CAPÍTULO 8: Decolagem.

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(S/n)

Depois da apresentação, eu resolvi ficar na casa de Bill, eu iria voltar para casa só depois da escola, na segunda feira, minha mãe estava impossível, ela não se importava se eu estava bem ou não, resolvi ir até seu limite para ver se ela realmente não se importa mesmo.

E os meus dias passaram a ser isso, eu ensaiava com a banda dormia frequentemente na casa dos meninos, isso foi bom eu me aproximei muito de Bill, passávamos as madrugadas pintando as unhas e os olhos, com maquiagem preta.

Essa foi a forma que o Bill havia encontrado de se expressar eu o entendia como ninguém, todos os julgavam, mas eu sempre o acolhi, assim como ele sempre fez comigo. 

Fazíamos isso no quarto a noite, mas no outro dia limpávamos o rosto e as unhas, e eu via que Bill se calava, e não consegui ser ele mesmo, até que um dia eu disse a ele foda-se o que os outros vão pensar, seja você, brilhe como um diamante, eu o vi sorrir e vi o brilho em seus olhos, e Bill passou a adotar esse estilo diferente de todos.

Para mim a única coisa que importava era ver como ele estava feliz, como ele estava conseguindo ser apenas o Bill, sem ter que se esconder ou se limitar por conta do que os outros vão pensar.

**

Um dia ele me ligou e eu ouvi sua voz de choro, do outro lado da linha.

-Oi S/n, eu estava sozinho na escola e resolvi te ligar.

-Oi Bill, mas tá tudo bem? O que houve? -Eu perguntava preocupada.

-Tá tudo bem, eu não acho o Tom... -Ele falava assustado com a voz trêmula e eu pude sentir o medo dele.

-Bill, o que foi, onde você está? -Eu o interrompi.

-Eu to com medo, estou na escola, uns garotos, riam de mim, eu estava indo pra sala, mas eles começaram a vir atrás de mim, então eu corri e me escondi. 

-Bill fica calmo, eu vou ligar pra sua mãe e ela vai te buscar eu to indo pra sua casa, calma tá bem. -Eu tentei acalmá-lo mas estava tão apavorada quanto ele.

Então eu desliguei o telefone e liguei pra casa do Bill, logo eu consegui falar com a mãe dos garotos, e expliquei a situação, ela foi buscá-lo, e eu fui rapidamente para casa deles, no caminho liguei para Tom.

-Alô, quem é?

-Tom é a S/n, onde você está? 

-Ah na escola, na verdade, na quadra, mas o que...

-Tom, acha o Bill agora, ele tá escondido, em algum lugar, alguns garotos estavam implicando com ele, sua mãe está indo buscar vocês.

-Ta legal to indo. -Deu pra notar que Tom estava perdido, eu já havia chegado e estava esperando eles na calçada, então eles chegam e nós entramos.

A mãe deles havia conversado com a escola, e a escola tomaria as medidas de segurança necessárias, isso fez a gente se tranquilizar, mas Bill estava arrasado, ele parecia muito triste.

Eu disse a ele, que não deveria parar de ser quem ele era por conta disso, e eu sei que nem precisava, pois ele não iria deixar de ser quem é.

Bom os dias passaram e recebemos a notícia que outras pessoas queriam que tocássemos em outras festas, e dessa vez um cachê seria pago, é claro que topamos, e assim outras pessoas foram conhecendo a banda cada vez mais, e já havia vídeo nosso circulando internet, e no MySpace, isso só nós fez ganhar mais reconhecimento, fazendo até um jornal local da cidade nós entrevistar, então a carreira da banda estava começando a decolar.

Eu passei a sair de casa com mais frequência, e consegui recuperar minhas notas, mas minha mãe, bom ela ainda não se importava comigo, ela fingia não estar na mesma casa que eu, e isso me consumia, eu tentava fingir que não ligava, mas eu só tinha 15 anos, como isso pode impactar a cabeça de uma adolescente, eu estaria sozinha se não fosse pelos garotos da banda. 

Os dias passaram, e eu já havia mudado muito, me olhava no espelho e não me reconhecia, não era mais a S/n de uns meses atras, meu cabelo estava diferente e as roupas, mudei completamente meu estilo, e eu sentia que finalmente eu estava sendo eu, e não algo que minha mãe queria que eu fosse. Quando vimos já estávamos no fim do ano, aumentamos o nosso repertório, e conseguimos colocar outras músicas de composições próprias, e o público estava gostando cada vez mais.

Tokio Hotel - SBLAD Onde histórias criam vida. Descubra agora