36 | Reunião

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A noite passou com um piscar de olhos, e logo o novo dia chegou, junto de um compromisso nada agradável para mim

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A noite passou com um piscar de olhos, e logo o novo dia chegou, junto de um compromisso nada agradável para mim. Olho furiosa para Noah, enquanto ele mantém uma expressão relaxada, lendo alguns relatórios como se eu não estivesse com uma arma apontada para a minha cabeça. Como ele pode ser tão idiota? A vontade de ameaçar explodir algumas cabeças é grande, mas sei que seria infantil da minha parte. Essa ameaça deve ser usada com sabedoria, e não a cada provocaçãozinha insignificante.

Respiro fundo, tentando controlar minhas emoções. Não vou deixar que isso me abale. Vou resolver essa situação e me afastar por alguns meses.

Além desse maldito contratempo, as coisas têm estado tranquilas. Poderei me ausentar nos próximos meses para ter uma gestação tranquila, com absoluto repouso, para proteger o que mais desejo no mundo. Aposto que Noah vai receber de bom grado parte da autonomia que terei que dar a ele. George entra na minha sala e lança um olhar estranho para Noah.

— Boa reunião! — ele diz assim que o vê e sai, nos deixando sozinhos.

— Por que ele não vai conosco? — George pergunta desconfiado.

— Noah está adorando me ver nessa posição. Ele quer fazer um acordo com a Beltrán. O fato deles finalmente saírem das sombras está deixando Noah extasiado.

— Eu concordo com ele. Não é exatamente um problema você fechar um acordo simples com eles, Eva. Apenas fornecimento. Você não precisará nem entrar em contato com eles para negociar, só assinar a liberação das armas. Eu posso cuidar das negociações, ou até mesmo o Noah. — George me olha com seriedade.

— Você esqueceu quem eles mataram, George? Esqueceu que tiraram meu pai de mim? O seu amigo? Diga-me. Eu devo simplesmente esquecer o passado e ajudá-los a prosperar em seu território hostil? Eu quero que eles voltem para o continente deles e se afundem sozinhos. Não vou fornecer armas para nenhum mexicano. Ou melhor, talvez eu forneça para alguma gangue rival. Pena que nenhuma delas tenha disposição para vir tão longe para isso. Só esses dois imbecis.

Respiro profundamente e me sento novamente, percebendo que estou andando de um lado para o outro da sala enquanto falo. Calma, Eva. Sua filha precisa vingar, ela precisa viver.

— Não podemos mudar o passado, Eva. Henry jamais voltará para nós, mas podemos seguir em frente. Eles tinham seus motivos e...

— Que tipo de mafioso é você, que simplesmente esquece as coisas e segue em frente? Não importa a droga do motivo que eles tiveram. Eles são responsáveis por metade das desgraças que me aconteceram. Não vou passar uma borracha nisso. — Minha voz começa a se alterar novamente.

— Não é medo, Eva. É precaução. Estou pensando em você e...

— Não preciso que pense por mim. Eles estão vivos, não estão? Eu não os matei e não pretendo fazer isso. Assim como eles não pretendem me matar. A vingança com morte acabou quando eles mataram meu pai. O acordo era claro sobre isso. E só isso. Não passaremos o Dia de Ação de Graças juntos, nem o Dia dos Mortos. Eles devem ficar lá, e eu devo ficar aqui. Simples assim. Esse era o maldito acordo. Ao menos até eles acharem que isso podia mudar.

A Senhora • COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora