Procura-se um padrinho

Capítulo - 21

"Tenho seu corpo na mente
Eu quero ele de volta
Oh, só de pensar em você eu fico tão louco, tão louco
Garota, você é a única que eu quero que me queira
E se você me quiser, garota, você me tem
Não há nada que eu, eu não faria, que não faria
Só pra acordar ao seu lado"

Jason Derulo - Want to want me

BÁRBARA ALENCAR

Estou sendo babaca e imatura, mas realmente preciso ficar sozinha. Ravi não me deixa pensar direito, existe uma corda transparente onde toda vez que estou perto, ele puxa ela fazendo eu não desgrudar do seus braços e lábios.

Portanto, precisei ignorá-lo para pensar sobre o que sua avó tinha falado. Iria realmente falar a verdade na cara de dona Ofélia? Seria capaz de finalmente me libertar da minha mãe narcisista?

Ver Ofélia fingindo simpatia só porque Ravi está comigo e quer causar uma boa impressão, me deu náuseas. Felizmente não precisou de muito tempo para finalmente mostrar o quanto é tóxica. Mas foi aí que me senti pior do que estava.

Sei que o namoro é falso, mas muita coisa aconteceu e não estávamos em público para fingirmos. Muitas coisas foram faladas no calor do momento que não deveriam ter sido ditas. Fiquei confusa com tudo o que aconteceu, me entreguei mesmo sabendo das consequências, mas agora está na hora de dar um fim nisso.

A pergunta que minha mãe fez há Ravi fica repassando em minha mente. O que ele realmente viu em mim? Ele não precisava me beijar quando ninguém estava nos vendo, nem ficar com ciúmes atoa do seu primo, não precisava me dar presente e me tratar da maneira que me tratou.

Foi bom o que vivemos e fizemos? Com toda certeza, mas não passou apenas de uma atração momentânea, tenho certeza que Ravi só está confuso por estar tendo que conviver bastante tempo comigo, igual eu fiquei.

Ele está confuso e vou ajudá-lo voltar à sanidade normal.

Assim que nos distanciarmos e ele voltar a sua vida, toda essa atração por mim vai passar. É melhor aceitarmos agora que tudo o que aconteceu foi um erro, do que depois acontecer algo pior.

Fomos imprudentes quebrando o contrato, pelo menos nem todo ele. Chegamos naquela parte do livro onde o casal que finge um relacionamento já não finge mais. O problema é que entre mim e Ravi foi tudo muito rápido e intenso, para acontecer uma merda é preciso apenas de pouco, muito pouco.

Ravi e intensidade pura e eu a calmaria, nunca daríamos certos.

Por isso que na noite passada fiquei repensando enquanto não pegava no sono e já tomei minha decisão.

Não haverá mais atuação entre nós dois quando não estivermos em público, vamos nos manter o mais longe possível um do outro e depois do casamento cada um vai voltar para sua vida normal.

Ravi vai entender. Ele precisa entender.

Já está decidido, é melhor para todos e dessa vez não vou voltar atrás com meu veredito.

Mais aí vem o plot da história.

Descobri hoje cedo que o casamento vai ser em um resort. Belinda e Rodrigo, alugaram dez dias um dos resort mais caro do Rio Grande do Sul para fazer este casamento, com tudo pago para os convidados. O local possui sessenta suítes para os mais próximos, onde foi dividido por duas pessoas em cada quarto.

Eu e Ravi teremos que dividir um. Surpresa.

A única coisa que me deixou feliz, foi saber que o ambiente contribui com uma academia, espaço com a natureza, um buffet enorme, área com três tipos de piscinas, um mini parque aquático, spa, sauna, mini quadra de futevôlei, mini quadra de tênis, vários bares e atrações disponibilizadas pelo casal que são de fora do resort. Vou ter muito espaço para fugir dele.