BELA POSSE - LIVRO 1

Capítulo 41

PAOLA FLÓRIDA

Encaro-me no espelho.

Durante três dias fui coagida pela Maitê a participar pessoalmente das decorações da festa do noivado, convidou cada família e membro importante para prestigiar o grande noivado do seu filho mais velho. Porém, tenho um sentimento estranho pairando dentro do meu peito. Que algo de ruim vai acontecer nesta noite. Mas, será que elas tinham coragem? Transformar o noivado em grande circo? Dou uma última olhadinha, estou usando um vestido vermelho tomara que caia e veludo, que beija perfeitamente o meu corpo magro e esculpido. Com saltos pretos e uma maquiagem que destacava os meus olhos negros e grandes.

Viro-me para trás, meus cabelos escuros estão soltos em ondas perfeitas graças ao babyliss. Anna Carmen fez um ótimo trabalho fazendo o meu cabelo, está parecendo que foi feita por uma cabeleireira profissional.

Estou belíssima.

Saio do quarto, fechando a porta ouvi alguém chamando pelo meu nome. Virei-me para encarar a pessoa.

— Paola! — Meu sorriso morreu e o meu alto-astral foi embora ao encontrar Alejandro parado a poucos metros de mim vestido um terno sob medida.

Tenho que admitir, Alejandro virou um pedaço de mau caminho. Cabelos molhados e um sorriso perfeito e branco, parece um pouco com o Bernardo.

— Oi — Respondi sem nenhuma animação, a sua presença vai acabar com o meu noivado.

Aproximou-se de mim.

— Você está belíssima, o meu irmão viu você vestida assim?

Fiz cara de paisagem — ainda não, mas eu quero surpreendê-lo com o meu visual.

— E nem precisa fazer muito esforço para isso.

Fomos interrompidos e graças a Deus pela a sua noiva parada da porta com a cara de poucos amigos. Sem perder muito tempo, afastei-me, não quero energia negativa estragando a minha noite. Já basta um sentimento ruim dentro de mim.

💵

Estou no jardim saboreando o meu champanhe enquanto observava os convidados e os garçons circulando e servindo os aperitivos. Quem diria que seria uma antrifriã uma das festas da família Hernández, e não sendo uma empregada medíocre e gorda recebendo olhares de repulsa e deboche. Parece que finalmente o jogo virou para o meu lado. É tão bom sentir o gosto da vitória na ponta da sua língua e a sensação de triunfo que venceu na vida... Finalmente.

— Paola? — É a voz do Hector.

Os únicos problemas que ainda insistem em me cercar são as inseguranças entre os dois membros da família inescrupulosa. Héctor e Maitê Hernández, parece que os dois são a minha Kriptonita, eu fico indiferente e ansiosa quando estou perto deles. Apareço a Paola anos atrás, não é a mesma coisa com os seus filhos, porque eles são fracos e sinto raiva deles, mas os patriarcas sinto medo e pavor. São totalmente diferentes. E um deles está aqui ao meu lado, me avaliando de cabeça aos pés de um modo bastante sugestivo.

— Senhor Hernández, prazer em vê-lo. Está bastante elegante com esse terno, é da marca italiana?

— Obrigado, tenho que admitir que fiquei meia hora escolhendo o terno, tenho tantas. E você está belíssima com este vestido que realça o seu corpo, o meu filho é cara de sorte em desfrutá-lo.

Desgraçado.

— Igual ao seu senhor que faz com a minha pobre mãe? Desfrutar um corpo de uma serviçal insignificante quando todo mundo está dormindo na casa. — Héctor arregala os olhos — Na próxima vez, come-a no quarto.