Capítulo 23

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Leôncio Hernández

Saio do escritório quase correndo, o que diabos foi aquilo? Propor algo sujo e sem sentido para Paola, eu a vi crescendo e correndo nessas terras sem fim. Mais eu ando nesses corredores desta casa, mas penso nesta mulher esquisita que virou uma deusa. Ainda estou surpreso com as notícias dos jornais, Paola era tão recatada e do lar para se envolver nesses escândalos absurdos e agora quer a minha ajuda, está tão desesperada em se salvar que faz qualquer coisa.

Eu sabendo disso, tirei uma casquinha nesta situação. Levo os meus dedos ao meu nariz, inalo profundamente. Cheiro de mulher vivida e com bastante experiência, vou amar tê-la em meus braços nesta noite.

Quando uma mulher se envolve com o seu enteado e destrói uma família inteira por causa do seu libido desenfreado. Não merece respeito, não merece compaixão e por seu castigo, eu serei o seu Deus e direi os seus castigos a partir de agora e comerá o pão que Leôncio Hernández amassar.

Entro na sala, encontro todo mundo sentados e com as expressões de medo, menos a María. Que é a única que está sorrindo, sentiram a minha presença e a Cristina foi a primeira a se levantar.

— A Paola será expulsa? — Pergunta angustiada.

— Não! A sua filha ficará aqui.

María se levantou no sofá incrédula e piscou várias vezes.

— É sério? Obrigado, meu senhor! — Cristina pega minhas duas mãos e beija.

— Mas, tem um porém. — Retiro as minhas mãos e passo na minha calça — A sua filha vai trabalhar na Fazenda durante oito meses, fará o mesmo serviço como antigamente. Acordará às seis da manhã e se ausentará às onze da noite, sem remuneração. Começando a partir de agora.

Saio da sala.

Ouço alguém vindo atrás de mim, não vou virar sabendo quem era. Abro a porta da entrada, desço as escadas e o meu cavalo já está me esperando. Vou galopar nas minhas terras e visitar algumas das minhas plantações e depois banhar na cachoeira.

— LEONCIO. 

María berrou, paro de andar e fecho os meus olhos, respiro bem fundo.

— O que foi? — Perguntei, contando dez segundos mentalmente.

— Ainda pergunta "O que foi?"?

Viro-me para trás, María estava toda descabelada e cheirando a celeiro.

— Estou ocupado agora, María. Quando eu chegar, você faz as suas birras.

— BIRRAS? — Seu corpo estremeceu pela raiva — Temos uma criminosa nessas terras e você me chama de birrenta?

Estendendo os braços e comecei a girar.

— Estamos na fazenda cheios de criminosos, María. Qual é a diferença de uma entrar nesse bando? — Parei de girar, e olhei-a. — Mas, a Paola não vai ficar de graça. Ela vai trabalhar e ajudar na cozinha e os restos, por acaso é surda? Não escutou o que falei agora pouco?

— Tem uma diferença entre os criminosos idiotas e uma criminosa na mira da justiça dos Estados Unidos. Você não percebeu? Tem pessoas poderosas vindo atrás dela.

— Não se preocupe, daqui há dois dias ela estará livre de todas as acusações.

María começou a rir.

— Você gosta dela? Quer comer ela? É por isso que está a protegendo? Está protegendo uma adúltera, que pode te trair a qualquer momento. Se for capaz de abrir as pernas pro próprio enteado, o que dirá de você. Acha mesmo que esse pênis vai satisfazê-la? Só um? — María se aproxima mais perto de mim — Olha em volta, confere tantos homens que tem nesta fazenda.

BELA POSSE - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora