2.1, Ella.

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Los Angeles, 10 de setembro de 2007.
Dois anos atrás.

Me levantei da cama de Tom após ter dormido por pelo menos 4 horas de sono daquela madrugada. Fui até sua janela e abri lentamente, não queria acordá-lo, não agora. Acendi um cigarro e observei a chuva que se formava nas nuvens, eu podia sentir o cheirinho da tempestade chegando, e isso me ajudou a manter a calma na hora de minha decisão.

Cada trago que eu dava naquele cigarro, eu ficava mais confiante da minha ida embora, Tom não me faria feliz e se eu continuasse aqui, a tortura seria eterna, e eu precisava encontrar paz. Ele ainda vai se apaixonar novamente, vai trazer um colorido para vida de alguém assim como trouxe para minha.

Eu ainda tinha uma casa fora do País, minha mãe já era grandinha, e eu muito mais, nós duas poderíamos manter contato sempre, agora que ela havia pegado sua alta do hospital ficaria bem, teria Elizabeth e Izzy para a visitar.

Caminhei até a beirada da cama e me sentei perto do corpo de Tom, deslizei meus dedos por seu rosto por alguns segundos notando o quanto ele era lindo, e o quanto meu coração nunca pararia de doer por saber que vamos nos separar mais uma vez e talvez para sempre, não creio que o destino vai nos unir novamente como agora, termos nos encontrado agora já foi algo maluco, nos encontrar de novo, seria insanidade.

Me abaixei e beijei a testa do garoto, me despedi mentalmente dele, não queria falar e ver ele acordando, caso ele abrisse aqueles olhinhos, eu não conseguiria deixar ele. Peguei minhas coisas e saí do quarto, trancando a porta com todo cuidado possível.

Passei pela cozinha e Billy estava acordado, desse Kaulitz eu não queria distância alguma, então entrei no cômodo e me sentei ao seu lado na mesa, ele parecia tão abalado quanto eu, mas sempre que sorria, sua alegria disfarçava sua dor.

─ Bill, eu estou indo embora. ─ Peguei em uma de suas mãos e encarei o mesmo, que não mudou sua expressão.

─ Você volta pela manhã para ver ele? ─ Interrogou, acho que ele ainda não tinha entendido o que eu queria dizer para ele.

─ Não Billy, eu não vou embora para minha casa. ─ Soltei sua mão e me levantei. ─ Estou indo embora do País. ─ O olhei pela última vez e saí pela porta para chamar um táxi qualquer.

─ Ella, não faça isso.. ─ Se levantou abruptamente e veio atrás de mim. ─ Por favor, não vá.

Eu estava de costas para ele, com a mão na maçaneta pronta para abrir aquela porta e ir embora dali como um borrão que desaparece quando você pisca algumas vezes. Mas Bill era bom para mim e eu não queria que ele me odiasse.

─ Bill, se eu pudesse voltar no passado, naquele dia do parque e trocar você e seu irmão, eu teria o feito. ─ Me virei lentamente para ele que se encontrava parado a alguns metros de mim, poucos. ─ Eu teria escolhido você para amar, eu teria escolhido você um milhão de vezes, Bill.

Andei até ele e quando estava perto o suficiente colei nossos lábios.

Bill por alguns segundos não se moveu, mas seu corpo venceu sua mente e ele abraçou minha cintura retribuindo o beijo ferozmente, qualquer garota que beijasse ele ficaria louca. Sua boca era gelada, ao contrário da de Tom que era quente. Suas mãos se enroscaram no meu cabelo e ele me virou me pressionando na parede.

O beijo continou por alguns minutos e era um desejo infernal, mas não podíamos fazer mais do que isso, mas eu sentia que não estava errando. Encerramos e eu dei um último selinho em seu lábio, saí do seu agarre e caminhei novamente para porta.

─ Você ainda é meu amigo, certo? ─ Perguntei fazendo com que ele desce uma risadinha tímida.

─ Sempre. ─ Foi o suficiente para que nossa despedida acontecesse, saí por aquela porta e fui para minha casa resolver as coisas com minha mãe, para nunca mais voltar.



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