Faeria {Jikook/Hiatos}

1°|Capítulo 65 - Jungkook

Sinto muito Jimin...

Sinto muito...

Sinto muito mesmo...

Toco seu queixo e roço meu dedos ali, mantendo por alguns segundos, e me afastando apertando fortemente a chave em minha mão. O próximo passo, é o que eu ando hesitando, o que eu ando temendo desde o momento em que decidi tomar essa decisão. Eu queria não ter tido essa ideia, eu queria não ter que fazer isso, eu queria não ter que salvar esse planeta. Mas eu o quero bem Mine, eu quero que você viva bem, eu quero que você tenha um lugar onde ficar, e se Odete acordar, quanto tempo levará até que ela vá atrás da destruição de Maliarque?

Por isso eu preciso agir; agir o mais rápido que eu consigo, antes que ela finalmente desperte. Não sabemos quanto tempo ela ficará inconsciente, ela é uma serafim agora, e nem mesmo Saies sabe dizer quanto tempo seu veneno dura em uma serafim. Será que Narradora ainda está viva dentro dela? Ou ela está morta?

Me perdoa Jimin... A última coisa que quero é fazê-lo sofrer, mas eu preciso executar esse ato.

Solto seu queixo, e começo a caminhar vagarosamente, me afastando enquanto as mãos de meu gemini estão estendidas até mim, como se fosse conseguir me agarrar, ainda parado em seu lugar. Respiro fundo, sentindo a brisa da noite estapear meu rosto, e minhas costas ficarem geladas com o vento atingindo a parte nua dela, sentindo meu próprio aroma de romã, e o odor sanguíneo em minhas mãos, fixados após tocar Mine e limpa-lo com minha magia; relembrando a primeira vez em que nos vimos, que nos encontramos em meio a uma toca de coelho, a primeira vez em que senti seu gay panic e mim, ao me ver sem nada cobrindo meu abdome. Hoje em dia, vejo claramente a forma como ele se alimentava apenas me admirando.

Parando a uma boa distância, sentindo minhas asas abrir e fechar, agacho, com a chave na mão, e a encaixo na fechadura que apareceu no chão quando a aproximei; quando eu menos esperei, quando eu destravei a tranca; a chave começou a tomar uma forma circular, e dessa forma, um espelho começou a nascer e me espelhar a frente dele.

Esse... É o espelho feito para aprisionar Ofélia, o espelho criado para aprisionar uma tia minha que nunca nem sequer ouvi falar - mas era impossível, minha vó tem tantas filhas bruxas seráficas que se torna impossível conhecer todas.

Respirando fundo novamente, prestes a fazer o que pretendo fazer, segurando o choro, caminho de volta até meu gemini, o vendo com uma expressão de surpresa no rosto, pelo que a chave se tornou.

- Jungkook...

Toco sua cintura, e me agarro ali o puxando para mim, com sua voz falhando ao falar meu nome. Sua aparência angelical estava ativa, e ele parecia tão fofo, que nem parece que matou dezenas de pessoas essa noite. Roço meus dedos ali no lugar que sempre o pego, com nossos olhos presos um no outro, e um fio entre eles se estender. Mordo meus lábios, com minha visão fixa nos seus, sentindo o sabor de cereja que eles sempre tinham, sempre brilhantes e úmidos, sedentos pelos meus.

Não espero muito tempo para aproxima-los do meu, colar nossos lábios novamente, e sentir pela última vez, o sabor deles. Demoro ali, em seus lábios, botando minha língua que se encontrou com a sua, e meu lábio inferior sendo mordido por ele que não questionou; apenas se entregou, com o fio gemini se expandindo ao nosso redor. Retiro a outra mão, e a desço, unindo a sua com a minha, a apertando forte.

- E no meio da noite Jimin - sussurro para ele, e ao me afastar, vejo sua pele avermelhar e seus olhos tomados pelo brilho cristalino, como se fosse a primeira vez que estivéssemos nos beijando.

- E no meio da noite Jungkook - sussurra ele de volta, e deposito meu último beijo nele.

Pego Minerva que estava flutuando com minha névoa ao meu lado, e entrego para Jimin. Me afasto sentindo sua mão se livrar da minha e me aproximo do corpo de Odete, estalando meus dedos, e fazendo a névoa circular seu corpo, com minha magia a envolvendo e a nevoa a fazendo flutuar, com suas asas se enrolando em seu corpo, e seus cabelos caídos para fora da névoa.

Direciono meus olhos até Namjoon e Seokjin, e eles afirmam com a cabeça, sem nem ao menos eu precisar dizer algo, e então... sigo até Taehyung que me olhava confuso, e deposito um beijo em sua bochecha o fazendo pousar a própria mão no lugar. Não há mais pelo que hesitar, eu não podia demorar muito, estamos em uma luta contra o tempo; se Odete acordar, tudo será em vão.

E com o fim dessa era; antes de adentrar o espelho, me viro para traz, admirando meu gemini me encarar de longe, com seu olhar apaixonado estampado, e sua mão esquerda segurando seus dois primeiros dedos depois do polegar.

- Há algo sobre esse espelho Mine... ele só pode ser destruído, quando todos com a capacidade de atravessa-lo, estiverem presos...

Oefeito não cairá sobre Perséfone, ela nunca está nessa dimensão, sempre está nomundo espelhado. Então sem ao menos ver sua reação, com o corpo de Odete já pordentro, não espero mais um segundo, e adentro ao meu fim.