A ira do Lúcius

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Eu estava parada em frente à árvore que subia quando criança para fugir do meu tio quando fazia algo de errado. Meu coração doía por ter dito aquelas palavras para a Kamilla. A verdade era que assim que falei me arrependi. Ver seu rostinho magoado enquanto chorava e corria para o meu antigo quarto me fez perceber o quão cruel fui com ela. Era comum ela escutar isso daqueles próximos da Luna, mas ouvir da minha boca foi ter a certeza de que aquilo era verdade. Eu era uma escrava, uma mulher que servia apenas para dar prazer ao Alfa.

Fechei os olhos e baixei a cabeça.

Escutei barulho de passos atrás de mim, virei-me apenas para dar de cara com o Lúcius, na verdade, o Alfa, meu senhor.

Fiquei de costas para ele.

Senti seus braços envolverem minha cintura, inclinei minha cabeça para cima e respirei fundo. Aquela aproximação me incomodava, mas ele é um Alfa, faz o que quer.

Ele colocou meu cabelo para o ombro direito e apoiou sua cabeça no ombro esquerdo, cheirando meu pescoço.

– Você nunca foi apenas uma escrava e nem minha prostituta. Você é a mulher que eu quero passar o resto da vida ao lado, quero te ter para sempre comigo. – Ele apertou o abraço encostando mais ainda nossos corpos. – Sou louco por você, Karolina. – Disse enquanto beijava meu pescoço. – Você a Kamilla são tudo o que importa para mim. – Ele passeava suas mãos pela minha barriga e cintura. – Eu te quero... – Suas mãos estavam nos meus seios por cima do vestido. Meus olhos estavam fechados enquanto eu sentia aquela sensação gostosa que me dominava por inteiro. – Assim como você me quer. – Abri os olhos com aquela afirmação. Eu o queria? Não, não.

O afastei de mim, virando-me para encará-lo.

– O que você pretende com isso, Lúcius?

– Isso o quê, Karolina? – Ele estava zangado com o afastamento.

– Tudo isso. Ficar aqui com a gente e agir como se fôssemos uma família.

– Mas nós somos uma família.

– Não, não somos. – O Lúcius rosnou com a afirmação. Ele avançou, me imprensou contra a árvore e colocou a mão direita na minha garganta.

– E o que somos então, hãn? Um Alfa e sua prostituta? É isso que você quer ser?

Fiquei calada.

– Responde, caralho! – Ele estava extremamente irritado.

– Se você gosta de ser a prostituta de um Alfa então aja como tal. – Ele começou a levantar o vestido. Entrei em pânico.

– Lúcius, n-não... Por favor... Espera. – Segurei suas mãos impedindo o avanço.

– Não fala o meu nome! Escrava minha não tem o direito de falar meu nome! – Ele mostrou os dentes para mim, enquanto seus olhos brilhavam de ódio. Eu sabia o que ia acontecer se não fizesse nada, não podia deixar, não estávamos dentro do nosso quarto na alcateia com a Kamilla bem distante sob os cuidados da Maria Elena, aquilo não podia acontecer.

– Tudo bem, tudo bem, me desculpa. Desculpa! – Comecei a chorar. Ele parou com os avanços.

– Desculpa pelo o quê, Karolina? – Sua voz já estava ficando mais calma.

– Desculpa por ter dito que era sua prostituta. – Disse entre os soluços.

– Pensei que fosse isso que quisesse.

– Não, eu não quero. – Baixei minha cabeça, pois realmente não queria.

– Você é a minha mulher e eu sou teu homem. – Ele tirou meu cabelo do rosto. – Olhe para mim.

A Suprema AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora