Rangi's P.O.VMe encolhi toda vendo o Yun manobrar as muletas para se sentar na minha frente. Meu amigo me ligou e disse que estava ficando louco preso sozinho no apartamento, então pediu para eu almoçar com ele no dia da minha folga. Falei que iria buscá-lo, é óbvio, já que ele não pode dirigir com a perna imobilizada do jeito que está. Quando cheguei, vi que sua mãe estava tão enlouquecida quanto ele. Ela me contou que o Yun estava ainda mais rabugento porque estava precisando trepar com alguém. Meu amigo gritou com a mãe, dizendo para ela ficar quieta, por mais que eu tenha dado risada. O Yun não fala muito sobre a sua vida pessoal. Ele sempre manteve seus interesses e preferências sexuais em sigilo, mas ele é solteiro e tenho certeza de que ficar preso em casa com a sua família deu uma boa acalmada na sua vida sexual.
Para minha surpresa, em vez de me sentir culpada e achar que arruinei mais um aspecto da vida do Yun, eu só dei risada com a sua mãe, e levei meu amigo para almoçar fora. Em vez de chafurdar na minha culpa e no meu arrependimento, estava determinada a curtir o fato de estar com o Yun, depois de tantas semanas que até havia perdido a conta. Acho que minhas sessões com a psiquiatra do departamento estão começando a dar resultado... Bom, isso e ficar com Kyoshi. Por algum motivo, assisti-la ser comida viva pela culpa por seus erros do passado me faz questionar de verdade o quanto quero me agarrar ao sentimento de ter destruído a vida do Yun, mesmo meu parceiro não concordando nadinha com essa tese. Além disso, trabalhar com o Mako e receber seu reconhecimento pelas
minhas contribuições à nossa parceria fez com que eu me desse conta de que realmente sou uma boa policial, com ou sem o Yun.Meu amigo grunhiu e encostou as bengalas na cadeira ao lado. Não consigo me acostumar a vê-lo tão magro desde que foi ferido. Parece outra pessoa.
– Você está tão magro...
Os olhos verdes do Yun brilharam com uma expressão de bom humor.
– Eu sei. Acho que nunca fui tão magro. Nem na época do colégio.
Aceitamos a água que a garçonete trouxe e dissemos que ainda estávamos escolhendo os pratos. O Yun me observava com atenção, e vi que ele tentava descobrir se eu finalmente estava bem.
– Você parece bem. Bem mesmo. Seu novo parceiro deve ser legal.
Tomei um gole de água. Encolhi os ombros e joguei o cabelo para trás.
– O Mako é legal, um bom policial. Eu podia ter pegado alguém bem pior.
O Yun se acomodou e colocou o braço nas costas da cadeira vazia.
– Não importa quem você pegue. Você é uma ótima policial, Rangi. Sempre foi.
Pensei no que ele me disse por alguns instantes e respondi:
– Estou começando a acreditar nisso. Acha que eu só entrei para a polícia porque você também entrou? Acha que eu simplesmente não sabia o que fazer sem você e me convenci de que queria isso também?
O Yun apertou os lábios de leve e franziu a testa.
– O que você acha? – perguntou.
A garçonete voltou à nossa mesa e se mostrou incomodada ao perceber que nem sequer havíamos aberto o cardápio. O Yun sorriu para a moça, e o brilho dos seus dentes brancos e perfeitos bastou para ela ficar vermelha e sair rindo toda boba.
– Acho que estou onde deveria estar. Posso não ter chegado até aqui pelas razões certas, mas estou feliz de ter chegado. Sendo bem sincera, não sei. Não sabia se ia conseguir fazer meu trabalho sem você quando voltei da licença, mas pelo jeito consigo, sim. E não ter você para me apoiar o tempo todo torna as coisas ainda melhores.
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Riscos da Paixão (Rangshi)
Storie d'amoreKyoshi sempre foi uma predadora. Sua ficha criminal é a prova de que ela foi capaz de tudo para se dar bem. Nem mesmo seu irmão Lek escapou de seus golpes. Além disso, os olhos verdes, um charme natural e o sotaque carregado sempre deram pistas de q...