Capítulo - 19

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" Você estragou tudo que era bom
Sempre disse que ninguém te entendia
Transformou todos os meus momentos em seus
Apenas me deixe em paz, porra"

Happier Than Ever — Billie Eilish

BÁRBARA ALENCAR

Sabe quando tudo está bem demais para ser verdade? Era assim que me sentia.

Acabei me rendendo a conversa mole de Ravi, ficamos o restante da noite "atuando" na frente da sua família. Hellen não apareceu, seu primo se manteve distante e dei graças a deus por não ter sua presença me deixando desconfortável.

Nós somos os protagonistas e estamos escrevendo nossa história.

Assim como meu namorado ficou tentando de qualquer custo tirar uma casquinha, eu dei o braço a torcer e parei de pensar em me manter distante. Ainda estava brava com ele, mas depois de alguns copos de bebida alcoólica que já descia mais facilmente por minha garganta, me fazendo ficar mais soltinha e não raciocinar direito. Então me derretia como uma idiota apenas com seu charme.

Quando bateu três e meia da madrugada, sua mãe nos obrigou ir dormir porque estávamos dando muito trabalho. Foram apenas algumas taças, ou foi umas dez? 

Ops, eu já não lembro de mais nada.

Mas, não estou em um estado deplorável igual o Ravi quando ele caiu da lancha e quase se afogou. A bebida só me deixou mais levinha.

— Vai tomar banho para dormir? — Meu namorado pergunto me levando até o seu quarto.

— Não quero — me jogo em seus braços fazendo drama.

— Vai dormir fedendo cerveja, Barbie ruiva? 

Antes de entrar acabei esbarrando no tio Bruno e a cerveja que estava em sua mão caiu metade na minha roupa. Para completar, meu penteado já saiu do meu cabelo e agora meus cachos estão soltos e armados, porém estou me sentindo tão bem.

Talvez realmente esteja em um estado deplorável.

— Ai que saco, esqueci desse detalhe. Me leva para o banheiro. — Peço sua ajuda.

Ravi acata e dá meia volta até o banheiro. Me deixa em pé a porta, mas quando vou entrar cambaleio e ele vem prontamente me socorrer.

— Consegue fazer isso sozinha? 

— Danadinho, você acha que não sei o que está pensando? — bato a ponta do meu indicador várias vezes no seu nariz. — Eu consigo sozinha, pode deixar. — com todo cuidado entro no cômodo segurando em tudo que me dê apoio e logo fecho a porta escutando sua gargalhada gostosa.

Demorei mais que o necessário deixando a água morna escorrer pelo meu corpo, mas quando sai me senti renovada, levemente alterada, mas renovada e consciente das coisas que falei e fiz com meu namorado de mentira. 

Termino de me enxugar e lembro que não trouxe nenhuma roupa para o banheiro. Meu celular não está comigo e só tenho um pedaço de toalha para me cobrir que fica sempre no armário do lado da privada, na casa da mãe do Ravi. Será que se eu tentar chamar o Ravi ele vem até aqui?

Com o som alto e o tanto que bebeu, com certeza tá roncando na cama e não vai escutar nada. Que droga, que droga, que droga...

Por que isso tinha que acontecer logo comigo?

Tomando coragem pego a toalha e me enrolo. Vai ser rápido, menos de cinco minutos estou no quarto e ninguém irá me ver, porém vou ter que aguentar o Ravi me ver desse jeito para poder me trocar. 

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