Capítulo 46

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Alejandro Hernández

Mesmo sendo um herdeiro de um grande negócio, nunca gostei desse lugar. Detesto cheiro de mato, estrume de vacas, porcos, patos, galinhas, cavalos e entre outros animais existentes na fazenda. Acordar cedo principalmente, preciso agradar meu pai o quanto antes, preciso ser o seu principal herdeiro dos seus negócios e herdar bilhões na minha conta, entretanto, o fracasso da reunião de ontem voltei para o início e terei que recomeçar tudo de novo. E o desgraçado do meu irmão teve uma ótima ideia de colocar o segundo herdeiro como capataz, comer comida fria e obedecer às suas ordens.

Darei o meu melhor, tenho um ano para conseguir o amor paterno de Héctor Hernández. Mas, por outro lado, tenho a mosca morta da minha noiva. Com o dinheiro que receberá casando-se comigo, viverei confortavelmente para o resto da minha vida.

— Alejandro, espera! — Disse a Maitê, pós o chapéu marrom escuro na minha cabeça — O sol está terrível lá fora, nunca esqueça o seu chapéu.

Maitê sempre esteve ao meu lado, mesmo fazendo coisas horríveis. Principalmente na minha adolescência, com a Paola, por exemplo.

— Obrigada, mãe! — A puxei para o braço — Às seis da tarde estou voltando.

Maitê afastou-se de mim enxugando algumas lágrimas no canto do seu olho.

— Seu irmão não deveria ter feito isso com você, acho que está sendo influenciado por aquela mulherzinha de quinta.

Agarrei os seus ombros e apertei-lhe.

— Fiz um grande prejuízo na empresa mãe, fui incompetente na reunião e o Leôncio tem razão em rebaixar o próprio irmão.

Tento aparentar arrependido da minha estupidez na frente das pessoas, mas por dentro estou puto. Herdeiro à capataz, nunca trabalhei forçado, no mínimo esforço que sempre fiz foi inserir o cartão de crédito na máquina e girar a chave para o lado direito da minha Ferrari.

— Eu preciso ir, tenho muito trabalho pela frente.

Seus lábios finos e pintados de vermelho se comprimem num bico bem bonitinho, e as suas sobrancelhas perfeitamente desenhadas arquearam-se.

— Nem pense almoçar nessas bandas, você não é bicho. Vou te esperar, mandarei a Cristina preparar uma refeição decente e divina para você, ouviu bem?

— Mas, Leôncio deixou bastante claro...

— Leôncio pode ser o chefe da família, mas eu sou a mãe de vocês.

A buzina da caminhonete nos interrompeu, beijei o topo da sua cabeça e saio, a luz solar quase me cega. Desço as escadas, e abro a porta, sentei ao lado do Humberto que está fumando o seu cigarro.

— Vamos!

— Vamos para onde? — Pergunto ignorando o cheiro horrível da fumaça, abri a janela do carro.

— Vamos para a fazenda de café, olhar as sementes para exportação, depois vamos para cidade comprar ração de porco e cavalo e depois iremos para os estábulos, você terá que alimentar, limpar as casinhas e trocar as fechaduras, todos eles.

— Até que o serviço não é tão ruim.

— Por enquanto, Leôncio quer te acostumar aos poucos serviços braçais. Agora vamos, tem bastante trabalho pela frente.

Humberto sai com a caminhonete, antes de virar a curva deparei com a Paola correndo e rindo junto com a Anna Lúcia e a Anna Carmen. Encostei a cabeça na janela e respirei fundo, os seus seios pulavam conforme o seu entusiasmo, ah saudade de mamar neles. Quinze minutos de carro já estou enjoado, continuei a olhar para janela. O vento batia no meu rosto e sentia o aroma de mata virgem, cabeças de gados eram vistos pelo caminho de terra seca e poeirada, finalmente chegamos.
A nossa frente, um portal metálico e enorme, ao seu redor muro alto com cacos de vidros e arame farpado em cima, além disso tinha duas torres de vigilância com homens fortemente armados com as suas metralhadoras.

BELA POSSE - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora