Capítulo - 36

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"Você é boa demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você
Você é como tocar o céu
Quero tanto te abraçar
Finalmente, o amor chegou
E agradeço a Deus por estar vivo
Você é boa demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você"

Can't Take My Eyes Off You - Joseph Vincent

BÁRBARA ALENCAR

Não é fácil criar uma criança, mas é a melhor aventura que você pode ter. Os primeiros meses foram complicados, não tinha a menor ideia de como dar um banho, dar de mama e fazer ela arrotar para não golfar. Foi complicado mesmo tendo Ravi sempre ao meu lado, não vou negar que ele me ajudou muito nesse processo. Mudou seu horário de trabalho, passou a fazer menos plantões e sempre estava me confortando quando chorava pensando que não ia conseguir dar conta de tudo.

Foram várias noites sem dormir, muito choro, muito cansaço, muito estresse, mas no final valeu a pena todo o esforço quando eu vi o sorriso banguelo da Ravena, quando temos nosso momento de amamentação e eu converso com ela, quando ela aprendeu bater palmas, quando ela aprendeu a andar e quando ela falou a sua primeira palavra.

Fiquei brava por ela ter falado "papai" primeiro? Claro, mas depois deixei de lado o drama e percebi que a minha filha tinha falado a sua primeira palavrinha.

Eu amo ser mãe, mas ser mãe da Ravena é três vezes melhor.

Como eu disse ela é Ravi inteirinha, a única coisa que puxou de mim foi as sardinhas e os olhos verdes com pontinhos castanhos, que dependendo da iluminação ele acaba ficando muito mais claro. Ravena é linda, esperta, muito sapeca e com personalidade forte.

Não sei de quem essa criança puxou mas ela é impossível, as vezes precisamos ser mais firmes do que gostaríamos com ela, mas aí ela vem com esses olhos grandes igual ao gato de botas e acabamos cedendo.

Sós péssimos pais, merda.

- Barbie ruiva, cadê o meu celular? - Ravi grita aparecendo no quarto da nossa filha.

- Eu lá sei, pergunta pra essa mocinha - aponto para Ravena que está sentada de frente para a sua penteadeira, esperando eu pacientemente terminar de pentear seu cabelo com um sorrisinho nos lábios.

É sempre assim, por mais que ela tenha seu próprio tablet infantil, a danada pega nossos celulares para ligar de chamada de vídeo para os primos ou Yan. No final das contas é sempre para o Yan que ela liga, é raro conversar com Eike, Analise, Catarina ou Melissa. Sim, minha irmã teve quatro filhos e apenas um menino. Ela tem o seu próprio time de futebol rosa, não sei como ela conseguiu.

Eu já fico louca com apenas uma criança, imagine quatro. Pelas santa almas. Maria Júlia está mais controlada, porém também quer ter uma família grande, está grávida novamente e meu afilhado está ansioso para descobrir se terá um irmãozinho para jogar videogame, ou uma irmãzinha para brincar de boneca.

Haja dinheiro para cuidar de tanto afilhado desse jeito, ainda bem que meu marido é bem de vida, e ama mimar todas essas crianças. E lógico, a própria filha, toda vez que ele sai para ir ao mercado, ou em uma loja, ou até aqui na esquina, ele precisa voltar com alguma coisa para ela. Não importa o que, mas tem que trazer um presente para a princesinha.

Pensa em um pai babão, é o Ravi.

Já cansei de brigar com ele por fazer isso, agora toda vez que sai ela fica me perguntando se o papai vai trazer presente, acho que o dia que ele não trouxer ela terá um surto.

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