Faeria {Jikook/Hiatos}

1°|Prólogo

A escuridão percorria por sua alma enquanto atravessava aquele imenso corredor escuro, não havia mais um rei ao seu lado impedindo de executar seu plano perverso, mas havia outros obstáculos no caminho.

O belo vestido negro ocupava seu corpo com o luto recente de seu falecido marido, e o que lhe restava era aquela que brilhava com a gentileza que acende em seu coração - isso é o que os contos de fadas decidem contar as crianças, mas não é bem assim. Em algumas das versões mais macabras, os contos de fadas se tornam mais uma vingança do que apenas o bem vencendo o mal.

Como uma das antigas Cinderelas, antes da atual ocupar seu lugar na história. Em uma das histórias, ela ganha um sapatinho feito inteiramente de puro ouro, e no fim da noite, quando ela perde seu sapatinho, suas irmãs postiças tentam ocupar seu lugar, tentando provar ao príncipe que elas eram a verdadeira mulher que o usava. Uma delas corta seu calcanhar fora e a outra corta todos os dedos de seu pé, pela ordem da mãe daquelas ingênuas mulheres, que simplesmente queriam se casar com o príncipe. E o final feliz é ocupado apenas pela dona do sapatinho de ouro, que em meio ao seu casamento, os passarinhos furam os olhos de suas irmãs postiças e de sua madrasta como vingança, vivendo como mendigas cegas pelo resto da vida.

Ou uma das antepassadas de Ariel, que não teve seu final feliz ao contrário de suas sucessoras. Ariel não fica com seu príncipe no final, então acaba se jogando no mar, se transformando em espuma. Mas antes disso, ela sofreu para tentar fazê-lo se apaixonar por ela, indo a uma bruxa e trocando sua voz por um corpo humano, mas não seria apenas isso, ela sentiria centenas de espadas atravessando seu corpo enquanto ele mudava, para no fim, ele não se apaixonar, e ela se transformar em espuma. Ela poderia se salvar, com um punhal que suas irmãs trocaram em troca de seus cabelos, e ela teria que matar o príncipe para ter sua antiga vida de volta. Mas já sabemos qual fim essa história teve.

Ela morre.

Mas hoje os contos de fadas estão em outra geração das histórias, com aparelhos digitais feitos de puro cristal magico e automóveis do mesmo cristal, mas funcionando de uma forma diferente dos Cristalphones. E tudo, movido inteiramente a magia.

Diferente das outras histórias, havia uma delas em que uma personagem, existe desde o início delas, e sempre fracassando com seus atos maléficos, mas ela estava ali, firme em cada plano, mesmo que eles falhassem.

Mas pensamos, por que uma bruxa perderia para uma simples humana?

Rainha má, uma bruxa seráfica, filha legitima de Hécate - a serafim de toda a magia e rainha das bruxas. Mas porque ela sendo tão poderosa perderia para uma simples humana?

Simples, porque ela sabia que não estava na hora das histórias mudarem, e que apenas uma pessoa seria capaz de mudar esse destino. E essa pessoa seria uma parte importante de seu futuro, um futuro em que ela sacrificaria tudo para proteger aqueles que ambos amam e sempre amarão, e essa pessoa é alguém nascido da prole do bem, e da magia de luz que circula por toda Encantia. Alguém que será parte daqueles destinados a salva-la do mal que impedira que ambos tenham o que é deles - o amor verdadeiro, o fio vermelho do destino. Os impedindo que se permaneçam gemini, os impedindo de ficarem juntos.

Até porque, ele é a chave para a destruição.

Alguém que provara que é muito mais do que apenas um filho de um dos heróis dos contos de fadas, que adorara tudo o que é oposto e radical, e perfeitamente maléfico. Alguém que está disposto a sacrificar vidas para mantê-lo seguro.

- Meu pequeno espelho - disse a Rainha má se locomovendo até a pequena criança com vestes negras brincando no chão, brincando com pequenos bonecos a partir de sua magia, os levitando no ar com seus olhinhos brilhando. Ela se agacha perante seu filho, e puxa seu adorável rosto, fixando seu olhar em seus olhinhos cinzas - Sabe por que a mamãe deu esse nome a você? - a criança balança sua cabeça negando a sua mãe com sua expressão séria - ele significa "Espelha o reflexo da maldade."