Sinopse:
"Se eu quero. Eu tenho"
Depois de treze anos longe do México, Paola Flórida se vê obrigada a voltar ao seu país natal. Voltar à fazenda onde cresceu é significado de fracasso, onde foi forçada a trabalhar como doméstica aos dez anos de idad...
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Meu corpo estremecia quando ouço ela berrar, não gosto de violência, principalmente se for mulher sendo espancada. Mas a questão da María Hernández, é uma alegria imensa, merece apanhar e ser marcada como animal, é tão covarde que bateu na Anna Carmen, o seu rosto está todo inchado.
— Minha filha! — Maitê chorava.
Todos os convidados foram embora, nós estávamos na sala escutando de camarote María apanhando do seu marido. Leôncio está bebendo o seu uísque tranquilamente, Maitê chorando sentada no sofá, Héctor olhando para o relógio entediado e eu bebendo o meu champanhe rosé escondendo meu sorriso.
— Humberto vai matar a sua esposa — Leôncio ponha o copo na mesinha no centro — Vou lá em cima.
— Eu te proíbo, María merece cada cintada na sua pele. Merece sentir o gosto do couro, o que ela fez foi imperdoável, abrindo as pernas para um peão. Como se fosse uma prostituta, arruinando a nossa família, e amanhã estará em todos os jornais esse escândalo absurdo.
— Quem gravou aquele vídeo e postou? — Maitê esbravejou irritada — Também merece ser castigada.
Pensando bem, eu sou a única que sabia sobre esse assunto. Mesmo que a odiasse no fundo do meu coração, jamais faria isso, era um triunfo para chantagear a santa do pau oco. Ninguém mexeu no meu celular, exceto pela Soraya, filha da mãe. Deixo a taça em cima na lareira.
— Já volto! — Digo pro Leôncio, dou um beijo na sua bochecha e saio na sala de estar, vou para cozinha, sorte minha a encontro sentada na cadeira comendo as sobras das festas e a Cristina lavando a louça, o seu rosto está banhado em lágrimas.
Sem cumprimentar, pego pelo seu braço e vamos para o meu antigo quarto, entramos e fechei a porta, Soraya com os braços cruzados sentou-se na cama.
— Eu sei que foi você — Digo aproximando-se — Por que fez isso?
Soraya pega a barra do seu vestido e passa no rosto, fiquei perplexa ao ver esses hematomas gravados no seu rosto bonito. Imediatamente sentei ao seu lado, com as pontas dos meus dedos passei no seu machucado, ela fecha os olhos e começa a chorar, descansa a sua cabeça no meu colo.
E começa a desabafar.
— A María é insuportável, me maltratou e não deixou carregar o meu irmão no colo. Foi a primeira vez que ela me bateu, estou cansada disso, quero ir embora na fazenda e ser livre.
Soraya está passando pela mesma situação que eu passei anos atrás, presa e infeliz nesse lugar.
— Você enviou o vídeo para o seu celular?
— Sim, fiquei chocada quando assisti. María fazendo papel de boa moça, esposa perfeita perante a sociedade e uma religiosa intacta, mas por trás toda essa encenação. É uma biscate, infiel ao marido.
Tiro alguns fios no seu rosto.
— O que você fez foi muito grave, quando eles descobrirem é bem capaz matar você e o seu pai, Soraya, você é uma menina burra.
