46 - Karaokê

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Valentina e eu temos nos vistos quase todos os dias após o serviço no decorrer dessas duas semanas que se passaram, mas a rotina tem nos deixado exaustas. Praticamente chegamos na casa dela ou ela vai até a minha, jantamos e conversamos um pouco para enfim dormirmos. 

O ano começou com tudo no CCMB e eu e Duda estamos empenhadas em entregar a melhor campanha de todos os tempos. Retomo algumas aulas na próxima semana e Duda ficará mais a par da parte burocrática da diretoria que sou responsável.

Hoje é sábado e estou na casa dela na companhia da Sra. Daisy.

- Senhorita Luiza, já acordou? - ela pergunta sorrindo afetuosamente enquanto mexe nos utensílios da cozinha

- Por favor Dai, já pedi pra me chamar de Luiza, ou Lu... - peço descontraída

- É o costume... A senho.. A Valentina foi á empresa e disse voltar para o almoço.

- Tudo bem, ela me avisou...  você pode ir mais cedo... eu finalizo aqui... - falo indo até ela e observando os preparativos do almoço

- Ah não tem necessidade, eu posso ficar até vocês almoçarem e lavar a louça, e depois eu vou...

- Pode favor Dai, pode ir... eu insisto - peço, retirando o recipiente pré-preparado de escondidinho que ela levaria ao forno.

Valentina tinha me dado total liberdade para lidar com seus funcionários. Além da Sra. Daisy, Robson ficava a espreita quando precisávamos sair para curtir sem preocupações. Ele também ficava monitorando a segurança através de aplicativos de rastreamentos dos celulares e dos carros, ou nos acompanhava quando achasse necessário, em alguma visita ou local que precisássemos ir sozinha. 

Tínhamos montado um esquema de aviso através de um aplicativo de segurança, sempre que ele nos notificava eu deveria colocar a senha que guardei em minha memória. Ela fazia o mesmo. Assim ele saberia que estava tudo bem. Era muito recorrente, até o dia que passei mal do estômago e estava com dor de barriga. Esqueci de levar o celular ao banheiro e 10 minutos depois ele estava adentrando a porta de minha sala. Dei de cara com ele bem na hora que sai do cômodo, o maior constrangimento DA VIDA! Valentina ouviu poucas e boas e eu dispensei ele na mesma hora. 

De fato eu já tinha me acostumado com a vida que ela levava, apesar do pesares. Com grandes escolhas vem grandes renuncias, certo?

Pouco tempo depois de tomar meu café, retornando do quarto, eu escuto o tilintar do elevador.

- Amor? - ela pergunta procurando por mim, aproveito e me escondo atras da parede do corredor que leva para a parte intima da casa.

Quando ela se aproxima para virar em direção a mim, tomo sua frente de supetão.

- BUUU! - nossos corpos se chocam e sua cara de assustada e seu grito me faz gargalhar até perder o ar.

- PUTA QUE PARIU LUIZA! - ela leva a mão ao coração e me encara brava. 

Acho que a irritei.

- Que gritinho foi esse ahahahah.... Tô testando seu coração amor...  - coloco meus braços em cima de seu ombro e encaro seu rosto - Oi você... - selo nossos lábios ainda sorrindo com beijinhos e ela aos poucos desmancha a cara de marrenta

- Oi vida... tudo bem? - eu aceno que sim - Cadê a Daisy?

- Eu dispensei ela pra gente ficar á vontade e curtir o resto do dia... - roço o meu nariz no dela fazendo uma careta, e ela sorri.. - Seu coração tá disparado ainda, você é muito medrosa.. - rio e ela fecha a cara..

50 tons de lilas - VALU FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora