Capítulo 26 - Separação

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Ao retornar para dentro da casa, Atlas ligou para sua esposa desesperadamente, contudo, sem resultado de resposta. Ela não respondeu de volta suas ligações. Mesmo sabendo que ela já sabia de seu segredo com outro macho, recusou a acreditar que fosse verdade.

Ele abriu o aplicativo de mensagens e não encontrou mensagens novas. Ao enviar mensagens, percebeu que as mesmas não eram respondidas e nem mesmo lidas.

Entrou no banheiro, abriu o chuveiro e limpou-se de toda a lambança que cometeu com o puma. Sentiu todo o seu pelo colado, com o cheiro fedido de sexo grudado em seu corpo como se fosse lama. A pele ficou enrugada pelo tempo em que seu corpo ficou sob a água que saía do chuveiro. Limpou-se desesperadamente com pressa rápida, ofegante e ansioso para ficar limpo, mas sabão e shampoo algum tirariam dele a sujeira da traição que cometeu e, em breve, ficaria exposto para todo mundo ver, estaria nu para a sociedade.

O puma olhava confuso para o leão que caminhava pela casa, arrumando coisas enquanto se vestia. Ao questionar o leão-de-Atlas, Tiago recebeu um rugido amedrontador que o fez vestir-se o melhor que conseguiu em seus poucos segundos, pegar suas coisas e sair da casa de Atlas, com pressa.

Atlas trancou tudo quando saiu de casa, esquecendo-se apenas das luzes acesas. Entrou no carro e dirigiu até sua antiga casa o mais rápido que o veículo permitia, quase provocando um acidente aqui e outro ali.

Chegou mais rápido em sua antiga casa mais rápido do que esperava. Talvez tenha passado pelo carro de sua esposa quando estava dirigindo, pois as luzes da casa não estavam acesas. Parou o carro em frente à casa, desligou-o e saiu. Correu até o portão, levou apressadamente a mão ao bolso da calça, puxando as chaves de lá de dentro. Abriu o portão e a porta da sala, ligou as luzes. As coisas ainda estavam lá, exceto sua esposa e sua filha.

Atlas estava com o coração acelerado, a respiração ofegante e o pelo úmido de suor pelo desespero em perde-las. Onde estavam? Pegou o celular do bolso e ligou novamente para sua esposa, onde o toque do celular perdurou até cair na caixa postal.

Ligou para a mãe de Julieta, que quis saber, preocupada, o motivo da ligação de Atlas. O macho apenas respondeu que foi para casa para fazer uma surpresa para a esposa e não a encontrou.

— Ela não está aqui, mas irei ligar para ela — falou a mãe em tom urgente e desligou o telefone.

O macho esperou um longo tempo até voltar a ligar para a sogra, que atendeu a ligação com a voz mais calma e informou que não teve retorno das ligações que fez à Julieta.

Ao término da ligação, Atlas deixou que as lágrimas escorressem por seu rosto e soluçou como uma criança ao refletir no que fez com sua vida, com a vida de sua esposa, com a vida de sua filha, com o futuro de sua família. Destruiu tudo por uma paixão que nunca seria correspondida — nunca foi correspondida da forma que deveria. Ele mesmo havia forçado para que tudo funcionasse, mas quis acreditar que nada estava errado.

Caminhou até o quarto de sua filha, ficou diante do guarda-roupa e puxou a caixa onde estavam os pertences de Roberto: algumas roupas, o computador velho e um celular velho., além de alguns fios para carregar os aparelhos eletrônicos. Lembrou-se dos bons momentos que teve com Roberto quando era apenas o seu simples amigo sem nenhum interesse sexual. Era uma época boa em que eles apenas jogavam, falavam besteira e jogavam RPG. O que sobrou de tudo o que tinha? Apenas uma dor no peito, um coração partido e um rosto cheio de lágrimas por perder os maiores amores que teve na vida.

Quando uma luz brilhou nas janelas de sua casa, seu coração brilhou esperançoso de ser a sua esposa e sua filha Nina, no entanto, era apenas a sua irmã.

Eles se abraçaram e foram até a cozinha, sentaram-se à mesa e beberam água.

— Irmão, o que aconteceu? — quis saber a irmã, olhando-o com seriedade e preocupação.

Coração Quente (Volume 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora