Depois que Ella foi embora, Tom chorou em meu colo mais uma vez, como quando éramos mais novos e ele tinha perdido a garota pela primeira vez, bem, essa havia sido a segunda. Mas no fundo, ele entendeu que não podia fazê-la feliz naquele momento de sua vida.
A banda estava virando um sucesso mundial, estávamos rodeados de garotas, prêmios e shows. Mas no fundo, para ser o bastante, ele precisava da garota ao seu lado, talvez agora ele aprenda que amar não era para ser algo tão complicado, certo?
Sobre nós? não sei. Quando ela saiu por aquela porta depois daquele beijo que demos, eu não senti nada além de um conforto. Talvez uma forma errada de termos nos confortado naquele momento? Sim, mas foda-se. Nunca linguei também, e nunca deixei que Tom pegasse seu número em meu celular, se ela queria ser feliz, eu faria de tudo para que fosse.
Nossa amizade era linda, e eu amava a ruiva tanto quando Tom, mas de uma forma extremamente diferente, na verdade, eu não estava apaixonado por ninguém, mas tinha uma garota em minha cabeça. Nunca tentamos nada, mas eu queria ter o feito antes dela pensar que não havia chances comigo por ser famoso, isso era uma babaquice fodida.
Izzy era esplêndida. Ela era extrovertida, era inteligente, uma garota admirável, que me fazia tremer da cabeça aos pés quando chegava um pouco mais perto que o normal, e eu sentia falta do seu toque simpes em mim.
Conversávamos todos os dias, mas aos poucos ela foi esquecendo nossa conexão, talvez só eu tenha sentido? bom, não faço idéia, mas eu sinto falta da garota, sinto tanto que meu coração queima só de imaginar nunca mais ter contato com a mesma, eu poderia ter falado que a queria, mas deixei que fosse ser feliz, tinha medo de pecar com ela que nem Tom fez com Ella.
Viajamos para Lípsia para visitar alguns famíliares nessa data comemorativa que era o Natal. Eu gostava de passar um tempo com a minha mãe apenas, e agora me encontrava sentado em seu sofá assistindo alguma coisa na TV e bebendo qualquer coisa álcoolica que encontrei na geladeira.
Levo um susto quando a porta se abre e fecha com uma força um pouco bruta, corro para o corredor da entrada e vejo um Tom parado e respirando ofegantemente. Mas que merda?
─ Tom, o que aconteceu? ─ Deixei o copo de bebida acima da mesa que havia enconstada na parede.
─ Encontrei ela. ─ Meus pés congelaram no chão e eu pude ver que aquilo tinha abalado mesmo o garoto, fazia dois anos e ele ainda não conseguia esquecer.
─ Você.. falou com ela? ─ Droga, isso vai causar uma guerra mental nele.
─ Não, eu não consegui, o meu medo de só falar algo para ela e a machucar, foi muito maior. ─ Passou por mim e caminhou até a cozinha, eu segui o mesmo.
─ Você tem certeza que era ela? ─ Encarei o mesmo que tomava um copo de água.
─ Reconheceria aquela ruiva em qualquer lugar do mundo, Bill. ─ Colocou o copo na pia e foi para o quarto.
Eu poderia acreditar nele e continuar fazendo o que estava fazendo, ou simplesmente ir conferir se realmente era isso, se não era uma mera coincidência de Tom.
Coloquei um casaco e saí na rua, caminhei pela mesma fumando um cigarro, eu não tinha noção de qual era a casa de Ella, mas eu teria algum sinal. Andei até o começo da rua e meu coração foi ficando um pouco mais ansioso que o normal.
Ella estava sentada na varanda de sua casa fumando um cigarro e bebendo vinho. Me aproximei calmamente da casa e a garota ainda não tinha me visto, mas quando viu continou sentada, sua feição era de assustada.
─ Billy? ─ Disse após engolir o vinho que estava em sua boca.
─ Puta merda, é realmente você. ─ Parei em sua frente e fiquei a encarando, eu estava no primeiro degrau de baixo da escadinha de sua varanda, e ela no último de cima.
A garota se levantou e pulou em meu colo, me abraçando fortemente como se estivesse morrendo de saudades, eu retribuí o contato na mesma intensidade, eu senti tanta falta dela, senti falta de uma amiga como essa ruiva maluca.
─ Você não me ligou, você me abandonou. ─ Se soltou do meu abraço e seus olhos lacrimejavam, mas não era de tristeza.
