(S/n)
No dia seguinte, eu estava na minha casa novamente, e eu odiava ficar lá, eu havia marcado ensaio com os meninos depois da aula, estava muito ansiosa, e nervosa, para encontrar com eles e principalmente com Tom, estava me sentindo como nunca antes meus sentimentos em relação a Tom finalmente estavam se organizando, bom pelo menos isso em minha vida ia bem.
Depois da aula eu fui para casa dos meninos, eu entrei na garagem e Bill e Tom não estavam lá, então eu disse a Gustav e Georg, que iria chamá-los, Bati na porta da casa deles, e Tom atende a porta.
–Ah que bom que é você, vem entra! -Tom fala assustado me puxando para dentro.
–O que está acontecendo tá tudo bem? -Dessa vez pergunto assustada.
–A mais ou menos... -Tom começa a falar e é interrompido por sua mãe.
–S/n, que bom que está aqui querida, Bill precisa mesmo de uma amiga nesse momento. Ele está lá em cima, pode subir. -Simone fala, parecendo estar aliviada em me ver.
Então eu a comprimento e subo, Tom me acompanha.
–Tom, o que tá acontecendo? Vocês estão me assustando! -Eu pergunto a ele enquanto subimos as escadas.
–Acho melhor Bill contar tudo a você, ele está no quarto.
Então eu entro e vejo Bill debruçado na cama, eu sento ao lado dele.
–Tá tudo bem com você? -Eu pergunto.
Eu escuto ele responder algo, mas não consigo decifrar pois está abafado pela almofada que está em sua cara.
–Bill?
Então ele levanta o rosto olhando para mim, e eu noto seus olhos vermelhos e cheios de lágrimas prontas para cair.
–Por que todo mundo me odeia? -Ele fala completamente arrasado.
–Eu não odeio você Bill.
–Não você, mas o mundo, eu não me encaixo, todos me olham estranho quando passo, como se eu fosse um monstro.
E enquanto ele fala isso as lágrimas começam a cair em seu rosto, e eu sinto como se flechas atravessassem meu peito, em ver Bill, um ser tão alegre, feliz, e bondoso, naquele estado, as pessoas realmente são maldosas, eu não digo nada a ele apenas o abraço, mas fico me perguntando o que aconteceu para que ele ficasse desse jeito.
–Ta, agora me conta o que aconteceu, e por que você está dizendo que te odeiam? -Eu pergunto a ele soltando do abraço.
Então Bill suspira, tentando buscar palavras, e ele começa a me contar que hoje ele e Tom foram a escola normalmente, porém quando chegaram o muro estava pichado com uma frase dizendo "Kill Bill" isso os assustou fazendo com que fossem a diretoria esperar que ligassem para sua mãe, mas no caminho havia muitos alunos usando camisetas com essa frase, então enquanto eles passavam, alguns alunos o xingavam, ele disse que isso o assustou muito e então, eles esperaram a mãe deles os buscar, ela havia conversado com a escola e a partir de hoje os meninos não frequentariam mais as aulas, e passariam a estudar em casa, cada palavra que Bill falava só fazia eu ficar mais angustiada, e triste por ele, isso tudo só por que ele quer ser ele mesmo.
–Bill, eu sempre vou estar ao seu lado, eu prometo. -Eu falava segurando o choro, tentando conforta-lo.
–Obrigada. -Ele respondia sorrindo para mim e se levantando da cama.
–Onde você vai?
–Temos ensaio né, temos que ir.
–Não, você não tá legal hoje, precisa somente de uma amiga, fofoca, e diversão, para afastar os males do dia de hoje. Então não tem ensaio, hoje eu vou ficar com você e tratar de te animar!
E assim passamos a noite toda, rindo e brincando, eu só queria que Bill, se sentisse melhor.
Os dias então passaram, os meninos estavam estudando em casa, e eu praticamente morava na casa deles, eu ia pra escola e ia direto para lá, raramente parava em casa.
Mas em um dia eu fui para casa tomar um banho pegar umas roupas, e resolvi dormir por lá, no outro dia seria sábado, e iriamos tocar em um evento de shows e bandas mirins, então pela manhã eu iria para casa dos meninos, para chegarmos juntos no evento, então eu precisava dormir e estar descansada, para se apresentarmos no dia seguinte.
Acordei com o toquei intermitente do meu telefone, ele vibrava sem parar, então o atendi, sem ao menos ver quem era na linha, e uma voz masculina dizia:
–Ola querida, como vai?
–Pai é você?
–Sim, tudo bem filhota?
–Eu to bem, mas por que ta me ligando? -Eu o respondia, com uma duvida imensa na frase, meu pai raramente me ligava assim, então algo não estava certo.
–Estou chegando querida, suas coisas já estão arrumadas?
–Minhas coisas pra que?
–Sua mãe não te falou? achei que ela tivesse conversado com você. Bom ela disse que você está muito rebelde S/n, então, me pediu pra que eu ficasse com você por um tempo, e eu concordei filha.
–O que não! Eu não quero, eu não posso agora...
–Filha, fica calma, tá bem, quando eu chegar a gente conversa melhor. Um beijo. -Eu então desliguei o telefone sem ao menos responder, aquela notícia havia me quebrado em mil pedaços.
Desci as escadas correndo para confrontar a minha mãe, mas que merda ela estava fazendo, e sem ao menos falar comigo.
–Mãe! Onde você tá? -Eu gritava pela casa, enquanto descia as escada, ela estava na cozinha.
–O que você disse para o meu pai?
–Já está na hora de alguém parar você. -Ela respondia sem ao menos olhar para minha cara.
–Eu não quero ir embora, estou bem aqui.
–Claro que não quer, aqui você faz o que quer, você anda muito rebelde, a melhor opção é você ir embora com seu pai para Berlim.
–Realmente está fazendo isso por que se importa comigo ou por que quer se livrar de mim?
–Estou fazendo isso por que eu te disse que você não era mais a minha filha, então não quero mais olhar para você, não quero mais você nesta casa.
–Eu nunca vou te perdoar, por ser uma mãe horrível, você nunca me amou, você só projetava seus desejos em mim e quando eu resolvi fazer as coisas que eu tive vontade e parar de satisfazer os seus caprichos, então você se desfez de mim como um objeto quebrado, você nunca foi minha mãe de verdade.
–Você sempre foi uma pirralha mimada, e quando não tem o que quer, fica assim histérica feito uma maluca. Nunca será ninguém na vida se continuar por esse caminho.
–Não, você está errada sobre mim, você ainda vai ver o meu sucesso, e vai lembrar desse dia, vai lembrar de como estava errada ao meu respeito.
Eu viro as costas, e sinto minhas lágrimas caírem sem controle, aquelas palavras ditas por ela, me machucaram tanto, eu estava em tão triste, e me sentia sozinha, enquanto caminhava para porta para sair dessa casa eu escuto ela dizer:
–Isso mesmo, vá embora como sempre faz, tomara que você morra hoje, assim não terei que lidar mais com o fato de ter uma filha ingrata.
Eu ao menos me dou o trabalho de respondê-la, apenas fico perdida e tento buscar refúgio nas únicas pessoas que eu sei que estão ao meu lado, Bill e Tom.
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Tokio Hotel - SBLAD
FanfictionDepois da tentativa falha de suicídio de Catrina ou S/n (como preferir), a única integrante feminina da banda Tokio Hotel. Ela começa a recordar sua historia, passando a lembrar de seus traumas e medos e ver o que a levou a tomar essa decisão, mas e...