Capítulo 3 - Surpresas

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Julieta ajudou-o a manter a mente ocupada. Além disso, também o obrigou a ir a uma academia para manter o corpo em forma. Concordou para manter a mente ocupada.

Descobriu que seu corpo necessitava ser exercitado ao levantar os aparelhos. Sentiu-os mais pesados do que se lembrava. Seus músculos doíam ao final dos treinos e era o indicativo de que estava fazendo tudo certo.

Demorou um tempo até que seu corpo se acostumasse com os pesos que levantava. Seus músculos tornaram a ficar firmes como antes.

Ao voltar para casa e mostrar os resultados para a sua namorada, ela brincava e dizia que só faltava a barriga, contudo, era o que lhe conferia o charme. Apesar de não possuir os famosos gominhos na barriga, também não era gordo apenas por sua barriga ser larga e ligeiramente cheia.

No trabalho, notaram sua preocupação com algo quando se distraiu com alguns números ao lançar os dados dos clientes.

Precisou ligar para seu primo para saber sobre Roberto e obteve mais dúvidas do que respostas. Seu amigo não havia acordado no dia seguinte depois que fora embora, e nem no outro, e nem no outro. Foram seis dias em estado de dormência, o que lhe conferiu ligeiro atrofiamento dos membros e necessidade de reabilitação. Por recomendação de seu primo, não o visitou — apesar de que seus instintos lhe diziam que deveria ir mesmo quebrando as recomendações. Se obedecesse aos seus instintos... conteve-se e ligou para seu primo e ele respondia sempre que possível. Para facilitar, pediu o número do hospital, contudo, seu primo o aconselhou a não fazer isso.

Soube apenas que Roberto continuava se recuperando com a fisioterapia e estava quase completamente bem. Pensou em fazer-lhe uma visita surpresa.

O coração estava quase saindo pela boca, mas o risco valia à pena. Pensou nas várias desculpas que poderia dar como motivo de ir lá.

Estacionou o carro, desceu dele e trancou-o. Andou até a recepção e foi onde seu coração parou. Sua felicidade ruiu. Roberto não estava mais no hospital fazia dois dias. A raposa voltou para casa.

O primeiro pensamento de Atlas foi o de correr para o carro e ir até a casa da raposa naquela cidade. Contudo, a vibração em sua coxa fez sua mão correr até o bolso da calça e puxar o celular guardado. Levou-o ao ouvido e escutou a voz de seu primo ofegante e com o volume um oitavo mais alto.

— Você perdeu a cabeça? — questionou.

— Foi só uma visita, poxa — defendeu-se. — Faz quase um mês desde a última vez. É um tempo muito longo para alguém achar que tem alguma coisa, não acha?

Ouviu um grande bufar do outro lado.

— Certo! Uma visita! Só que se você tivesse me comunicado antes...

— Você estava sempre ocupado! — acusou Atlas.

— ... eu teria te avisado que ele já não está mais no hospital — completou, ignorando a interrupção de Atlas. — Agora, ele está em casa e eu não recomendo nenhum pouco você ir lá.

— O que eu faço, então?

Nada! — respondeu. — É o melhor a se fazer. Sai daí o quanto antes — pediu.

— E o processo? Qual foi o resultado?

— Deu como encerrado — revelou. — Sua raposa é inocente. Mas o pai dele abriu outro processo e a família ficou na merda. Ninguém está feliz, não.

— O médico avisou que o pai dele coletou sangue.

— O pai dele não é pai biológico — houve silêncio por um longo tempo. — O teste deu negativo e o juiz acatou. Eles coletaram sangue do pai biológico e, de alguma forma, trocaram a etiqueta. Esse novo teve acompanhamento do juiz e do perito. Quando confirmaram que deu negativo, a raposa abriu processo contra a família.

Coração Quente (Volume 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora