1°|Capítulo 43 - Jungkook

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Eu não entendo, era para eu estar no navio, mas não estou; e não vejo os outros; muito menos Jimin. Estou em uma vastidão de escuridão, com o céu brilhando com um monte de trovões vermelhos raivosos. Está gelado, e não parece nada legal, é como o frio que senti quando beijei Jimin prestes a morrer congelado, mas esse era diferente, era mais... maligno.

Caminho sentindo meus pés tocarem o gelo. Eu estava caminhando na água, em uma água negra que emanava a pura discórdia; sentindo essa água percorrer meu corpo que estava nu, e cobrindo lá embaixo apenas com uma névoa negra feita de sombras. Minhas asas estavam completamente abertas, e meu par menor em minha lombar, abraçava meu abdome, enquanto a outra enrijecia se armando.

A primeira vez que usei minhas asas como arma, foi como uma tentativa que falhou em partes, quando lancei minhas penas aos feéricos, foi porque Jimin estava mexendo com minha cabeça, e o fato de ele ter matado me envolvia, e elas... saíram sem que eu quisesse, e por mais que eu não tenha demonstrado isso, era verdade.

Pelo menos saímos vivos de lá, e isso é o que importa; Jimin está bem, e eu podia ficar tranquilo - a não ser pelo fato de seu irmão ainda desconfiar que eu o sequestrei. Eu seriamente espero que isso se resolva logo, eu tenho medo do que ele pode ser capaz de fazer com aqueles que tentam nos separar, e eu nesse exato momento, me pergunto:

Ele deixaria seu irmão se safar?

Evito ficar pensando demais nisso, e o que me restava era ter esperança de que ele não se viraria contra sua família. Eu sei que seu pai é um pé no saco, ele já reclamou para mim sobre ele, mas e sua mãe? Como ela reagira quando nos ver juntos? É tão estranho, eu tenho medo de conhece-la, e eu não tenho muito do que temer, Cinderela é conhecida por ser uma das rainhas mais gentis que existe; agora Jimin... ele sequer sentiu um pingo de medo de minha mãe.

O garoto por quem me apaixonei, é surreal. Até mesmo eu sinto medo de minha mãe.

Caminho em direção ao espelho a minha frente, com bordas avermelhadas assim como o céu sobre minha cabeça. Ele era pouco maior que uma pessoa, e assim que eu me aproximei, o vidro começou a se mexer, da mesma forma que acontece quando eu toco meus espelhos, prestes a atravessa-los. Eu não entendia o que estava acontecendo, e como isso poderia ser possível.

Parei quando vi um pé pálido atravessa-lo, e um corpo se formando totalmente enquanto o atravessava. Havia uma pessoa encapuzada a minha frente, se parecendo até mesmo com a chapeuzinho vermelho, com toda a capa a cobrindo sendo tingida de escarlate; tão vibrante como meu próprio sangue.

Eu não entendia como alguém além de mim poderia atravessar um espelho; isso é... um pouco... bom, me deixa desapontado, eu achava ser o único com essa capacidade, mas parece que não sou. Será que ela é capaz de fazer macieiras crescerem também?

Não sei se algum dia, essa minha dúvida será respondida, mas tudo o que eu quero realmente saber nesse momento, é; quem ela é?

Mas não foi exatamente isso que há perguntei.

- Como pode atravessar os espelhos?

Pareceu idiota, pois ele começou a rir, ou melhor, ela, pois a risada era feminina. Quando ela fixou seus olhos no meu; tudo o que enxerguei, foi pura sombra, com seus olhos brilhante em um vermelho bordo. Não havia mais nada ali além de seus olhos, e isso me apavorava. Meus pelinhos arrepiados que eu mal tinha e meu coração acelerado era a prova disso. Minha testa escorria um suor gelado, e eu senti minhas costas formigarem, bem onde antigamente havia a rosa cicatrizada, e hoje, era minhas asas.

- Por que não poderia? - sua risada não parece nada gentil - Achou mesmo que seria o único com o reino dos espelhos sobre seu domínio? - ela ri novamente - Você é muito ingênuo. Jungkook Grimhilde.

Faeria {Jikook/Hiatos}Onde histórias criam vida. Descubra agora