Eu nunca irei admitir o que sinto por você

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Duas espadas pesadas se chocando e cortando os pingos da chuva que caíam sob nossas cabeças, ninguém, além de nós dois diante da Lua de Sangue gladiando ferozmente como dois inimigos em guerra que se odeiam e que só vão parar quando somente um permanecer em pé.

Lutar contra o Lúcius era diferente de qualquer outra pessoa que já lutei, além dele me conhecer, saber meus golpes, força e fraqueza, também vinham as lembranças boas e más.

Era como se tudo que vivemos juntos, toda nossa história estivesse passando em minha mente deixando-me pior ainda, minha emoções estavam descontroladas. Estávamos desferindo golpes um contra o outro e defendendo sem parar, de igual para igual, mas nenhum de nós dois levou sequer um arranhão.

Eu via sua fúria na força dos seus golpes, talvez mágoa? Ele estava magoado, assim como eu. Ele tentou perfurar meu peito com a ponta da lâmina, mas com minha espada defendi e desviei. Tentei golpeá-lo na cabeça, mas ele cruzou nossas espadas defendendo-se, com a força do impacto e da defesa, ele conseguiu rodar nossas espadas e me desarmou. Avançou para me golpear, mas fiz o mesmo movimento que fiz quando lutei contra o Alec. Abaixei-me, rodei meu tronco para o lado oposto e dei um murro na articulação do seu cotovelo, desarmando-o, quase deslocando seus ossos. Ele grunhiu de dor e com o mesmo braço que sofreu o golpe, me segurou pela garganta, levantando-me do chão e me jogou contra os tronos que quebraram devido à colisão.

Mesmo sentindo o impacto nas costas, rodopiei para trás e fiquei de joelhos de frente para o Lúcius. Levantei-me e corremos um na direção do outro com o punho fechado pronto para darmos qualquer murro. Eu consegui golpeá-lo primeiro, arremessando-o.

Antes de chegar ao chão, Lúcius rodou no ar e conseguiu cair de joelhos com as mãos apoiadas na terra. Ele sorriu para mim com a boca cortada.

– Precisa de muito mais para me derrubar, escrava! – Ele alargou o sorriso.

– Não sou sua escrava! – Falei.

– Não, é só minha amante. – Minhas narinas se moviam devido à respiração. Ele continuava sorrindo.

– Não sou sua amante, seu infeliz! – Disse brava.

– E é o que então? – Fingiu estar pensativo. – Aaah sim. É a minha puta! – Ele falou sorrindo enquanto se levantava.

– DESGRAÇADO! – Gritei e corri na sua direção. Ele me esperou sorrindo.

Comecei a golpeá-lo com as mãos, ele se esquivava dos golpes e continuava sorrindo e falando.

– Está com ciúmes de mim porque transei com a Arlete? – Grunhi de ódio. O brilho nos meus olhos aumentou. – Transei com ela sim e foi bom! – Fiquei louca de fúria quando o escutei falando isso. Eu não estava mais calculando meus golpes, nem sua defesa, estava tentando esmurrá-lo de forma aleatória. Ele continuava sorrido e se defendendo com facilidade.

– Também transei com o Alec e foi perfeito! – Falei talvez tentando mostrar que não me importava com o relacionamento dele e da Arlete. Ele me olhou com os olhos em chamas e deu um murro na minha barriga, me encurvei e ele deu um tapa no meu rosto fazendo-me cair no chão.

Vendo-o em pé de cima, percebi a besteira que fiz, deixei o Lúcius me afetar mentalmente, assim meus golpes saíram mais fracos, ele conseguiu me provocar com seu falatório. Ele tentou pisar na minha barriga, mas segurei seu pé, peguei no tornozelo e o derrubei no chão. Subi em cima do Lúcius, sentei na sua barriga, coloquei minhas pernas em cada lado do seu corpo e comecei a esmurrá-lo, furiosamente. Ele estava com o rosto todo ensanguentado e quase perdendo a consciência, mas quando fui esmurra-lo no rosto novamente, Lúcius se defendeu segurando meu pulso, colocando minha mão na lateral da sua cabeça, ele pegou no meu rosto e deu uma cabeçada no espaço entre meus olhos, perdi o equilíbrio e ele conseguiu subir em cima de mim, segurou meus braços em cada lado e ficamos nos olhando ofegantes, cansados e machucados.

A Suprema AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora