Capítulo 17

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💵 Leôncio Hernández 💵


Patrícia Cristina Hernández

☆08/07/1981 ♧20/06/2011


Encarei a lápide sob os meus pés, o nome da Patrícia Cristina Hernández gravada em letras douradas no mármore negro. Hoje é o aniversário da sua morte e o nascimento da sua filha, Guadalupe estar ao lado do seu irmão segurando algumas peónias brancas, dois irmãos derramavam lágrimas silenciosamente e contemplando o vento refresco que atravessavam pelos seus corpos.

Encarando a lápide desde que cheguei aqui há vinte minutos atrás, não sinto nenhuma emoção vindo dentro do meu peito, sou incapaz de sentir qualquer remorso ou pena. Tenho uma parcela de culpa da sua morte, a sua pressão subiu e não aguentou. Porém, iria morrer do mesmo jeito, cedo ou mais tarde iria descobrir o seu segredinho sujo.

— Mamãe está no céu? — Guadalupe perguntou.

— Está sim! Está com Deus agora, viveu muito tempo com o diabo na terra e para conseguir um pouco de paz teve que morrer.

Reviro os olhos, olha a audácia desse garoto.

— Se quiser morar com a sua mãezinha, eu te ajudo. É só marcar o horário e o local — Dou uma pedala Robinho na sua cabeça — Garoto atrevido!

Guadalupe joga as flores no túmulo, se despedindo da sua mãe e daqui algumas horas será a festa do seu aniversário de cinco anos, algumas empregadas estão arrumando o local e a Cristina fazendo o seu bolo preferido, bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Para surpresa do Bernardo, Soraya vem vindo em nossa direção segurando algumas rosas, ele quase baba olhando para filha do Humberto. Dois anos mais velha do que ele, e isso não é o problema para ele ter uma queda por ela.

— Estou atrapalhando alguma coisa? — Perguntou, colocou uma mecha de cabelo atrás da sua orelha pequena.

— O quê? De jeito nenhum. — Bernardo quase gagueja a falar.

Bernardo é afim dessa garota desde os dez anos de idade, mas, infelizmente, essa garota não dá a mínima chance para o meu filho. Não quero me gabar, mas o Bernardo seria a chave para ter uma vida bastante luxuosa e acomodada, a nossa fazenda vai, além, dessa terra fértil. A nossa família é dona de alguns prédios exteriores, ações e casas espalhadas ao redor do mundo. Mas a Soraya, não se importa, não nasceu para ser sustentada por um homem, principalmente se for bandido.

Soraya ficou ao lado do Bernardo, ele se tremeu todinho. Este garoto precisa parar com essas frescuras, e seguir em frente, achar uma garota que cabe no seu caminhão pequeno.

Ergui o olhar em direção ao céu, acho que vai chover, tem algumas nuvens acinzentadas pareando o céu.

— Vamos, vai chover!

Quando falei, alguns espirros caíram sobre mim. Saímos correndo, entramos no automóvel vermelho e saímos no cemitério da família Hernández. Chegamos em casa, encontrei Miguel ao lado de um carro desconhecido e preto, temos uma visita? Não fui avisado. Estacionei o Hilux atrás desse carro, Bernardo ajudou a Guadalupe saí na cadeira infantil e afastaram junto com a Soraya, botei o meu chapéu de cowboy e fui à direção do Miguel, para esclarecer quem é esse carro.

— Como foi a visita? — Miguel perguntou.

— Um nojo na verdade, eu deveria levar o seu corpo para Itália. Assim, eu não iria ser obrigado a visitá-la todos os anos — Desgosto e raiva ficaram evidentes em meu tom de voz — Quem é esse carro? — Apontei com o dedo.

BELA POSSE - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora