17, Ella.

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A noite havia chegado, pela primeira vez em um tempo, eu me sentia bem comigo mesma e com a minha vida. Irônico não é? a pessoa mais importante da sua vida sofre um acidente e você diz que se sente feliz? Bom, ela está se recuperando, então isso que conta.

Tom disse que passaria ás 20h, então tratei de não me atrasar pois o show dava início as 21h30, creio que ele queria passar um tempo a mais comigo, e era de bom grado que isso acontecesse, até achei fofo.

Meu look estava impecável, o cabelo estava bem alisado, meu vestido preto de mangas longas e colado ao corpo dava destaque para minha cintura, meus coturnos de lei combinavam demais, arrisquei também por uma fenda preta de renda na coxa, eu estava em um nível diferente hoje.

Acontece que 20, 30, 35 minutos se passaram desde que eu havia combinado com Tommy, era 20h35. Decidi ligar para ele, mas esqueci que ainda não tinhamo os números um do outro, inferno!

Me lembrei que tinha o número de Bill, então não perdi tempo, disquei e liguei.

Oi, Ellaaaa. ─ Gritou do outro lado do telefone, eu adorava esse jeitinho dele, além de bonito, era completamentem fofo.

Oi, Billy.. combinei com o Tom de me buscar ás 20h, mas ele não apareceu ainda, sabe se ele ainda vai passar? ─ Mordi as pontas dos dedos pela ansiedade e depois me xinguei mentalmente pela dor que isso causou.

Ah.. ─ Um silêncio se instalou do outro lado da linha, me senti constrangida, será que ele se esqueceu de mim? ─ Você está pronta? vou mandar um carro te buscar, ok?

Tudo bem, Billy. ─ Me sentei na cadeira da cozinha passando a mão pelos meus cabelos. ─ Vou ficar em casa mesmo.

Ella, não posso sair daqui, se não eu mesmo te buscaria agora mesmo. ─ Sua voz soou autoritária, então apenas ouvi calada. ─ Um carro está indo te buscar, fique na frente de sua casa e me passe seu endereço por mensagem.

Não disse mais nada, apenas desliguei e mandei meu endereço escrito via sms pelo seu celular, ele respondeu com uma carinha e disse que jajá alguém chegaria. Peguei minha bolsa e fui para frente de casa, eu não me sentia bem, Tom havia se esquecido de mim. Horas atrás ele estava perfeito, agora ele simplesmente voltou a ser o famoso Tom de antes.

Um carro preto estacionou e um homem falou meu nome, eu confirmei e entrei dentro do automóvel. Fui até o show quieta, quando cheguei no lugar vi que era imenso, e no fundo, meu coração se encheu de felicidade por eles estarem se dando bem de verdade com seu sonho.

O segurança me levou até uma sala enorme fechada e lá encontrei Bill, que veio correndo em minha direção me abraçar. Eu jamais me incomodei com seu toque, mesmo hoje estando tão decepcionada como estou, tentei manter um semblante feliz.

─ Estava morrendo de saudades de você. ─ Me deu um beijo na testa e me levou para o meio da sala. ─ Ali tem água, comida e cigarros, se sinta em casa.

Me sentei em um sofá e acendi um cigarro, precisava acalmar meus nervos, Bill notou minha ansiedade pelo meu pé, que se mexia involuntáriamente sem parar, ele era realmente um observador nato. Acendeu um cigarro e se sentou do meu lado.

─ Eu aposto que ele se esqueceu, mas ele tem uma memória ruim e o dia foi exaustivo, creio que ele chegue em alguns minutos com os garotos, ok? ─ Fez um leve carinho em minha perna e eu aceitei de bom grado.

Bill tinha algo que me cativava, ele era atencioso, cuidava de mim e em um passe de mágica sabia que eu preferia chá do que café. Se eu não estivesse tão focada no babaca de seu irmão, ele seria uma opção bem viável.

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