Procura-se um padrinho

Capítulo - 1

"Tenho certeza que tem algumas coisas
Que você gostaria de mudar em si mesmo
Mas quando se trata de mim
Eu não gostaria de ser mais ninguém
Eu não sou nenhuma rainha da beleza
Só sou bonita do meu jeito."
Who Says - Selena Gomez

BÁRBARA ALENCAR

Todos temos ciência que ler faz bem, por isso que desde criança a escola nos ensina a ter um hábito de leitura. Alguns especialistas dizem que ler também é um grande benefício para a saúde mental, o que já não posso concordar. Conforme os anos nossos gêneros de leitura vão se modificando, vamos conhecendo mais estilos de livros. Ler é tudo, menos bom para a minha saúde mental, existem alguns livros que surto, choro, grito, me bato, pulo, dentre outras coisas muito mais constrangedoras. Já cogitei fazer terapia mas seria muito embaraçoso explicar a alguém que nunca vi na minha vida que sou apaixonada por personagens fictícios, tenho um apego emocional a eles - quando alguém morre choro igual se fosse um parente - , ou que gostaria de ter relacionamentos iguais os livros românticos que leio. Por esse motivo, a minha maior terapia é pegar outro livro e conhecer a vida e o mundo de outras pessoas, me distanciando da minha realidade.

Apesar de toda essa loucura, ler é a melhor coisa que experimentei na minha vida. Todas as coisas que citei, me deixam ultra mega feliz quando leio, me sinto como se estivesse verdadeiramente na história e pudesse ver, ouvir e sentir tudo que está escrito. igual os personagens.

Nesse momento estou aqui chorando de soluçar enquanto escorre ranho do meu nariz, tudo por causa de um trauma de um personagem. A escritora Colleen Hoover, com toda certeza é uma péssima pessoa, ela literalmente coloca uma faca nos nossos corações. Estou a mais de cinco minutos sem conseguir parar de escorrer lágrimas pelo meu rosto, até parece que precisava de uma desculpa para por pra fora toda a frustração dos últimos dias.

Seguro o choro no momento que escuto a chave sendo passada na porta do apartamento. Aos domingos, principalmente à noite, meu colega de apartamento está trabalhando, então entro em alerta imediatamente. Visto meu roupão em cima do meu pijama da série de livros Off campus, calcei minha pantufa, pego um livro qualquer na minha estante para usar como arma contra quem que estivesse entrando. Me arrependo de ter pego ele para me defender, quando sinto a capa dura. Livros já estão um absurdo de caro imagine de capa dura, então lembro que tenho poucos com essa diferença e os que tenho são edição de luxo.

Faço uma careta de dor, mas desfaço ao pensar que é melhor um livro estragado do que eu assaltada. Me desculpa livrinho, é pela minha sobrevivência, juro que não vou te estragar. Penso que se amassar vou sofrer, mas quem é que esteja entrando também vai, com o baque que vai ser quando acerta-lo em sua cabeça. Tomo coragem e caminho lentamente até a sala que é no estilo cozinha americana. Consigo ver uma sombra de homem perto da geladeira, com a luz que entra pela janela, quando vou tacar o livro a pessoa vira fazendo com que nós dois se assustemos, então reconheço quem é.

- Aaaah, meu coração pai amado. Que susto Yudi - grito colocando a mão no meu peito.

- Bárbara do céu, caralho pensei que era assombração - solta e acende a luz da cozinha.

- Pelo amor de deus, não precisa ser tão dramático, você é um homem ou um gatinho? O que você tá fazendo aqui uma hora dessa? - questiono.

Yudi é estudante de medicina, namorado da minha amiga e ex-colega de apartamento, de quebra melhor amigo do meu atual colega de apartamento. Resumindo conheço muito bem a peça rara e ele conhece muito bem esse apartamento, mas mesmo assim não dá o direito dele entrar aqui sem ao menos avisar e me assustar dessa maneira.