2.7, Ella.

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Eu não conseguia mover meu corpo, talvez nem se apagassem um cigarro em minha pele meu corpo reagiria. Tom parecia tão assustado com sua reação quanto Billy, e isso me machucava, porque se eles estavam nesse confronto agora, era por minha causa, por minha culpa.

Quando beijei Bill aquele dia, uma parte de mim o desejava sim. Bill era atencioso, modesto e era muito bonito, qualquer garota ficaria encantada por ele, não havia motivos para não ser. Mas outra parte buscava conforto e compreensão em uma pessoa que sentia o mesmo que eu, e se não sentisse, conseguia observar de fora o drama que minha vida estava sendo.

Eu fiquei entre correr atrás de Tom e segurá-lo em meus braços e me ajoelhar onde Billy estava caído, mas eu ainda não me movia. Conseguia sentir minha pulsação em meu pulso acelerada, por mais que meu corpo estivesse parado, meu coração batia rapidamente, e eu estava exausta dessa sensação.

Tom desapareceu pelo corredor e eu mantive meus olhos em suas costas até que ele sumisse de vez, e eu não queria que ele tivesse partido para fora dali, queria que ele tivesse se abaixado e conversado com seu irmão, ele poderia ter concertado tudo, mas talvez o choque que tomou por bater na única pessoa que seu coração amava verdadeiramente, tenha te fodido mentalmente.

Tentei me concentrar o máximo possível no que estava acontecendo e corri até Bill, apoiei minhas mãos em seu rosto e fiz um carinho gentil onde sua boca sangrava. Ele me olhava intensamente como se quisesse se desculpar pelo que havia acabado de acontecer, mas ele é o que menos tem culpa nessa situação toda entre eu e Tom.

─ Vamos para o quarto limpar isso. ─ Puxei o garoto pelo braço e o levei para o quarto onde estávamos hospedados, os staffs e os outros dois integrantes da banda arrumaram a bagunça em que os dois Kaulitz deixaram naquele corredor.

Quando chegamos no quarto peguei o kit emergência que todo quarto de hotel tinha na gaveta do banheiro enquanto o garoto se sentava na cama, voltei para dentro do cômodo e me ajoelhei no meio de suas pernas, enchi um algodão com álcool começando a passar lentamente pelo local ferido e vi que não se tratava de um pequeno arranhão, mas pouco profundo, uma maquiagem cobriria isso.

─ Ella, você não precisa.. ─ Pressionei o algodão contra a ferida fazendo o garoto gemer de dor, querida ajudá-lo, não ficar ouvindo que ele não precisava ser cuidado.

Bill olhava atentamente todos os meus movimentos, e isso me deixava um pouco nervosa, por mais que não nutrisse um sentimento de desejo, era meio complicado não sentir algumas coisas as vezes, talvez ele se sentisse da mesma forma.

─ Bill, posso te fazer uma pergunta? ─ Coloquei uma band-aid no ferimento após limpar o mesmo.

─ Pode, Ella. ─ Concordou e continou me olhando.

─ Aquele beijo significou algo? ─ Continuei sentada de joelhos ali no meio de suas pernas, esperando sua resposta.

─ Eu não sei o que responder sobre isso. ─ Se levantou e foi para frente do espelho do banheiro olhar seu curativo, eu apenas entendi sua resposta e guardei as coisas na caixa novamente, me levantei e fui ao banheiro também guardar na gaveta onde havia achado.

Assim que guardei o kit emergência, me virei para sair do banheiro mas Bill foi mais rápido e me puxou pelo braço, me colocou sentada na pia de mármore do banheiro e ficou olhando para meus olhos por alguns segundos com uma distância razoável.

─ O que você sente agora? ─ Bill foi dando passos para frente fazendo com que seu corpo ficasse ao meio de minhas pernas, apoiei minhas mãos na pia e me inclinei para trás, mas ele continuava com sua aproximação.

─ Billy.. ─ Suas mãos se apoiaram no mármore gelado também, uma mão de cada lado de meu corpo, eu estava ficando tensa, não sabia explicar qual era a sensação.

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