Capítulo 17 - A proposta

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No primeiro dia do ano, Thomas apareceu na porta da casa de Alex e perguntou por Roberto. Foi um susto para o lobo encontrar um leão à porta, mas o interesse do lupino era o raposino.

Roberto acordou com as cutucadas de Alex que o avisou da chegada do namorado lupino. O raposino foi até a porta e o lupino pediu para que arrumasse as malas para irem até a casa dele. A oferta fora feita há muito tempo, no entanto, recebendo agora novamente, e de fora tão imediata, não conseguiu pensar se deveria ir ou não.

Pegou a mochila que ganhou de Atlas, foi até o armário, pegou suas roupas e avisou ao leão que ligaria quando voltasse. Alex acenou com a cabeça e disse "boa viagem!" seguido de "transe bastante", o que deixou os dois machos corados de vergonha.

Quem dirigiu o carro foi o pai de Thomas e os levou para a casa deles, que era a duas cidades da capital e três de onde estavam. Os rapazes conversaram sobre filmes e séries que assistiram, como faziam boa parte tempo em que estavam juntos — além de estarem dentro um do outro, mas isso era do interesse pessoal deles —, enquanto o carro seguiu por horas pela estrada até ficar mais lento em uma estrada de terra batida e o lobo filho se animou, avisando à raposa que estavam chegando em casa.

O veículo parou diante do portão alto de grades de ferro. Pelas grades, Roberto ficou admirado com a casa alta em que viviam. Devem ser ricos, pensou a raposa.

— Eu moro na casona do fundo — informou o lobo.

Roberto ficou com os olhos arregalados e a boca aberta de surpresa para o divertimento dos lobos. A mãe loba saiu pela porta de entrada e foi até o portão, abriu-o para o pai entrar com o carro e fechou-o em seguida.

O pai estacionou o carro logo abaixo da cobertura da garagem aberta. Ao fundo, Roberto viu outra casa, mais simples, apesar de também possuir dois andares, possuía uma quantia menor de cômodos.

Adentraram pela sala da casa dos pais, onde Roberto deixou sua mochila no chão ao lado do sofá branco. A surpresa da raposa divertia os lobos. O ambiente era espaçoso, amplo, alto, limpo e com poucos móveis, o que dava a impressão do ambiente ser muito maior do que era.

A sala e a cozinha eram divididas por uma mureta que estava decorada com plantas pequenas em potinhos. Os três machos lamberam os beiços ao sentirem o cheiro do almoço e as barrigas roncaram, denunciando o desejo de seus corpos.

Os quatro canídeos foram para a cozinha, que era bem menos espaçosa que a sala, e sentaram-se na mesa circular, onde os pratos estavam distribuídos aos respectivos lugares, bastando apenas servirem-se com a comida que se encontrava nas panelas colocadas ao centro da mesa.

A comida estava quente e eles se serviram, se deliciaram e comentaram sobre o fim de ano. Como fora, o que fizeram, com quem fizeram... Roberto ficou tímido em contar. Não queria contar que teve uma discussão com seu avó, por isso, limitou-se apenas a dizer que houve um desentendimento que o fez voltar para a casa onde morava com o leão, onde os dois comemoraram a virada de ano sozinhos.

Depois de almoçarem, ajudaram a mãe de Thomas a lavar a louça, deixando-a feliz por deixarem tudo limpo. Em seguida, Roberto pegou sua mochila na sala e acompanhou Thomas até a casa dos fundos — que era a dele.

A sala era comprida, com uma televisão grande de um lado, apoiada em uma mesa larga, e um sofá comprido do outro. Na lateral, o que parecia ser um corredor mostrou-se ser uma escada que dava para o quarto no alto.

A cama grande de casal ainda desarrumada, como se tivesse saído com pressa para ir buscar alguém. A escrivaninha larga, com alguns livros empilhados de um lado, aa tela desligada do computador no meio, com o gabinete eletrônico logo abaixo.

Coração Quente (Volume 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora