42 - Café da manhã na cama

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Acordo duas horas mais cedo que o despertador, na verdade mal dormi. Estou decidida a encontra-la e acabar com isso. Nem irei a empresa se for preciso.

Agora é aplicar o tratamento de danos. Tomo um banho rápido. Visto uma camiseta branca. Uma calça moletom. De cara limpa e rosto lavado, vou até a casa dela na tentativa de ser atendida.


O porteiro libera a minha entrada, pelo menos ela não me desautorizou de subir direto.

Ela irá entrar no trabalho daqui uma hora, então acho que teremos tempo para conversar.

Toco a campainha mas não sou atendida por alguns minutos. Sei que ela está ai. Escutei seus passos..

- Lu... por favor.. me deixa entrar. - uso minha voz mais apelativa e doce

Ouço o trinco ser solto e a chave virar no miolo. Ela abre a porta e encontro seu rosto amassado, os fios de cabelo revoltado, a calça do pijama está com uma perna levantada e a outra normal, seu top está com a alça caída, mas o que mais me assusta é seu olhar. Ela poderia me matar com aquele olhar a qualquer momento.

Talvez acorda-la antes do despertador não tenha sido uma boa ideia.

Me arrisco a dar um passo a frente, temendo pela minha própria vida. Ela bufa e sai em direção ao banheiro. Fecho a porta atrás de mim e aguardo alguns segundos. 

Vou até a cozinha e ligo a cafeteira elétrica. Ela vai precisar de um café.

Coloco uma xícara para receber o liquido primeiro, e quando ela se enche o suficiente troco de lugar com a jarra para que termine de passar o café.

Adoço do jeito que ela gosta, duas gotas de adoçante. Nem amargo e nem doce.

Escuto ela sair do banheiro e vou ao seu encontro, entregando a xicara com um sorriso receoso.

- Obrigada. - ela responde sem nenhuma emoção. Se senta na mesa e encara o liquido como se tentasse processar algo.

- Quer algo pra comer, eu posso preparar. - ofereço, prestativa

- Não, eu estou sem fome... - ela diz ainda séria e desanimada

Meu corpo se alerta. Um gatilho me atinge me trazendo á tona seu transtorno alimentar. Me desespero em imagina-la regredindo àquilo.

Sento rapidamente á sua frente e desando a falar.

- Lu, não tem nada entre eu e a Débora. Me desculpa não ter comentado com você, é que eu não vi necessidade mesmo, afinal não é nada além de um contato profissional, ela não tem relevância. Eu entendo que eu deveria ter falado pra você estar ciente que teria alguém no meu dia a dia, mas a gente nem falou sobre trabalho no fim do ano e foi tão bom assim. Eu nem lembrei da existência dela. E esses dias a gente se viu tão pouco também.

Ela parece processar minhas palavras enquanto me encara

- Eu não quero ser controladora do tipo que precisa saber todos os seus passos Valentina, principalmente no que remete ao seu trabalho que eu não tenho nada a ver. Mas seria mais fácil saber sim. Eu só fiquei criando coisas na minha cabeça quando lembrei que vi ela super intima entrando na empresa com você na segunda feira, e ali na sua sala, toda dada como se me conhecesse o suficiente... Foram pensamentos inevitáveis..

- Se você viu ela na segunda, porque não perguntou quem era? Poderíamos ter evitado seus pensamentos...

- Eu não lembrei.. 

50 tons de lilas - VALU FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora