Você é mesmo o Imperador?

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– Desculpa pela comparação da Elena e sua imperatriz, não era minha intenção ofendê-los. – Eu realmente me senti culpada por ter sido a causadora desse clima estranho, não sabia por que me comportei dessa forma, nos conhecíamos apenas algumas horas e parecia que éramos amigos íntimos, talvez seja por ter ficado empolgada de ter escapado da aldeia e também por ter escutado as histórias do vampiro ao redor de uma fogueira, era como se eu tivesse voltado ao tempo e estivesse em uma daquelas noites com meu tio, mas a realidade é outra e eu preciso saber disso.

– Não precisa se desculpar, a culpa não é sua. – Ele disse com os olhos fixos para a fogueira como se estivesse pensando em algo.

– Como assim?

– Por que você está fugindo de um Alfa? – Ele fixou os olhos nos meus. Estava fugindo do assunto de novo, esse homem é esperto, sabe que existe algo entre eu e o Lúcius e para não me dá uma resposta que seja comprometedora, fica colocando o Alfa na conversa.

– Por que é necessário. – Falei curto e grosso, não queria conversar sobre aquilo.

– Não é necessário você fugir, apenas enfrente-o. – Do que ele estava falando?

– Ele é um Alfa e tem o apoio dos seus Bethas e eu tenho coisas importantes para cuidar. – Olhei para dentro da gruta onde as meninas estavam dormindo, eu tinha que protegê-las, elas eram a resquício de fé que eu ainda tinha, por causa delas que tenho força e coragem para lutar, principalmente minha filhotinha, minha bebê, ela merece viver em um lugar longe de qualquer maldade do mundo, um lugar isolado que vivi com meu tio. Essa é uma promessa que fiz a ela e que vou cumprir.

– E você vai passar o resto da vida fugindo? Se quiser enfrentá-lo, apenas enfrente como fez comigo ontem à noite, não há nada a temer.

Eu o encarei por um tempo. Realmente, se eu não tivesse que permanecer viva para cuidar da Kamilla e ajudar a Maria Elena, provavelmente já teria o enfrentado, mesmo sabendo que aquilo poderia ser minha morte. A alcateia do Lúcius não era uma das últimas alcateias existentes por mera coincidência. Ele e seus antecedentes eram alfas poderosos, extremamente fortes, que sobreviveram à quase extinção da nossa raça porque lutaram bravamente nos campos de batalha, eram organizados, inteligentes e estrategistas quando se tratavam de atacar, proteger e se defender.

O único que poderia enfrentar ele em uma guerra era o Alfa da outra alcateia, da tribo Boldwin, mas o povo tinha medo do que poderia acontecer se essas duas tribos se enfrentassem, ninguém aceitaria uma guerra entre elas, pois a nossa raça, que antes era cheia de alcateias e tribos, agora só têm apenas duas, o medo da extinção era mais forte que qualquer vontade de entrar em guerra. Tudo bem que de vez enquanto tinha algumas desavenças como uma briga entre lobos ali, um derramamento de sangue aculá ou até algumas tripas no meio da mata, mas nada que gerasse uma confusão maior. Apenas se algum dos Alfas invadisse o território do outro, poderia ser visto aquilo como desafio e desrespeito, o que geraria uma tremenda confusão.

– Você não tem medo de morrer, ao contrário, parece até que anseia por isso. – Eu mudei de assunto.

– Realmente não tenho medo de morrer, e assim como você, devo permanecer vivo porque tenho coisas importantes para cuidar.

– Você diz isso por causa da sua imperatriz?

– Por causa do meu povo. – Mantive-me calada. Ele não parecia estar mentindo. Quem diria que o lendário imperador vampiro sem sentimento, na verdade se importava com o bem-estar do seu povo.

– Ficou surpresa? – Ele levantou o canto esquerdo do lábio com um sorrisinho torto. – Até eu também fico surpreso quando digo isso em voz alta.

A Suprema AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora