2.4, Ella.

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Tom me deixou em casa era quase 5h da manhã, então me dei ao luxo de faltar um dia na faculdade já que nunca havia feito isso. Eu estava feliz, mas parte de mim ainda sentia o medo florescendo em minhas veias, toda vez que Tom dizia algo sobre nós.

Talvez eu tenha desenvolvido um leve problema em me comunicar dessa forma, mas eu ainda sentia com a mesma intensidade de antes, só tinha o famoso receio de ser quebrada como fui, porque por mais que Tom tenha se tornado melhor, nunca mudamos alguns hábitos 100%.

Acordei por volta das 13h30 da tarde e ainda bem que meu trabalho não era tão longe do bairro onde eu morava, então me levantei e tomei um banho quente, bem quente por sinal, não é muito rencomendado banhos extremamente quentes, mas meu corpo estava pedindo.

Me troquei colocando uma calça jeans e uma blusa de lã preta, calcei os coturnos e estava pronta, praticamente. Eu queria muito mudar o cabelo, talvez cortar e deixar que ele fosse menor, ele já batia quase em minha cintura, e eu estava um pouco agoniada com seu comprimento.

Ignorei o problema com meu cabelo por hora e saí para o trabalho, o dia estava acinzentado e eu gostava muito, era aconchegante.

Há dois anos atrás eu estava tentando sacrificar tudo de mim para que pudesse ser feliz, e agora as coisas simplesmente se acertaram de uma forma rápida, eu estava satisfeita com tudo em minha vida, mas eu ainda amava Los Angeles, eu sentia que lá era meu lugar, era onde eu deveria estar e pensar assim, me entristecia, talvez um dia eu volte.

Quando percebi já estava na frente do café, Hannah limpava a vitrine, me mostrou a língua quando me viu e eu mostrei a minha como resposta, ela me lembrava Izzy. Seus cabelos eram roxos, pois é, Hannah tinha cabelo roxo e eu achava ele incrível. Também tinha um estilo punk, mas sua personalidade era moldada em ser uma completa maluca que defende seus direitos, e eu sentava quietinha para ouvir toda vez que ela começava a falar.

─ Fala alaranjada, faltou na faculdade hoje? ─ Como caralhos ela sabia? por acaso estava me perseguindo?

─ Anda me vigiando por aí, Uva azeda? ─ Ela riu com o apelido, e eu logo em seguida.

─ Tinha um cara te procurando por lá hoje, ele aparentava ter uns 30 anos. ─ Me lançou um olhar desconfiado. ─ O que você anda aprontando, em?

─ Ando desovando corpos para as pessoas que não tem capacidade. ─ Disse passando por ela falando em seu ouvido.

─ Você é maluca mesmo não é? ─ Gritou e eu gargalhei em resposta. ─ Por isso eu te amo.

─ Não tem como não me amar, docinho. ─ Lancei uma piscadela para a mesma que me deu o dedo do meio. ─ Ouch, doeu em meu coraçãozinho. ─ Coloquei as mãos no peito e encenei um tiro.

Trabalhamos por pelo menos uma hora desde que cheguei. Eu gostava dali, me sentia confortável atendendo os clientes, a maioria deles eram adolescentes ou adultos que buscavam um café para levar para o trabalho.

Quando de repente quatro pessoas passam pela porta de entrada, eu só noto que são quatro porque estava abaixada do lado da porta limpando algo que estava sujo.

─ Ella? ─ Conheço essa voz, inclino meu rosto para que possa olhar para cima e vejo Bill, Georg, Gustav e.. Tom.

─ Olá, o que vão querer? ─ Me levanto e vou para trás do balcão, talvez eu estivesse com um pouco de vergonha, não por ser atendente e sim por saber quem era.

─ Apenas quatro cafés tradicionais pretos e um misto quente. ─ Bill falou e se sentou em uma mesa ao lado de uma das janelas, os outros garotos o acompanharam.

Tom me olhou mais algumas vezes, mas eu não disse nada, talvez ele não queira mais nada, ou talvez eu só esteja paranoíca mesmo. Os pedidos ficaram prontos, pedi para que Hannah me ajudasse levá-los até a mesa.

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