Capítulo - 15

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"E, ah, eu estou na sua
E, garota, ninguém mais serve
Porque a cada beijo e cada abraço
Você me faz ficar apaixonado
E agora eu sei que não posso ser o único
Eu aposto que há corações espalhados pelo mundo esta noite
Com o amor de suas vidas que sentem
O que eu sinto quando eu estou
Com você, com você, com você, com você, com você, garota"

With You - Chris Brown

RAVI HENRIQUE 

No luto passamos por várias etapas até finalmente acontecer a aceitação que um ente querido se foi e não vai mais voltar. É um processo lento, mas que para algumas pessoas pode ser mais rápido, já para outras pode demorar anos.

Quando você está apaixonado, para mim funciona da mesma maneira. Com essa analogia, percebi o que estava acontecendo comigo, foi estranho e me recusei por vários momentos, cogitar que realmente estava gostando de uma pessoa depois de tantos anos.

Na última semana que não me encontrei com Bárbara, não teve bilhetinhos de ódio quando chegava do trabalho e sem nenhuma surpresa, me fez sentir saudade do seu jeitinho. Minha mente traidora me fez lembrar dela em tudo o que fazia, quando digo tudo, é em tudo mesmo. O auge pra mim, foi quando uma paciente estava lendo um livro e me perguntei se Bárbara já teria lido e gostado. Foi aí que recapitulei na minha mente em que momento eu deixei de querer atormentar ela para saber mais sobre o que gosta de ler.

Iria tirar minhas dúvidas comigo mesmo apenas quando fossemos comemorar o natal com minha família, pois ficaríamos mais pertos, conversaria mais com ela e tentaria descobrir se realmente estava gostando da garota que finge ser minha namorada. De uma forma bem maluca, o destino me deu uma forcinha.

Tivemos que dividir seu quarto, para que sua irmã e cunhado pudessem se hospedar no meu. Meu primeiro pensamento foi perguntar se ela estava louca, afinal tudo indicava que ela me odiava, mas então tive uma brilhante ideia. Saber se a garota sentia pelo menos um por cento de atração por mim, da porcentagem que sinto por ela.

Bárbara pode não ter dito com palavras e não ter demonstrado com clareza, mas algo me dizia que que ela sentia algo, mesmo que fosse mínimo e se ela me pedisse para burlar aquele contrato idiota eu rasgava e queimava sem pensar duas vezes.

O que me surpreendeu quando conheci sua irmã e seu cunhado, é que foi bem mais fácil de fingir que éramos namorados, para mim foi algo natural nem precisei me esforçar tanto para falar sobre Bárbara com sua família. Foi estranho.

Tê-la na mesma cama, debaixo da mesma coberta, próximo do seu corpo quente com cheiro de flores parecidas com seu desinfetante favorito, seus cabelos volumosos e cacheados cheirando a morango e de quebra seus braços roliços abraçados a mim. Foi três vezes mais estranho, um por que faz muito tempo que não dividia uma cama apenas para dormir com uma mulher, dois por que minha rinite não atacou com seu cheiro e três porque não consegui dormir nada, minha vontade era apenas de sondar seu sono e contar quantas pintas estão escondidas por suas sardas no rosto.

Ao todo são onze pintinhas escondidas, que se alguém olhar de longe acha que faz parte das sardas do teu rosto redondo. Eu realmente contei uma por uma, enquanto analisava ela dormir.

Por incrível que pareça, acordar abraçado a ela, já está se tornando familiar.

O que estou me tornando?

Se tivesse algum problema no meu coração, com toda certeza já tinha tido uma parada cardíaca quando dei a ideia dela colocar um vestido, que combinou perfeitamente com seus olhos, sua pele, cabelo e ressaltou seus seios fartos e emoldura perfeitamente suas curvas.

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