Diga os nomes

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Após meses abandonado em seu guarda-roupa, Tzuyu decidiu finalmente vestir o moletom da Hall Pries University. E para usar aquele moletom horroroso, a Chou precisaria de motivos plausíveis.

Sobre os fios castanhos estava o capuz acinzentado, de modo que pudesse esconder sua verdadeira identidade. Andava disfarçadamente pelo pátio mais sombrio da faculdade naquela manhã, e os óculos escuros no rosto lhe davam um ar de mistério inigualável, ou quase isso.

Parou ao ver uma turminha de alunos saindo de dentro do pequeno e calorento quartinho ao fim do pátio, localizado estrategicamente abaixo da rampa que levava á biblioteca. Tzuyu aproximou-se o suficiente, e então adentrou o local.

Atrás da mesa estava a garota mais inexpressiva de toda a faculdade, digitando freneticamente em seu notebook verde. Tzuyu deduziu que aquele era de fato um negócio lucrativo, algo a se pensar caso nada desse certo em sua vida.

— Preciso de informações — Tzuyu falou sem rodeios, olhando para os lados, certificando-se de que ninguém estava a observando. — Indicaram o seu serviço e disseram que é rápido.

— Entrego em três dias — a morena do outro lado garantiu.

— Sério? — Tzuyu sorriu largamente ao ouvi-la. — Isso é perfeito!

— É só me passar o nome do seu alvo.

— Espera, espera, espera. Como assim alvo

— Você sabe o que eu faço, não sabe? — Dahyun estreitou os olhos imediatamente.

— Claro que eu sei. Mas chamar de alvo é um pouquinho exagerado, você não concorda?

— Eu roubo informações confidenciais do arquivo da faculdade e vendo nos corredores, portanto, são alvos.

— Isso é tão errado.

— Você quer o serviço ou dar uma aula de ética? — a Kim indagou.

— Quero o serviço. Nem sou boa em ética. Também não sou ruim a ponto de repetir a matéria. Enfim, não preciso de informações tão secretas, apenas coisas básicas.

— Diga os nomes.

— Im Nayeon, Hirai Momo e Lee Taemin.

Enquanto Tzuyu aguardava, Kim Dahyun digitava os nomes em seu notebook. A Chou aproveitou para observar todos os desvirtuados que aguardavam do lado de fora. Nunca imaginou que tantas pessoas recorressem à Dahyun.

— Quer as informações para prejudicar essas pessoas? — Dahyun perguntou, desconfiada. — Se for isso, sem chance.

— Quê? Claro que não! Eu hein! — Tzuyu exclamou. — É uma cliente. Ela quer informações desses três babacas porque pretende sair com eles.

— Nesse caso, vou providenciar as informações básicas.

— Tudo bem, eu preciso saber do estilo musical preferido, hobbies, ex-namorados ou ex-namoradas, onde habitam, o que gostam de comer e o tipo ideal.

— Receberá em breve sua pasta — Dahyun assegurou. — Dinheiro, cartão ou cheque?

— Me mataria se eu pedisse para pagar apenas quando recebesse as informações?

— Está desconfiando de mim?

— Não, não, eu não. Só esqueci meu dinheiro na república mesmo.

— Recebo na entrega.

Tzuyu assentiu, e sem qualquer cerimônia virou-se em direção à porta, pronta para sair daquela deep web maluca da vida real. No entanto, antes mesmo de colocar seus pés para fora, lembrou-se de algo importantíssimo, virando-se novamente para Kim Dahyun.

— Aí, não que eu precise, claro! Mas você acha que consegue o gabarito da prova final de economia?

Ela tá TÃO na sua!Onde histórias criam vida. Descubra agora