos modos e eu me aproximei cuidadosa, tentando não encadar descaradamente o convidado.

Pai: quero que conheça alguém.-espalmou a mão no ombro do outro.-este é Hakim Al-Abdullah, meu irmão caçula de quem tanto falei.-meus olhos dobraram de tamanho em questão de segundos.

Eu: é um prazer conhecê-lo.-me inclinei ligeiramente.

Hakim: o prazer é todo meu.-retribuiu da mesma forma.

Pai: sente-se.-ordenou.-estávamos pondo o assunto em dia e imaginei que minha querida filha curiosa gostaria de ouvir um pouco.-brincou.

A verdade é que ele me desejava sob seus olhos para não criar confusões, não hoje. Eles voltaram a se sentar e eu me ajoelhei próxima da mesa, servindo as xícaras de chá com cuidado.

Pai: realmente vai me dizer que vive no deserto? Ora, Hakim... você é um príncipe.-apontou com certa frustração.

Hakim: gosto da caravana! Viajo para vários lugares, abro minha tenda e aproveito um bom arak.-explicou satisfeito.-sou completamente livre.

Pai: te falta uma mulher para amar.-insistiu.-uma mulher faz bem para o coração um homem.

Hakim: você devia escrever livros de romance, ou se tornar casamenteiro, Muhammad.-deu risada.

Pai: não, apenas a experiência com Khadja já está sendo estressante o suficiente.-os dois me olharam.

Eu: sou uma princesa, não preciso de nada do que eles têm a oferecer.-respondi.-não vejo motivo para casar com um homem que não me ame cegamente.-papai revirou os olhos.

Hakim: tenho certeza não não deve ser tão difícil encontrar um homem assim.-seus olhos me deixavam desconcertada.

Eu: engano seu!

Hakim: poderia levá-la em uma viagem, conheço bons homens na cidade vizinha.-falou sem desviar de mim, mas no fim se voltou ao meu pai, que arregalou os olhos surpreso.

Pai: Khadja.-ditou ainda perplexo.-pode ir para o seu quarto!

《》《》《》

Mesmo deixando que eu fosse, meu pai arrumou maneiras de me manter em sua bolha, longe do maravilhoso mundo em minha volta. Lá estava eu, sobre a estrutura de madeira para passeios, o tecidos formavam uma pequena tenda, onde eu era mantida com a pouca iluminação que entrava em algumas frestas e o balando do caminhar do dromedário.

Já havia perdido a conta de quantas vezes retoquei meu lápis de olho pelo tédio, tirando breves cochilos e voltado a ouvir a conversa dos mercadores enquanto acabava com mais um cantil. Ele se divertiam comentando sobre meu dote, todas as riquezas levadas apenas para convencer um homem a se casar com uma mulher "difícil" como eu; suas palavras eram mais grosseira, com apelidos que ofenderiam boas moças, mas para mim era divertido saber como me viam.