Capítulo 16 - Virada de ano (Parte 2)

110 7 32
                                    

Atlas estava quase lá. Sentia o ápice de seu prazer chegar e estourar dentro do puma ao qual estava penetrando. Os meses foram estressantes, longe de sua esposa e filha, com as bolas cheias de esperma prontas para despejarem dentro do íntimo de alguém. Era isso o que o leão-de-Atlas fazia agora: despejava seu leite dentro de um íntimo. Um íntimo masculino.

O macho da vez com quem se relacionava agora era um puma e a cauda do felino recém-conhecido estava erguida no formato de gancho, apreciando o momento.

Os braços fortes e musculosos do grande leão envolveram o felino menor, que o lembrou de outro corpo com o qual se relacionou: uma raposa. Seu corpo queria o toque daquele corpo, tanto, que ao sentir o puma, ajustou-se como se fosse receber o raposino.

De olhos fechados, o que tinha em mente era Roberto; aquele corpo pequeno sendo consumido pelo seu ao passo em que queria ser consumido. Apesar do corpo que consumia agora ser menor que o seu, conseguia perceber a diferença de que aquele não era o corpo com quem desejava. No entanto, suas bolas pulsavam em vontade de despejar o leite que acumulavam durante a semana.

O puma que estava abraçando diante si, sentado sobre seu pênis, que o penetrava e expelia leite de leão, foi encontrado em uma casa de suor na cidade em que estava trabalhando.

Para entender-se o que está acontecido aqui, é necessário voltarmos — e muito.

Quando recebeu as mensagens de Roberto e o visitou, se comunicavam para manter o contato. No entanto, como ainda morava consideravelmente perto, era possível visita-lo.

Com o seu pai fazendo uma viagem até o rio na cidade em que o jovem trabalhava, foi a oportunidade perfeita para revê-lo. Matar a saudade que sentia daquele raposino, daquela boca... daquele corpo. Ao sentir finalmente o toque do corpo dele no seu, foi como se um ímã em seu corpo o puxasse para o corpo e ele quisesse o raposino cada vez mais.

Viajar com parentes foi sua chance e também a estaca em seu peito. Se eles estivessem sozinhos, teria a chance de consumar o raposino como fizera outras vezes. Ter o coração aquecido por uma coisa que os dois descobriram juntos.

No entanto, teve que se contentar com o que a situação lhe ofereceu. Por outro lado, se soubesse que essa teria sido a sua chance, não teria a desperdiçado. Não teria se preocupado com seus parentes, nem os amigos. Teria... agora era tarde demais para "eu teria feito" ou "eu poderia fazer". Estava longe até de sua esposa e sua filha.

Teve a escolha de recusar, no entanto, o valor de sua promoção era boa demais para ser recusada. Além disso, com o dinheiro a mais, daria um futuro próspero à sua filha.

Assumir o trabalho de gerente em uma filial nova, em uma nova cidade, com pessoa novo, lhe rendeu meses de trabalho extra. Por vezes quis largar tudo e voltar para casa, para o colo de sua esposa e os braços de sua filha, contudo, elas dependiam de seu trabalho.

Seus pais ligaram várias vezes quando iam tomar banho de rio e levavam seu amigo raposa junto. Sentiu inveja deles estarem com seu amigo e ele próprio ficou ali, preso ao trabalho, revisando toneladas de documentos.

Quando houve erros nos dados, foi ele quem precisou corrigir. Logicamente, não fez o trabalho sozinho. Devolveu os erros a quem os cometeu para que pudesse corrigir e depois revisava os dados novamente para ter certeza de que estavam corretos.

Nesse tempo, recebia ligações de sua esposa e conversava por horas com ela. Depois de ver Roberto, conversava por um tempo com seu macho favorito. Além de conversar com seus pais. Contudo, a carga de trabalho o obrigou a escolher entre manter a comunicação ou manter os dados em dia. E isso fez com que a comunicação com as pessoas que amava diminuísse a ponto de não se comunicar mais com eles.

Coração Quente (Volume 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora