𝐌𝐎𝐍𝐒𝐎𝐎𝐍

2.3, Ella.

O quarto estava um breu, a única luz que havia ali era da lua que refletia pela janela, Tom estava no canto esquerdo do quarto deitado em sua cama. Meu coração batia em uma frequência maluca, eu estava entre pular em seu colo e virar as costas e cair fora dali.

Decidi que ficaria, eu precisava fazer isso, mais cedo ou mais tarde. Dei o primeiro passo até a cama e o chão rangiu, fazendo Tom se mover na cama, sinto que vou fazer xixi na roupa com essa ansiedade fodida. É a exata sensação que você sente quando é criança, e está brincando de esconde-esconde com seus amigos, e sente tanta ansiedade, que pensa que vai se mijar nas calças.

─ Bill, eu estou bem, não precisa vir conferir. ─ Tom disse, mas não se virou em nenhum momento para me olhar, então continuei andando até perto de sua cama. ─ Bill, eu já disse qu...

Pulei em sua cama interrompendo sua fala, deitando do seu lado e encarando o mesmo. Por alguns segundos ele demorou de notar quem era, mas quando percebeu, seus olhos se arregalaram de uma forma quase humanamente impossível.

─ Está me assustando com essa cara. ─ Falei rindo e colocando a mão em minha boca para segurar o riso.

Tom não falava nada, apenas estava parado, nem conseguia encostar em mim, só encarava toda parte possível de meu corpo, como se fosse mentira que eu estivesse ali do seu lado.

─ Tom, sou eu. ─ Levantei minha mão para deslizar meus dedos por seu rosto, mas ele se levantou abruptamente da cama, me causando um leve susto.

─ Não quero te machucar mais. ─ Me levantei e fui em sua direção, ele estava com tanto medo de me tocar assim?

─ Está tudo bem, não precisa ficar assim. ─ Apoiei minhas mãos em sua face, uma de cada lado, ele tinha crescido alguns centímetros, mas continuava lindo. ─ Tom, tudo bem.

Ele ainda estava relutante em me tocar, eu não posso me culpar por ele estar agindo dessa forma, ele me machucou profundamente, ele me dilacerou com sua confusão, e eu não sei o que o destino estava guardando para nós, mas eu esava aqui, e não iria embora, porque não adiantaria nada, o destino não deixaria.

─ Ella? ─ Me chamou e eu apenas sussurrei "hm?" para que ele me perguntasse ou falasse o que queria dizer. ─ Eu posso te tocar agora?

─ Você pode, Tom. ─ Concordei sorrindo.

Então ele agarrou meu corpo. Entrelaçou seus braços pelas minhas costas e me envolveu em seu abraço, quente e aconchegante, era uma sensação tão boa, eu estava com medo de qual seria a reação de meu coração quando ele me encostasse, mas não foi nada mais do que duas pessoas que sentiram falta do calor um do outro.

─ Droga, eu senti tanto sua falta, ruivinha. ─ Me olhou nos olhos e beijou minha testa, o seu toque era cuidadoso, não machucava, era apenas.. leve. ─ Eu pensei que nunca mais te veria, que nunca mais te tocaria, e tudo perdia o sentido quando eu me recordava do quanto eu conseguia ser feliz quando você estava comigo.

─ Tom.. ─ Filho da puta, ele tinha que perceber isso tão tarde?

─ Você vai fazer algo agora? está ocupada? quero te levar em um lugar. ─ Pegou em minha mão e me arrastou para fora do quarto, estávamos indo para a entrada da casa.

─ Na verdade, você já está me levando, mas tudo bem. ─ Sorri com seu desespero de me ter ali.

Tommy calçou seus tênis e se agasalhou, fomos até seu carro que estava estacionado na frente de sua casa e adentramos o mesmo, eu realmente não fazia idéia de onde esse maluco ia me levar, mas eu só queria estar ali.

Foram mais ou menos 20 minutos dentro do carro até chegarmos ao local, ele estacionou e nós descemos. De começo minha mente não estava reconhecendo o lugar, estava coberto de neve, e também folhas no chão, a grama estava molhada pelo sereno, mas continuava tudo lindo.