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Aviso de Gatilho: Violação Sexual


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O primeiro banho na casa nova deveria ser especial. Ao menos para mim.

O amor pela banheira no banheiro foi à primeira vista; regada por sais de banho e perfumada, a espuma que ela trazia escorria de suas bordas lentamente, gritando e implorando a minha presença.

Tiro as roupas, sentindo o delicioso aroma de rosas que evaporou da banheira e tomava o ambiente. Prendo os cachos dos meus cabelos em um coque, usando uma liga em meu pulso.

Entro na banheira e me estico. O espaço que encontrei ali dentro me agradou no mesmo instante.

A água morna, o banho relaxante e as espumas eram tudo o que eu precisava no momento. Afundei o meu corpo até o ombro, erguendo a cabeça e suspirando fundo.

O dia foi longo, mostrar cada detalhe da casa, junto aos seguidores em minha rede social foi bastante cansativo.

Antigamente, quando a minha fama era só uma fagulha do incêndio que veio a se tornar, eu poderia fazer isso o dia inteiro. Falava com os seguidores, brincava e mostrava tudo o que achava bonito ser mostrado.

Meu sorriso era realmente verdadeiro. A vontade de estar mais próxima dos meus fãs também.

Mas algo mudou dentro de mim e, sinceramente, eu não sei ao certo o que pode ter sido.

A verdade é que o número de seguidores subiu espantosamente durante a pandemia. Meu sorriso manteve-se verdadeiro. Minha espontaneidade também. Mas tornou-se difícil sobreviver na internet com toda a exposição virada para mim.

O que começou sendo um simples prazer do meu dia a dia, tornou-se meu trabalho. Agora eu deveria me preocupar com as marcas que me patrocinam; deveria tomar cuidado com o que falava, em como agia, com quem me entrosar e com o que vestia.

Tudo virou negócio. Tudo virou trabalho.

Até mesmo os homens com quem eu me relacionava deveriam manter um padrão.

A internet simplesmente criticava tudo. Exigia tudo. As marcas não veriam motivos para patrocinar alguém que namorasse qualquer zé ruela. Eu simplesmente era bonita e famosa demais para me envolver com qualquer um, e isso não eram palavras minhas, era da própria internet.

Eu deveria conviver com alguém a altura se quisesse me dar bem na vida. Admitir que, no início, meu relacionamento com Hugo não passava de negócios, ainda era doloroso.

Ele sempre foi bonito. Um príncipe segundo a Space Magazine, uma das melhores revistas de moda da Inglaterra.

Bonito, jovem, atlético e modelo; Hugo de Cassius era filho de um magnata dos negócios, um "Tubarão", era como o seu pai se auto declarava.

E não havia nenhuma dúvida quanto a isso. Kriudis de Cassius estava entre os cem homens mais ricos do país; conquistou sua fortuna no exterior com fabricação e venda de veículos. E Hugo era o único herdeiro de sua fortuna milionária.

Mas dinheiro não era o que Hugo almejava quando me conheceu.

Ele queria fama, como a maioria dos jovens em 2019. E não importa quanto dinheiro você tenha, a verdadeira fama não é algo que se compra.

Trocamos mensagens, ele prometera financiar minha marca, em troca, eu deveria sair com ele em alguns eventos de alta influência do país. No início não queria um relacionamento, sequer haviamos cogitado sobre sexo; tudo o que ele pediu foi para ser visto ao meu lado, de mãos dadas, trocando abraços e sorrisos.

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