CAPÍTULO 14:Saudade de Você.

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(S/n)

Semanas se passaram e os dias se repetiam a rotina, meu aniversário seria daqui alguns dias, e as aulas começariam daqui dois meses, eu estava animada, mas com muita saudades dos garotos, então todos os dias sem falta eu ligava para Bill e para Tom.

Faltavam exatos três dias para o meu aniversário, e eu estava tocando uma música da banda no piano branco, até que sou interrompida pelo toque incessante do meu telefone, eu atendo –Alô?
No momento em que escuto a voz do outro lado da linha, meu coração acelera, eu mal podia acreditar, que minha mãe estava me ligando, mas o que ela quer?
–Ola filha, como você está? –Minha mãe forçava a intimidade do outro lado da linha e eu estava sem entender.
–Ótima! mas por que quer saber de mim assim repentinamente, já que nos últimos meses você fingiu que eu não existia.
Minha mãe acabou ignorando o que eu disse e continua dizendo – Filha seu aniversário está chegando, eu pensei em ligar para te parabenizar, eu sinto sua falta, sabia?
–É então por que não me disse isso quando eu estava ai, agora já é tarde.
Eu digo e desligo o telefone na cara dela, fiquei irritada com isso, ela realmente acha que pode consertar as coisas com uma ligação, eu precisava dela e ela me despachou como se eu fosse um problema, e quer saber foi o melhor que poderia ter feito por mim, aqui estou bem, e com alguém que realmente se importa comigo, essa ligação bagunçou meus pensamentos, e eu preciso organizá–lo, o que melhor pode fazer isso  do que a música, então comecei a tocar Rush-E.
(Sugestão: colocar no Youtube a música Rush E piano, para melhor experiência)

Cada tecla que eu pressionava, era um pensamento que se organizava, era impressionante como isso era terapêutico para mim, eu não conseguiria passar um dia sem tocar piano, essa é a minha paixão, eu continuo tocando e não consigo acompanhar meus dedos com meus olhos, a melodia ecoa na sala, e na casa inteira, eu não consigo ter atenção em mais nada, parecia que o universo desapareceu e ali estava só eu e um piano branco, as batidas do meu coração acompanhavam os tempos da música e tudo parecia fazer sentido.
–CARACAAA!
Escuto uma voz masculina dizer, e isso me puxa para a realidade, fazendo eu parar de teclar, então eu olho para porta, e vejo Cedrick, o meu vizinho, e logo sinto minhas bochechas queimarem, eu me levanto e ele diz:
–Não por favor, eu não quis atrapalhar, continue, eu estou impressionado.
–Ah, não, eu já estava finalizando.
–Não sabia que o Sr. Alberto tinha uma filha tão talentosa!
–Obrigada.
Eu dizia sem graça enquanto colocava o cabelo atrás da orelha, então eu pergunto a ele:
–Mas o que você faz por aqui, e assim todo engomadinho?
Cedrick estava usando um terno azul marinho, e mesmo que eu tentasse negar, ele era muito bonito, tinha o cabelo com um corte moderno castanho escuro, e de terno ficou ainda mais atraente.
–Acabei de chegar com seu pai, estava em uma reunião de negócios com ele.
–Reunião de negócios? Espera aí  quantos anos tem?
–Faço 19 daqui 3 semanas !
Ele respondia sorrindo e passando a mão na nuca.
–Mas por que você está tratando de negócios, assim tão jovem?
–Bom nossos pais são sócios, e eu vou carregar o legado da minha família cuidando das empresas.
–E você realmente quer isso?
–Sim! E a minha vocação, assim como você com a música.
Ele diz rindo e apontando para o piano, eu olho para ele e sorrio concordando.
–Ah, vocês estão aí. E pelo visto já se conheceram!
Meu pai dizia entrando na sala.
–Sr. Alberto sua filha é muito talentosa! Quando entramos na casa eu segui o som do piano que escutei e a vi tocando.
–Sim Cedrick, ela é muito talentosa, bom eu ia apresentar vocês, mas pelo visto já se conhecem.
–Sim, eu a vi a um tempo atrás e me apresentei, então nós já nos conhecemos.
-Ótimo então ! Cedrick fica para o jantar?
–Claro  Sr. Albero!

Então nós três vamos até a sala de jantar, que já estava servido, durante o jantar, Cedrick e meu pai falavam sobre a reunião de negócios que tiveram hoje e eu observava os dois, então sinto meu celular vibrar no bolso, eu pego e olho vejo que tem uma chamada perdida de Tom, e logo minha atenção é voltada para meu pai que estava me perguntando:
–Não é mesmo filha?
–O que? Desculpe, não escutei o que disse.
–Eu estava falando da sua banda para Cedrick, vocês são muito talentosos não é mesmo?
–Ah, com certeza, estávamos fazendo muito sucesso na minha cidade natal. 
Eu dizia voltando minha atenção para Cedrick. –Fazendo? mas o que houve por que não fazem mais?
Cedrick me questionava. – É que como eu vim morar com meu pai, eu meio que dei um tempo da banda, mas pretendo voltar.
–Entendo, gostaria de ver vocês tocarem algum dia.
–Claro, eu faço questão, talvez algum dia os meninos venham para cá, e então eu os apresento.
Então eu pego meu telefone que tem uma foto de nós cinco da banda e sento ao lado de Cedrick mostrando para ele a imagem, e eu digo:
–Esse ao meu lado e Bill, meu melhor amigo, ele é o vocalista, atrás da gente fazendo chifres na minha cabeça e o Georg ele é o baixista, aqui abaixado e Gustav, ele toca a bateria, e esse do meu outro lado é o Tom ele é o irmão gêmeo do BIll e toca guitarra.
Eu dizia isso tão empolgada e sentia a saudade me consumir, eu quero tocar na minha banda novamente, eu preciso ver os meninos de novo.
–Legal, e deixa eu adivinhar, você toca piano.
Cedrick dizia enquanto olhava para mim e nossos rostos estavam tão próximos que eu pude sentir o calor de seu rosto, então eu me levanto e volto para meu lugar tentando acabar com esse clima, –Na verdade eu toco o teclado.
–Você é muito talentosa S/n.
Cedrick repetia isso enquanto me olhava, ele era tão educado e bem arrumado, eu tentava disfarçar a como ele me deixava sem graça, mas sentia meu rosto pegar fogo, então eu sinto novamente meu celular vibrar no bolso, e eu pego para ver quem estava ligando, e era Tom novamente. Eu me levanto e digo:
–Eu já vou para meu quarto, Boa noite Pai, Boa noite Cedrick, foi um prazer, você é uma pessoa muito agradável!
–Igualmente S/n, Boa noite.
Então eu me retiro da cozinha e atendo Tom.
–Oi, aconteceu alguma coisa?
–Oi, não nada, eu só precisava falar com você. To com saudade.
–Eu também estou.
Eu subi as escadas enquanto falava, então entrei em meu quarto e empurrei a porta, fazendo com que ela batesse e encostasse, continuei conversando com Tom, enquanto trocava de roupa colocando meu pijama, olhei para porta de meu quarto e notei que ela estava com uma pequena fresta. –Mas que merda eu jurava que tinha encostado a porta!
–O que disse?
Respondia Tom do outro lado da linha.
–Nada não.
Eu dizia a ele enquanto me levantava para trancar a porta, quando chego ate a porta olho para fora do corredor para ver se não tem ninguém, e aparentemente estava tudo limpo, então eu tranco a porta e volto para cama, e eu e Tom conversamos durante muitas horas antes de falarmos boa noite.

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