Epílogo

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- Não sei muito bem, eu acho que essa cor vai acabar enjoando a gente.

- Lu, se enjoar a gente troca..

- E você acha que eu quero ficar reformando a casa de 6 em 6 meses igual madame? Deus me livre ficar com pintor pra lá e pra cá, sujeira, cheiro forte de tinta...

- Tá, você tem razão. E essa daqui?

- Meio blasé

Reviro os olhos, Luiza estava irredutível. O arquiteto em nossa frente ri da dúvida iminente de minha esposa.

A construção da nossa nova casa estava na fase final de acabamento e em alguns meses nos mudaríamos para um condomínio na entrada da cidade. Um pouco mais distante dos nossos trabalhos mas necessário visando nossa atual situação. O apartamento ficou pequeno.

Ajudo Luiza se levantar com cuidado, a enorme barriga já judiava de sua coluna o suficiente e especialmente naquela manhã, Manu estava agitadíssima. Ela não conseguia ficar muito tempo sentada pois a pequena se remexia inquieta. Suspeito que ela será um furacãozinho em nossas vidas.

O que me faz lembrar da noite que ela deu seu primeiro chute. Do quarto Luiza gritou e nós surgimos correndo assustados temendo o pior. Ela já estava de olhos marejados e sorrindo nos chamando para sentir. Tem sido gratificante e desafiador acompanhar sua gestação. Se eu pudesse nem sairia do lado dela. Estou como uma súdita abanando sua rainha o tempo inteiro, e me sinto tão bem. Luiza era um turbilhão de emoções e sentimentos a todo instante. E o desejo, então. Ela estava ainda mais insaciável. O que me faz lembrar algo que eu gostaria de perguntar.

- Esse cômodo aqui - aponto para a planta em nossa frente, tomando a atenção do profissional - Qual a eficiência acústica dele?

- Conforme vocês solicitaram, ele não permitirá passar nenhum som, vocês podem ter aulas de canto lírico tranquilamente - o rapaz diz atencioso

Luiza me olha de canto de olho. Ela quase me bateu quando contei que inventei que ela era professora de dança e de canto lírico por isso precisávamos de um cômodo a prova de som.

Bom, eu não menti. Ela é professora de dança. E canta muito bem o meu nome na hora de gozar.

Precisamos da tranquilidade e proteção para nossos momentos íntimos. Principalmente com crianças em casa. O closet ficou pequeno, então evoluímos para um quarto de 'jogos'. Só adultos permitido jogar.

Além do nosso quarto especial, a casa contava com nossa suíte principal e outras quatros suítes para as crianças e hospedes, lavabo, um banheiro social e um externo para a varanda gourmet, duas salas e uma cozinha acoplada a varanda. No setor de serviços ainda havia as suítes para os funcionários e a garagem para 4 carros. Infelizmente, Jessica Rabbit não está mais entre nós.

Robson e eu sofremos um acidente causado por um inconsequente em alta velocidade, na semana seguinte do retorno de nossa lua de mel. Por sorte e graças aos engenheiros da Porsche nenhum dos dois se feriu, mas o carro ficou comprometido e o seguro arcou com a perda total.

R.I.P Jessie.

De volta ao apartamento, procuro por Zaki e o encontro com Júlia na cozinha. Sentado em cima do balcão ela ensinava ele a fazer arroz. Sua comida predileta. Luiza subiu mas voltou pois esqueceu a bolsa e não me deixou buscar. Coloco algumas sacolas de compras ali e começo a guardar os mantimentos.

Zaki mora no Brasil há 8 meses, sua alfabetização estava quase perfeita e logo ele começara o curso de inglês para aperfeiçoar. Oito meses na nossa casa, quase dois anos no nosso coração.

50 tons de lilas - VALU FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora