Karolina

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Acordei sorrindo de olhos fechados apreciando os carinhos da Kamilla no meu cabelo e rosto, ela me dava uns beijinhos na testa e passava a mãozinha pequena em mim. Tão fofinha! Dá vontade de apertar bem forte!

Abri os olhos e vi que ainda era dia.

– Sem sono, filhotinha? – Perguntei.

– Mamãe... – Ela olhou para baixo.

– Me conte o que te aflige, meu amor.

– É que... eu... eu sinto falta do papai. – Disse tristinha. Fiquei a encarando em silêncio, até que abri um pequeno sorriso e lhe dei um beijo na bochecha.

– Se você sente falta dele, então te prometo que iremos visitá-lo. Tá bom pra você? – Perguntei. Kamilla abriu um sorriso de pura felicidade.

– Pode ser hoje? – Perguntou em êxtase sentando-se na cama.

– Huummm... se eu não tiver nenhum compromisso e você nenhuma aula, então talvez... Estou dizendo que tal - vez iremos. – Ela concordou animadamente.

Eu não menti, não quero ver minha filha triste por causa daquele crápula, e com alguns soldados infiltrados que foram enviados pelos lobisomens que estão com os vampiros já à minha disposição, posso entrar e sair na hora que eu quiser da alcateia do Lúcius. Também irei forçá-lo a fingir que gosta da menina como fez na cabana ameaçando-o com a Arlete e se ele não aceitar, eu arranco o coração da sua bela e perfeita esposa. Até que me animei com a ideia.

Vou dar para a Kamilla tudo que quiser, nem que pra isso eu tenha que aturar o casal apaixonado.

Eu estava me divertindo vendo a Kamilla buscando a roupinha perfeita para vestir hoje, minha filha merece tudo do bom e melhor depois de passar a vida inteira residindo naquele quarto coletivo e escutando palavras perversas das pessoas fiéis à Luna que só tinham lealdade à Arlete por causa dos grandes pagamentos que ela dava.

De repente, a cama e os móveis começaram a se tremer. Pulei da cama e depositei os pés no chão que também tremia, era como se a terra embaixo dos nossos pés estivesse viva. Peguei a Kamilla que estava assustada e a coloquei nos meus braços. A janela se abriu abruptamente e uma rajada de vento entrou pelo quarto. Aquele vento era tão forte e fazia uma zoada tão alta idêntica a vozes gritando.

Saí do quarto e vi a Clara, ela correu para o meu lado buscando proteção em mim. Segurei sua mão, com a Kamilla no meu colo, fomos para fora. Todos também tinham saído de suas casas para saber o que estava acontecendo. As árvores ao redor balançavam-se loucamente, o chão tremia, a terra preta da floresta invadia as ruas, as pessoas gritaram quando os grandes galões de água explodiram-se sem explicação deixando incontáveis litros de água escorrerem em direção de onde vinha o vento. Olhei para o horizonte e vi o Sol, mas à sua frente parecia que tudo estava em chamas. Soltei a mão da Clara e comecei a caminhar em direção do astro fazendo o mesmo percurso da água.

Com os pés sujos de terra molhada, sentindo a água passando pelos meus tornozelos, continuei caminhando para aquele fogo ardente à minha frente.

– O que é aquilo? – Uma mulher disse.

– Pelos Deuses! – Outra gritou.

– O que está acontecendo? – Um homem perguntou.

Olhei para o lado direito querendo saber o que eles estavam vendo e pasmem! Fiquei perplexa vendo a Lua gigantesca e completamente preta. Ela começou a se movimentar de encontro ao Sol e aos poucos, o escondeu, ficando na frente dele, o ofuscando, sugando sua luz solar e quando a Lua parou de se mexer por completo, sua cor preta transformou-se em um vermelho sangue. Cada parte do céu ficou vermelha por causa da tonalidade da Lua.

A Suprema AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora