16, Tom.

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Acordei com Ella deitada em meu peito, sua caixa torácica subia e descia calmamente, seu rosto transparecia um leve cansaço, era bem aparente por conta de suas olheiras. Talvez o dia anterior tenha deixado ela mais exausta que o normal.

Ella não sabia a dimensão dos meus sentimentos por ela, na verdade, nem eu sabia, deve ser exatamente por isso que eu estava fadado a falhar constantemente com minha ruivinha. Emoções por pessoas que não fossem Bill, Gustav e Georg, não existiam dentro de mim, e isso era um problema.

Eu não tinha certeza alguma do que sentia por essa garota, a complicação que era amar alguém, me dava nos nervos. Amar alguém por uma noite, seu corpo e sua alma, mas no dia seguinte só deixar no passado, mas em um passado bom, era o meu lema.

Eu sofri por anos, tinha problemas com um pai abusador que dedicou anos da sua vida para foder minha mente e de Bill, e problemas no início de nossa carreira, eu não sei qual era o tipo de ódio que nutriam sobre quatro garotos com talento, mas eram profissionais em propagar ódio por nós.

Fiquei por alguns minutos a encarando dormir, se parecia com um anjo, mas quando sentava por cima de mim, parecia um anjo caído que foi diretamente para o inferno. Passei meus dedos por suas madeixas alaranjadas, logo em seguida meus olhos passearam por seu corpo, como era perfeita, quase todos os detalhes, eu acho que posso tomá-la como minha por agora.

A garota foi abrindo os olhos aos poucos, depois de alguns minutos despertando, ela finalmente me encarou e abriu um leve sorriso, aí estava, o sorriso mais lindo que eu tenho admirado por dias. Não me contenho e sorrio em resposta.

─ Dormiu bem? ─ Perguntei e ela fez que sim com sua cabeça. ─ Vamos comer alguma coisa. ─ Me levantei puxando a mesma para o banheiro, escovar os dentes antes e lavar o rosto era essencial para uma manhã menos preguiçosa.

Fizemos tudo que precisava e caminhamos em direção à cozinha, fiz um sanduíche e ela sorriu em resposta, acordou sorridente, será que minha presença causava isso nela? eu espero que sim, e sinceramente, eu esperava muito que sim.

─ Tom, 'tá com um cheirinho tão bom. ─ Se abaixou no prato e cheirou o sanduíche quando o coloquei em sua frente na mesa.

─ Eu cozinho bem, toco bem, e sou lindo. ─ Ela levantou os olhos e os revirou, era um defeito ser um pouco convencido, mas qual é, não é mentira. ─ Vou fazer um chá pra você. ─ Me virei para procurar nos armários.

─ Qual o problema de vocês com chá? vocês vivem me dando chá. ─ Me virei e fiz uma cara de confuso, eu nunca havia oferecido chá para Ella. ─ Bill fez chá pra mim as duas vez em que estive na sua casa. ─ Sorriu de canto e me encarou.

─ Ok, você não quer chá, então? ─ Perguntei caminhando até perto dela, deixando um beijo em sua testa.

─ Pelo contrário, eu prefiro chá do que café, mas é meio inacreditável vocês saberem disso. ─ Riu assim que acabou de falar e eu fiz o mesmo enquanto me afastava e preparava seu chá.

Servi tudo para que ela se alimentasse bem e ficasse menos cansada para ver sua mãe mais tarde, depois tomamos um banho, acabamos enrolando demais na cama, era muito difícil não admirar seu corpo muito de perto quando estava completamente sem roupa.

Ella me pediu que a levasse no hospital para ver sua mãe, e aqui estávamos nós, indo até seu quarto novamente. No dia anterior, eu não consegui me mover, não consegui falar, mas eu deseja do fundo do coração que ela não tivesse que estar em cima daquela maca hospitalar.

Entramos no quarto e a garota logo correu para o abraço da mãe, que aparentava muito melhor. Duas cabeleiras ruivas em minha frente, tinham uma sutileza quando se tratava de diferença, a Sra. Mallmann parecia uma versão um pouco mais velha de Ella, ambas estonteamente bonitas.

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