Que tal no dia trinta e dois de março?

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Enquanto os alunos saíam da sala, Tzuyu pôde observar que boa parte deles ainda vestia a bendita camisa. Era surreal que as pessoas estivessem mesmo levando tudo aquilo a sério.

Ao passar por uma certa garota no extenso corredor, Chou Tzuyu observou com exatidão seu sorriso entusiasmado. Bem como a frase estampada na camisa azul e roxa: "Ela tá TÃO na sua!"

— Quando sai aquele beijinho com a Sana? — Mina perguntou. — Nós estamos esperando.

— Nós quem?

— Você sabe. Todo mundo sabe. — ela apontou para a própria camisa. — NÓS!

— Eu nunca fui boa com enigmas.

— Olha, o importante é que você e Sana deem o primeiro beijo em público. Quando vai ser esse momento épico?

— Que tal no dia trinta e dois de março? — Tzuyu sugeriu, deixando a menor pensativa. — Um dia perfeito para um beijão com a minha namorada gostosa na frente de quinhentas pessoas desocupadas.

— Parece perfeito! — a garota soltou uma risadinha anasalada, ainda mais desajeitada do que antes. — Mas espera, Zuzu. Eu estava pensando. Trinta e dois não existe.

Tzuyu apenas deixou dois tapinhas no ombro da menor, já rumando a sala que vigiara por quase dez minutos. Havia alguém que a Chou precisava urgentemente encontrar.

Ao adentrar a sala, já quase vazia após o sinal, Tzuyu aproximou-se da garota de longos cabelos castanhos. Estando diante dela, bateu os dedos contra a mesa, buscando ser notada.

A garota olhou desconfiada para sua esquerda, finalmente avistando a Chou.

— Posso ajudar?

— Pode! — Tzuyu exclamou. — Yoo Jeongyeon?

— Depende de quem pergunta. Você é da polícia?

— O quê? — Tzuyu estreitou os olhos. — Você tem passagem, é?

— Foi uma brincadeira. Desculpe, eu não tenho senso de humor.

— Tudo bem... — a suposta namorada de Sana a tranquilizou. — Preciso de um serviço.

— Como assim?

— Soube que você é uma excelente atriz.

— Eu faço o que posso. — Jeongyeon mostrou um sorriso tímido.

— Me chamo Tzu...

— Eu sei quem é você.

— Sabe? — a Chou questionou confusa, ainda se espantava com aquela misteriosa e repentina fama. — Ontem na cafeteria, eu presumo.

— Na verdade, não. — Yoo Jeongyeon fechou o caderno, jogando-o dentro de sua mochila. — E então, o que você quer?

— Eu preciso que seja a melhor atriz que puder ser em uma situação. Eu pago bem. Juro.

— Qual situação?

— Você deve saber sobre Sana e eu. Estamos passando por uma fase difícil e ela acabou se aproximando daquela metidinha arrogante da turma de Medicina, vulgo Im Nayeon — Tzuyu explicou. — Quero que Sana se afaste dela. Preciso que você seja mais uma das ex-namoradas traídas que vai ressurgir das cinzas para contar a verdade sobre Nayeon para a Minatozaki.

— Você quer que eu minta?

— Quero que você atue. Estou apenas protegendo a minha Sana. Depois que a Nayeon conseguir destruir o coraçãozinho inocente da Minatozaki, ela vai transformar isso em um circo e cancelar a pobrezinha na internet como fez com todas as outras.

— Tudo bem, me convenceu.

— Você é maravilhosa! Quanto eu devo?

— Nada. — Yoo Jeongyeon sorriu, levando seus dedos ao fecho do moletom, logo o arrastando para baixo, deixando visível sua escandalosa camisa azul e roxa. — Vou fazer isso por vocês.

Ela tá TÃO na sua!Onde histórias criam vida. Descubra agora