Procura-se um padrinho

Capítulo - 13

Esse capítulo é um pouco delicado.
Contém gatilhos sobre aborto espontâneo, caso não se sinta confortável para ler comece no próximo→ (•••)

"Como podemos não falar sobre família
Quando a família é tudo o que nós temos?
Tudo o que passei
Você estava lá, ao meu lado
E agora você vai continuar comigo para o último passeio"

See You Again (feat. Charlie Puth) - Wiz Khalifa

BÁRBARA ALENCAR

Belinda tinha um jeito de contagiar todo mundo com a sua alegria. Ela é engraçada e ao mesmo tempo tão elegante. Nunca foi o estilo dela ser patricinha, destratar as pessoas e se vangloriar com o dinheiro que os pais tem. Pelo contrário, Bel começou seu próprio negócio bem cedo, investindo em sua carreira. Então, hoje vendo como ela está bem sucedida realizando um sonho de ser uma subcelebridade, me faz ficar radiante por sua conquista. Minha irmã sempre será minha maior inspiração na vida.

Depois do casal fazer o desjejum, Rodrigo decidiu ir dormir e nós duas ficamos algumas horinhas conversando sobre as novidades: suas novas parcerias, sua assistente e como está feliz em se casar. Desde quando dedescobri sobre o noivado, uma pulga atrás da orelha ficou cossando. Ainda não consegui entender o porquê dela se comprometer com essa relação, principalmente agora em seu patamar de vida e seus históricos de relacionamentos.

Desde a minha última viagem estava pensando em como fazer a pergunta de milhões. Mas nenhum momento foi bom o suficiente. Agora, com ela totalmente relaxada sem seu blazer, sem os saltos gigantes e cansada de tanto desabar, decido que é o momento perfeito.

- Mana, estou algum tempo para ter essa conversa com você, acredito que agora seja o momento... - digo olhando em seus olhos e sou interrompida

- Barbie, você está grávida? - pergunta.

Meus olhos se arregalam, minha boca se abre automaticamente. Fico horrorizada com sua pergunta. Minha irmã bateu a cabeça, só pode.

- Bate na madeira, Belinda - dei três toques rápidos na mesinha de centro da sala.

Belinda, gargalha com meu desespero.

- Maninha, quando alguém vem falando sério assim, você precisa pensar no pior - dá de ombros.

- Tá, mas não é isso... - sou interrompida novamente.

- Babi, não se faça de santa. Se continuar do jeito que eu vi, já já vou ter um sobrinho - se aproxima de mim e sussurra - Ravi é tipo, tudo isso que aparenta ser? Qual o tamanho do documento?

Meu colo começa a esquentar, minha cabeça começa doer, posso ter certeza que se ela fizer mais alguma pergunta contrangedora, desmaio bem aqui no sofá. Quando minha irmã se tornou uma grande safada?

Meu namorado de mentira é realmente um homem atraente, mas como já deixei bem claro não tem a possibilidade de um dia descobrir, nada vai acontecer entre nós dois. Fala isso pra Bárbara de mais cedo, que ficou exitada apenas com a aproximação dele.

Empurrei seus ombros e ela começa a rir sem som, para que não acorde Rodrigo e Ravi, vendo seu esforço para não fazer barulho faz com que eu comece a gargalhar, mas diferente dela, eu fiz muito barulho. O que nós leva há um ataque de risos com direito de doer barriga e sair lágrimas dos olhos.

Recomposta, volto no raciocínio da conversa.

- Bate na madeira mil vezes, você não vai ter sobrinhos tão cedo - dou três toques na mesa de centro de novo. - E se continuar safada desse jeito, quem vai engravidar é a senhora.