2.5, Tom.

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Sensação de ofogamento, você sente tudo que há dentro de você se enchendo de água e explodindo. Essa foi a sensação em que eu tive quando percebi que havia perdido Ella.

Eu poderia ter sido melhor, e eu sei, mas depois que saí daquele palco naquele dia, eu não era mais o Tom, o doce irmão de Bill e Tom Kaulitz integrante da banda Tokio Hotel, ou apenas Tommy o caidinho por Ella. Algo em mim se tornou tão obscuro e obsceno que eu só acabei deixando que um lado negativo tomasse conta de mim.

Ainda sinto medo, mas sinto medo de estar perto de Ella por conta do meu receio em machucá-la, e tudo seria mais fácil se eu pensasse "não vou magoar a ruivinha", mas minha mente não processa dessa forma, e talvez as pessoas não entendam, e possívelmente nem eu, mas mesmo não querendo quebrá-la, talvez aconteça, e isso me entristece, não ter controle sobre algumas coisas.

Quando ouvi as sirenes ecoando pelo bairro e vi que estavam indo diretamente para casa de Ella, algo em mim simplesmente parou, e eu só recobrei totalmente da minha consciência quando eu já me encontrava ao seu lado, tentando cobrir seu corpo do frio que estava apenas de toalha na frente daquele bando de homens.

Me lembrava que quando eu corria pela rua juntamente de Bill, eu só implorava para que Deus não tirasse minha ruivinha de mim, e parece a maior hipocrísia do mundo, depois de ter a afastado tantas vezes, a força maior de lá de cima provávelmente estava confusa assim como todos ao nosso redor.

Depois que entramos para dentro de sua casa e meu irmão foi para casa eu ajudei a garota se trocar e comer algo, ela ainda aparentava estar assustada e cada mínimo barulho fora do comum a deixava em estado de alerta, então decidi que dormiria com ela aquela noite, só para que se sentisse mais segura.

─ Você se sente melhor? ─ Perguntei para a garota enquanto arrumávamos sua cama para dormimos.

─ Sim, mas eu queria saber quem era ele e o porquê dele ser tão fascinado por uma pessoa repugnante que nem meu pai. ─ Se jogou na cama e arrastou as cobertas pelo corpo para se cobrir.

─ Podemos fazer tudo que você quiser para descobrir, ruivinha. ─ Fiz o mesmo que ela e me aconcheguei contra suas costas.

─ Tudo bem. ─ Suspirou e o silêncio reinou pelo quarto.

Eu não sentia um pingo de sono, e acho que ela também não, podia ver seus olhos abertos toda vez que eu me deitava um pouco mais perto dela. De repente a garota se virou de frente para mim e ficou me encarando por alguns minutos, eu não sabia o que fazer, então fiz o mesmo, apenas encarei seus olhos.

─ Você veio correndo, não foi? ─ Contestou, e era óbvio, ela estava em perigo, eu viria correndo quantas vezes fosse necessário.

─ Claro que sim, você acha que eu não me preocuparia com você? ─ Disse e arqueei as sombrancelhas.

─ Tom, você sempre foi tão confuso, me empurrava para longe e depois me buscava como se gostasse de mim de verdade. ─ Eu sabia disso, mas era apenas o medo de me machucar.

─ Eu sei disso, e eu sinto muito por ter feito isso. ─ Encarei a garota que estava com seus olhos pregados aos meus. ─ Talvez eu erre com você de novo em algum momento, mas eu não quero fazer isso, mas eu sou falho, Ella.

─ Você acha que vai me machucar novamente? ─ Levantou o corpo e ficou com ele apoiado em seus cotovelos.

─ Pode acontecer ainda, eu não sei. ─ Eu realmente não sabia, eu não poderia adivinhar nada que fosse acontecer no futuro próximo.

─ Não estou pronta pra passar por aquilo de novo, acho melhor acabar aqui antes de você me quebrar. ─ Se deitou e virou de costas para mim, meu coração sentiu uma leve agulhada.

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