CAPÍTULO 42:Meu Primeiro Riso.

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(Tom)

Enquanto eu girava a maçaneta desesperadamente, os gritos iam se intensificando, gritos de desespero, que faziam meu coração bater rápido e forte, fazendo minha adrenalina aumentar drasticamente, tomei um impulso dando dois passos para trás e corri para frente batendo meu corpo contra a porta, fiz isso uma, duas, três, e na quarta vez a porta abriu fazendo um alto som da madeira quebrando, e eu caí no chão com força, olhei para S/n e ela estava se debatendo na cama, gritando, mas não estava acordada, parecia estar tendo pesadelos, seus braços estavam completamente arranhados, pelas marcas das suas próprias unhas que foram cravadas enquanto estava em agonia, eu gritei seu nome alto e corri para sacudi-la na tentativa de acordá-la.

-Não faça isso. -Ouvi a voz assustada de Alberto ecoar pelo quarto, congelei mediatamente e recuei, estremecia a cada grito que S/n dava, Bill estava parado na porta com o rosto apavorado e assustado, Alberto se aproximou de S/n segurou seus braços impedindo que ela continuasse a se mutilar enquanto dormia.

-Está tudo bem querida, ninguém vai te machucar, e agora você está segura. -Ele dizia em tom baixo e S/n ia se acalmando, ele acariciava seus cabelos levemente e ela voltava a dormir um sono leve e profundo, eu estava boquiaberto com tudo o que acabava de acontecer, Alberto se levantava lentamente e caminhava até a porta quebrada.

-Amanhã consertamos isso. -Ele dizia enquanto olhava o estado da porta.

-Eu tinha a cópia da chave da porta do quarto dela, usava sempre que as crises aconteciam. -Ele falava olhando para mim.

-Eu nao fazia ideia que S/n tinha essas crises, desde que chegamos isso nunca aconteceu. -Eu dizia, ainda estava parado na frente da cama dela, a olhando dormir.

-Por isso insisti que vocês ficassem, desde que vocês chegaram as crises pararam e ela passou a se alimentar melhor... Ela melhorou muito, até hoje.

-Ele falava dividindo sua atenção entre eu e Bill. -Agora vamos dormir, ela já está bem.

Então os dois voltam para seus quartos, mas eu não, eu estava assustado, não conseguia dormir o resto da noite preocupado, então me sentei na ponta da cama.

-Eu também fiz isso das primeiras vezes. -Alberto falava enquanto estava parado na porta.

-Eu posso ficar aqui com ela?

-Sim você pode, eu voltei para fazer isso, mas já que você está aí, pode ficar.

Eu o agradeço com um sorriso, e ele saiu do quarto. Eu me acomodei do lado dela, mas não a encostei, tive medo que ela acordasse e se assustasse, apenas fiquei a observando dormir, ouvindo sua respiração calma, e caso ela acordasse de novo eu estaria ali.

(S/n)

Desde que os meninos chegaram eu tenho me sentido melhor, ter a companhia deles é ótimo, mesmo que em alguns momentos eu me fechasse, eu apenas gostava de estar perto deles e não me sentir sozinha, embora algumas atitudes minhas fossem incontroláveis, como me isolar ou me trancar.

Mas nessas duas semanas em que eles estavam aqui comigo eu só queria poder me sentir normal de novo, e não pensar no que aconteceu, pelo menos um único dia eu queria não ser assombrada.

Então eu comecei a adotar um método para fugir, eu fingia que nada tinha acontecido, fingia que a minha vida era como antes, como se eu nunca tivesse saído da casa do meu pai, passei a ignorar tudo o que aconteceu comigo, exceto nas minhas terapias, meu médico insistia em relembrar tudo, e eu não gostava disso, um dia ele me alertou, disse que se eu não parasse de ignorar o que aconteceu, eu poderia desenvolver bloqueio emocional, o que pode ser uma coisa muito grave para quem teve estresse pós traumático, um dia eu poderia explodir, mas é claro que como sou uma pessoa teimosa resolvi ignorar isso também.

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