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Capítulo XI: As coisas mudaram!(Amaya-Yoru)

Eu ainda não conseguia expressar reação vendo ela ali na minha frente, não sabia oque dizer, eu só corri e abracei ela. Eu fiquei um tempo ali pensando em quanto tempo passou, eu pensava nela todos os dias, no quanto a amava, em tudo que ela fez por mim. Então eu só comecei a falar... Nossa eu queria dizer tanta coisa queria que ela me contasse oque tinha feito, como passou esses anos, mas eu só falava coisas aleatórias e enquanto as palavras saiam da minha boca as lágrimas de alegria tomavam meu rosto.

Amaya: Eu não acredito que você está aqui!! Ainda bem, meu deus eu pedi tanto por esse dia... Eu não tinha como falar com você, não sabia nem como procurar mesmo que eu pudesse não deveria, eu sei disso. Mas eu queria tanto te ver, eu tinha que falar com você... Tinha tanta coisa acontecendo, tanta coisa que eu queria dizer, saber sua opinião...
Ela me afastou um pouco segurando meus ombros, e com umas das mão secou minhas lágrimas. Ela estava tão diferente, um semblante sombrio, um olhar tão frio... Eu não conseguia reconhecer aquele semblante.

Yoru: Você continua agitada e emotiva não é?..

Aquele silêncio era perturbador, o quarto parecia ainda menor do que era, e eu estava com uma sensação tão ruim, parecia que tinha algo errado, eu esperei tanto por esse dia e agora eu estou me sentindo tão apreensiva.

Yoru: Tem muita coisa que aconteceu, eu imagino que você tem muito que contar também mas, agora tem algo mais importante que precisamos conversar.

Eu fiquei parada na frente dela, de joelhos no chão enquanto ela permanecia sentada na cama, olhando nos meus olhos a sensação que eu tinha era de que mais uma vez nós havíamos perdido alguma coisa...

Yoru: Amaya, aconteceu muita coisa comigo nesses últimos anos, eu tomei decisões erradas, eu segui por caminhos complicados, conheci pessoas que não precisava ter conhecido e outras que se tornaram úteis. Enfim, eu estive presa nos últimos 5 anos, e quando eu saí...

Amaya: Presa? Mas porque? Como assim? Porque você não...

Yoru: Eu preciso que você escute, ter sido presa foi o menor dos problemas acredite. Agora me deixa terminar. Quando eu saí, eu só pensava em saber se você estava bem, eu não consegui contato com a única pessoa que nos ajudava, eu me preocupei mais ainda, e eu entrei em pânico. Eu estava cansada de me esconder, de fugir e deixar os problemas vencerem. Eu fui atrás de informações sobre a nossa tia. Eu queria tirá-la de lá de uma vez por todas, mesmo que pra isso eu pudesse ser presa de novo. Pelo menos dessa vez vai valer a pena. Eu fiz alguns contatos nos últimos tempos que se tornaram bem úteis para conseguir informações, com uma certa quantia de dinheiro e algumas ligações eu descobri o que aconteceu.
Amaya... Ela foi assassinada. Aparentemente aquele desgraçado estava lidando com gente importante, e acabou devendo uma quantia alta para quem ele trabalhava, e eles chamaram alguém para cobrar a dívida e deixar um recado pra que ninguém mais fizesse o mesmo. Invadiram a casa, torturaram e mataram nosso querido tio e todos que estava na casa. Nossa tia foi torturada e assassinada na frente dele.
Depois que eles deixaram bem claro oque acontece com quem fica em débito foram atrás da amiga dela, que era única família que ela tinha, a nossa única ajuda durante todo esse tempo. Assassinaram ela e o marido no apartamento deles do mesmo jeito brutal que fizeram na casa da nossa tia. Uma gangue em ascensão buscando território e respeito em Tóquio. Um bando de assassinos disfarçados com ternos de grife e carros caros. Hoje em dia se tornaram uma das organizações criminosas mais temidas do Japão, pelo que parece nem a polícia consegue fazer nada com eles, eles são muito bons no que fazem e tem métodos bem rígidos para resolver os problemas internos. Ninguém fala sobre eles, ninguém se atreve a falar com polícia. Ninguém se atreve a enfrentá-los.

Eu ouvia cada palavra que a Yoru dizia, eu estava em choque e não conseguia dizer uma palavra, sentada ali no chão fiquei lembrando de como foi viver até agora, perdendo todos que nós amávamos. Cada um tirado de nós sem motivo nenhum, como se a vida tentasse nos tirar todos os motivos para querer continuar respirando. Um a um, todos desapareciam, era sempre assim. Nós não tínhamos trégua, não tínhamos paz, não tínhamos nada além de motivos pra chorar e querer desistir. Quase toda vida fugindo de alguma coisa ou de alguém, vivendo outras identidades sem poder compartilhar nada com ninguém. No fundo eu sempre achei que isso ia acabar um dia, e que nós poderíamos nos encontrar e começar do zero, começar a tentar viver de verdade. Parece que eu fui ingênua de novo.