─ Ella, eu sinto muito, eu pensei que se fosse até você de qualquer forma possível, você continuaria apegada em Tom. ─ Olhou para baixo e concordou com a cabeça.
─ Você tem razão, obrigada por isso. ─ Deu um soquinho em meu ombro e eu ri de seu ataque. ─ Temos um vinho cheio, quer beber comigo? ─ E ela precisava perguntar se sabia minha resposta?
Concordei e ela entrou e pegou um copo, continuamos alí bebendo e fumando, conversando por horas. A garota parecia bem, tinha uma vida estável por aqui, e eu fiquei feliz por ela ter alcançado sua paz, depois de tudo que passou, era o mínimo que a vida merecia proporcionar para ela.
─ Então você tem uma quedinha por Izzy? ─ Sim, eu contei para ela sobre nós dois.
─ Não é bem assim, mas talvez seja. ─ Dei um gole em meu vinho e ela sorriu com minha resposta.
─ Sei, sei. ─ Passou o dedo pela borda de seu copo e foi cessando seu riso aos poucos. ─ E ele, Bill? está bem?
─ Sim, ele mudou eu diria, aprendeu a se entender um pouco mais, e precisa falar com você, mas ainda tem medo do que pode fazer com você. ─ Acendi um cigarro e passei para ela dar alguns tragos. ─ Ele amadureceu, não vai te machucar, mas ele sabe o que fez, e não vai fazer de novo, converse com ele.
Ella parecia um pouco em receio, mas eu não estava mentido. Tom estava diferente, é claro que ele saia, pegava algumas garotas e bebia, mas nunca machucou nenhuma delas, apenas proporcionou o prazer e cuidou para que elas ficassem bem depois de terminarem seu breve relacionamento.
─ Falar com ele me causaria alguma sensação, não sei se depois de dois anos estou preparada para sentir esse tipo de ansiedade novamente, Billy. ─ Suspirou e tragou o cigarro que acendi.
─ Ella, eu sei que você sofreu. ─ Deixei meu copo no chão e peguei em suas duas mãos. ─ Mas ele sofreu também, ele nunca soube lidar com sentimentos desde pequeno, nunca soube aceitar que poderia amar também e ser amado, então se resolvam, parem de se torturar como se não se amassem feito dois loucos.
Ficou pensativa por alguns minutos e eu só deixei que ela tomasse sua decisão, eu não queria colocar minha protegida em perigo, mas os dois se amavam, se não aprendessem a se amar corretamente, continuariam se torturando.
Ella achando que o melhor seria se afastar e Tom também, quando na verdade tudo que eles precisavam era de maturidade para levar isso com certa leveza.
─ Tudo bem, quero fazer isso hoje. ─ Me surpreendeu sua resposta, mas não a refutei em nenhum momento.
Concordei com a cabeça e levantei, Ella guardou a garrafa de vinho e os copos dentro de sua casa e seguimos em direção à minha casa.
─ Tudo bem, mas você me promete que vai mandar mensagem pra Izzy? ─ Parou no meio da rua e me encarou, me colocando contra a parede invisível que existia ali. Manipuladora.
─ Não sei se consigo fazer isso, Ella. ─ Suspirei e continuei andando.
─ Eu estou indo fazer o que acho certo, depois de tudo. ─ Correu até mim e quando percebi estava do meu lado. ─ Então você deveria fazer também.
Levei um tapa na cara verbalmente da garota, eu pensaria sobre, mas por agora, eu precisava que dois marrentos tentassem ser felizes, mas juntos.
Chegamos no fim da rua, específicamente a casa em que morei minha infância toda com minha mãe e Tom. Entramos em silêncio e indiquei o quarto de Tom para Ella, que foi abrindo a porta lentamente, pensei que negaria entrar ali, mas o álcool deu uma leve ajudada pelo visto apesar de não estar bêbada.
─ Boa sorte, ruiva. ─ Sussurrei e ela entrou no quarto me lançando uma piscadela.
No fundo ela queria correr para os braços dele e ser dele novamente, só sentia dor sentimental e medo de se machucar, mas cá estava ela, tentando arrumar as coisas que nem a Ella de dois anos atrás.
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𝐌𝐎𝐍𝐒𝐎𝐎𝐍
Romance❝ Ella estava perdida dentro de seu próprio caos, enquanto Tom sabia exatamente o que queria, juntos se tornam uma combinação perfeita, mas também podendo acabar na autodestruição de ambos. São uma mistura de puro drama, tensão sexual e obscuridade...