40 | Adeus

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Cinco anos atrás

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Cinco anos atrás...

O seu corpo preenchendo o meu é como um encontro de almas, sinto-me invadida em um deleite de prazer e harmonia fora do normal, como se toda a minha vida tivesse me direcionado para encontrá-lo. Não somos mais dois, mas apenas um. Sinto cada detalhe do seu corpo entrando e saindo do meu, cada perfeição do nosso encaixe, me consumindo e extraindo tudo que eu possa lhe oferecer. Cada pedacinho meu pertence a ele. Se ele me pedir para morrer ou matar por ele. Eu faria. Eu amo cada pedaço de pele e cada pedaço de alma desse homem.

— Deliciosa... — escuto sua voz exclamando sussurrada em meu ouvido, minhas costas pressionadas contra a sua barriga enquanto suas mãos apertam meus seios com tanta força que os sinto doloridos. É tão bom.

Ele gira meu corpo de uma vez e antes que eu seja capaz de sentir falta dele, o sinto me preencher mais uma vez. Tão forte, tão intenso, tão dolorosamente gostoso. Oh Deus! Meu corpo treme em um êxtase surreal. Cada célula do meu corpo responde ao dele. Cada parte da minha alma o pertence. Eu entrego de bom grado. Minha oferta. Meu coração. Tudo é dele. Tudo dele é meu.

— Eu te amo... — fala antes de eu sentir os seus tremores tão intensos quanto os meus. Seu corpo pesando sobre o meu, uma sinfonia perfeita de entrega e de amor. Eu sorrio. Ele me olha e sorri também. Um beijo suave e cansado é depositado em meus lábios.

— Eu também te amo! — Falo enquanto me sinto sugada para o seu olhar azul. Suas órbitas rasgam a minha alma. Ficamos por longos minutos apenas desvendando os caminhos mais profundos de nossas almas. Entrelaçados e conectados. Isso jamais terá fim.

(...)

— Eva! Filha! Acorda, menina! Você está dormindo demais ultimamente. Vai perder o horário do trabalho de novo. — A voz distante da minha mãe ecoa em meus ouvidos, mas a preguiça é tão intensa que quase me rendo à tentação de voltar a dormir. Com um esforço surreal, finalmente consigo me levantar da cama. Cada passo é arrastado, como se meu corpo estivesse mergulhado em um mar de exaustão.

Eu queria tanto naufragar...

Arrasto-me até o banheiro, buscando um alívio para a sonolência que insiste em me dominar. Lavo o rosto e me olho no espelho, esperando que o choque de água fria desperte minha mente letárgica. No entanto, a sensação de náusea repentina me atinge quando escovo os dentes, forçando-me a interromper o ato imediatamente. Respiro fundo, tentando acalmar a ânsia que se instalou em meu estômago. O que está acontecendo comigo?

Após controlar a náusea com muito esforço, termino de escovar os dentes. Ao sair do banheiro em direção à cozinha para tomar café da manhã, vejo minha mãe sentada à mesa com uma expressão estranha no rosto. Seus olhos denotam preocupação e algo mais.

— O que está acontecendo, mãe? Eu estou bem. Só estou um pouco indisposta, talvez tenha trabalhado demais. — Tento acalmar sua preocupação enquanto pego um punhado de ovos e derramo o chá quente na xícara, sentindo o aroma do morango invadir meus sentidos. Tão bom. Por um instante, um lampejo de êxtase toma conta de mim.

A Senhora • COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora