Acaba como tem que acabar.

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─ Quantas vezes você ainda vai fugir de mim, ruivinha?

Ella estava estática, Tom se encontrava ao lado de fora com as mãos apoiadas uma de cada lado da porta, o garoto encarava a ruiva na sua frente como se fosse roubar sua alma para sí. Seu olhar era de puro rancor, dor e amor. Horas atrás o amor de sua vida tinha o deixado para trás como se não fosse nada.

Ella não deixou seu medo tão exposto como deveria ter feito, e isso resultou em algo um pouco trágico para o coração de Tom. Os dois sentiam um mix de sentimentos ali parados naquela porta enquanto a chuva caía céu abaixo.

A garota queria virar as costas, fechar a porta e entrar para dentro de sua casa. Em sua cabeça, Tom estava sendo impulsivo e colocando em perigo quase tudo que conquistou por conta própria. Para Tom, Ella estava radical demais em sua decisão, uma hora ele teria vida, teria família, e todos haveriam de aceitar.

O ponto era que os dois estavam parados bem na frente um do outro, com mil palavras para dizer, mas não sabendo como falar.

TOM.
México, 24 horas atrás.

Conversei com quase todos que contribuíam para que a banda fizesse sucesso, eu não poderia perder Ella novamente, então fiz de tudo para que pudéssemos ficar juntos de uma vez nessa vida, e eu esperava que ela cooperasse e me esperasse naquele quarto de hotel em que a deixei agora pouco.

Deixei para comunicar o menager por último, mas assim que iníciamos a conversa, ele me contou que minha ruivinha tinha partido para Alemanha novamente, meu coração fraquejou e no mesmo minuto eu quis ir atrás dela, eu precisava encontrá-la e fazer com que ela entedesse que não íriamos ficar separados.

Mas não pude partir em busca dela.

Havia muitas coisas e entrevistas para dar. Eu poderia ser um fodido e deixar tudo para trás se minha carreira fosse solo, mas infelizmente eu não poderia ser egoísta e deixar os membros da banda para trás, mas eu queria muito estar longe de todo esse lugar que me colocaram por agora.

Eu adorava tocar com cada um ali, e eu também adorava o sucesso, mas tinha algo que eu adorava muito mais, e era estar com Ella. Ter a garota em meus braços, sentir seu perfume doce e deslizar meus dedos por seus cabelos alaranjados, era minha verdadeira religião.

Bill entendeu a situação, me deixou permanecer em apenas uma entrevista onde revelei para todos estar apaixonado, e em seguida me liberou para ir atrás do meu segundo sonho. Pouquíssimas horas depois de Ella ter embarcado, eu embarquei atrás dela, não deixaria ela ficar longe de mim, todos nós sabíamos que nem a mesma queria.

Quando cheguei em Lípsia a chuva começava a cair, entrei no primeiro carro que a empresa havia deixado, e parti em direção à casa de Ella, meu coração estava ansioso e eu só pedia por uma coisa.

─ Deus por favor, não tire minha ruivinha de mim. ─ Esfregava minha mão esquerda contra o peito e meus olhos lacrimejavam, eu sentia agulhadas em meu coração. ─ Eu não posso e nem consigo viver sem ela. ─ Estava agoniado.

Eu sabia que não dependia de Deus, nem do destino, mas sim de Ella dessa vez, e isso me dava mais medo e ansiedade, tanto que eu sentia que colapsaria na porra daquele carro se eu não chegasse logo na casa da garota, e eu estava dirigindo o mais rápido que podia.

Quando estacionei o carro na frente de sua casa, desci correndo do mesmo e fui em direção à sua porta, dou algumas batidas e espero silênciosamente por sua chegada.

Quando a porta é aberta vejo Ella com um semblante cansado, suas olheiras estavam mais a mostra do que o normal, e seus cabelos estavam bagunçados, talvez ela já estivesse dormindo.

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