2.9, Ella.

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Tom segurou em minha mão e me puxou para fora daquele lugar onde o show havia sido feito, só percebemos que estávamos pegando chuva quando corremos para o estacionamento atrás de algum carro para saírmos andando pela cidade que nem dois loucos, isso fazia muito nosso estilo.

Antes que chegássemos em um dos carros Tom parou de correr, soltou minha mão e se virou para mim, eu sentia a ansiedade percorrendo minhas veias e pura adrenalina também, meu coração pulava contra minha caixa toráxica e eu juro que podia sentir ele batendo em quase toda parte de meu corpo incluindo os nervos.

A chuva gelada arrepiava meus pelos, mas a sensação de estar vivendo aquilo com Tom era o que me deixava realmente arrepiada. Ele havia mudado, eu conseguia notar que todas as suas indecisões sobre nós havia acabado e ele finalmente se entregou para mim de uma vez, como era para ter sido desde o começo.

Meu garoto. Tom era o meu garoto e eu era a sua garota, desde pequenos, sempre pertencemos um ao outro, e eu estava satisfeita pelo destino querer que fosse assim, não havia erro no caminho que ele havia escrito para nós, não mais.

O garoto sorriu, colocou uma mecha de meu cabelo molhado atrás da minha orelha e deslizou sua mão até a lateral de meu rosto me puxando para perto, nossas bocas se encontraram e tudo em mim se eletrizou, essa sensação nunca passava e creio que nunca passará, era boa demais de sentir.

Tom me beijou por longos minutos, não era nada malicioso, era puro amor, eu podia sentir nossa conexão sendo reconstruída depois de tanto caos que haviamos feito na vida um do outro. Cessou o beijo e depositou um selinho em meu nariz, e eu sorri como uma boba em resposta.

─ Eu nunca mais vou te machucar, Ella. ─ A chuva molhava nossos rostos, eu encarava Tom e escutava cada palavra que saía da sua boca atentamente. ─ Eu fiz tantas coisas que te feriram, e eu sinto tanta vergonha de ter sido aquele Tom com você, mas por favor, confie em mim, eu vou te fazer a garota mais feliz do mundo.

Era o suficiente para mim, eu acreditava nele. Ainda quando ele me magoava, em alguns momentos ele me fazia a garota mais feliz do mundo, mesmo sendo momentâneo e o próprio acabando com tudo depois.

─ Me perdoa. ─ Continuou dizendo, lágrimas se formaram nos cantos dos meus olhos, a ponta de meu nariz foi se avermelhando, eu sabia que iria chorar, Tom caiu de joelhos e abraçou minhas pernas. ─ Me perdoa por tudo, eu só quero que me perdoe.

Soltei minhas pernas de seu agarre e ele se assustou pelo movimento, me ajoelhei junto dele e apoiei minhas mãos em seu rosto dessa vez, as lágrimas já percorriam pelo meu rosto, mas era um pouco perceptível por conta da chuva que caía sobre nossas cabeças.

─ Você já foi perdoado, meu amor. ─ Beijei sua testa e ele suspirou aliviado, mesmo com o barulho da chuva, eu consegui ouvir o jeito que expirou o ar para fora como se tirasse um peso de cima de sí. ─ Você precisa me perdoar por Bill também, eu errei, por favor, me perdoe também. ─ Um soluço escapou da minha garganta.

─ Foi difícil entender, mas eu já perdoei vocês. ─ Me encarou e seus olhos estavam avermelhados, possívelmente estava segurando o choro na garganta. ─ Na verdade, eu não tenho que perdoar vocês de nada, eu fiz muito pior, se essa foi a forma de vocês se ajudarem, eu só fico feliz que tenha dado certo. ─ Sorriu e fez um carinho em minha bochecha, eu amava seu toque, mesmo sentindo frio naquele momento, eu sentia sua pele quente. ─ Mas eu sei que seu amor é apenas meu, e o meu é apenas seu.

Encostou sua testa na minha e ficamos ali por alguns segundos pegando chuva. A chuva era nosso cenário, sempre foi, desde sempre. Eu era sua tempestada e ele era o meu clima quente, que me esquentava por dentro e me deixava menos fria. Juntos éramos uma Monção, eu a chuva forte que o fazia transbordar por dentro, molhando toda sua parte seca e o fazendo entender que sentir demais, nunca seria errado.

𝐌𝐎𝐍𝐒𝐎𝐎𝐍 Onde histórias criam vida. Descubra agora