Ovos Fritos

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Eu acordei pela manhã com o meu pijama fofinho e sozinha na minha cama em pleno domingo de manhã, me sento na cama de cara feia. Na esperança que um clichê aconteça e que na verdade Taiju esteja fazendo café da manhã pra mim... Ele não tá

Já começamos mal!
Bufo e tento meditar pra não começar o dia estressada, é quando eu olho pra minha mesinha e vejo um pedaço de folha rasgado em cima da mesa. Acho que eu dei um sorrisinho na hora.

Era um bilhete escrito com uma letra bem bonita, será que o Taiju fez caligrafia.

Segue o bilhete

"você já tá brava por eu não estar aí de manhã né?" como ele adivinhou?
"eu queria ter ficado, juro, mas tenho aquele trabalho pra fazer com os BD e queria passar na igreja cedo antes dessa missão" missão? Ele parece um templário falando desse jeito.
"A sua carinha dormindo já está me deixando com vontade de ficar... Me dá raiva não sentir raiva de você em momento nenhum, nem quando eu preciso fazer coisa importantes e me atraso só pra ficar um pouco mais do seu lado. Então eu te amo por causa disso né?
Não responda." idiota.
" bom domingo, minha dona"

Esse final foi a chave de ouro! Meu Deus, Taiju Shiba, eu te odeio e te amo!
Abraço meio eufórica o bilhete, sorrindo como uma idiota por ele... Garoto idiota

Me levantei bem mais feliz, o sol parecia brilhar mais... Como uma manhã pós sexo pode ser boa!
Claro que eu fiquei com uma dor na lombar violenta mas não tem muito o que fazer depois de ter aquela... Coisa em mim.

— Desculpa por ontem tá, filha — Digo fazendo carinho na orelha de Malika, que ainda parecia meio injuriada na minha cabeça após essa madrugada.

Fui até a minha cozinha e comecei a fazer uns ovos fritos, eu tô morta de fome.
Enquanto tomava café e assistia o jornal da manhã, alguém bateu na porta.

Quem podia ser tão cedo? São oito da manhã de um domingo!

Fui saltitando até a porta com o meu pijama da Hello Kitty, até abrir e ter o sol que estaria batendo a essa hora totalmente ofuscado por uma muralha.

Terano South, brasileiro naturalizado japonês de uma maneira esquisita demais e que eu tinha mais a ver com ele do que gostaria.

— O que você quer, Terano? — Perguntei abaixando o capuz do meu pijama.

— Onde é que tá o seu pai? — Ele estava apoiando a mão no batente da porta, isso já me deu um pouco de medo.

— Terano, você sabe que eu não fico falando com ele o tempo todo... Nem sou a mais próxima — Coço meus olhos, de manhã e já vem essa história!

— Mas é a única que eu acho fácil — dá pra ver que ele tá se esforçando pra não ficar bravo. Eu não quero testar o autocontrole desse monstro.

O meu pai é um empresário de uma multinacional, Hounddog.Corp, que ele criou junto com um cara que era amigo dele na faculdade... Os dois eram tão ruins e sacanas quanto pareciam né, afinal, o meu pai se casou três vezes e teve filhos com as três, enquanto esse sócio se casou, teve três filhos e infernizou a vida dessa mulher até ela morrer, ferrando a cabeça das crianças junto... Pois é

Eu só tive uma criação distante, não tive pai, mas a minha mãe sempre foi legal e presente. Acho que a família Shiba não foi assim.

Pois é, uau, grande plot twist, eu sempre conheci a família do Taiju e tenho quase certeza que conheci o próprio Taiju a muitos anos, nossos pais são sócios... Mas são tão merdas quanto parecem.

Enfim, o meu papai querido, também é metido com coisas ilegais... Por isso o South tá na minha porta agora... NUM DOMINGO... DE MANHÃ!

Eu odeio a minha vida.

— Quer café? Eu ligo pra ele enquanto isso — abro a porta pra ele entrar, aceitando que uma vida em paz não é pra mim.

E eu acho o Taiju grande... O South nem conseguia andar na minha casa direito! O cara parece uma geladeira com perna.

— Tem ovo frito e pão, cê quer? — falo enquanto ele se senta do lado da minha mesinha, ele parecia muito grande e bruto pra minha decoração da Hello Kitty.

—Aceito — ele fala enquanto olha a TV, acho que o japonês ainda confunde ele, já que o vi apertar os olhos enquanto lia as manchetes.

Coloquei café e pão com ovo numa bandeja e entreguei pra ele, me sentei do outro lado da mesa e liguei pro meu pai enquanto mais um gigante folgado comia sentado no meu tapete.

— Oi gatinha do papai — ele me atende com a voz rouca, certeza que bebeu ontem e ele só me chama assim por não lembrar do meu nome, ele sabe que se confundir da problema.

— Seu amiguinho brasileiro precisa falar com você — Digo bem grossa pra ele, South não estava ligando, seu pão com ovo era mais importante — eu acho bom que você comece a atender as pessoas com que você faz negócio!

Eu ouvi uns barulhos como se ele tivesse arrastando algo, era meio metálico.

— Ele tá aí com você? — ele finalmente diz alguma coisa, eu concordo com um singelo "Uhum" — passa o celular pra ele.

Estendo minha mão para South.

— É o meu pai — digo meio baixinho e ele agarra o celular da minha mão.

Eles falaram por alguns minutos, eu não consegui ouvir nada, mas o South não pareceu gostar de uma palavra sequer que foi dita pra ele.

Quando ele desliga, o garoto parecia frustrado, me entregou o celular de um jeito um pouco bruto.

— Resolveu o que podia? — perguntei gentilmente enquanto ele se levanta.

— Sim, obrigado, Misuki — ele fala bem sério e vai andando na direção da porta, eu me levantei e fui atras, o clima tinha ficado muito estranho — Se cuida.

Terano deixou o meu prédio bem rápido depois disso, mas a nuvem negra que ele trouxe com aquela ligação não foi embora tão cedo.

Mesmo assim, foi um clássico domingo preguiçoso, eu só saí pra levar a Malika pra fazer suas necessidades lá em baixo, depois disso só fiquei no meu apartamento, resolvendo trabalhos de faculdade e coisas simples até as quatro da tarde, quando Hakkai e Yuzuha bateram na minha porta.

— meus irmãozinhos trouxeram bolo! Eu já disse que amo vocês? — Falei sorrindo enquanto abro a porta pros dois.

— Adotou a gente de vez? — Hakkai diz sorrindo meio sem jeito enquanto entra em casa.

— Claro, eu sou da família agora — dou de ombros e vi Yuzuha dando uma leve cotovelada no irmão enquanto põe o bolo na pia.

— onde vocês conseguiram bolo de cenoura com chocolate? — perguntei abrindo a embalagem enquanto Hakkai pega os pratos.

— Uma menina no centro vende essas coisas gostosas — Yuzuha diz tirando as coisas de cima da minha mesa. Ao olhar pra ela rapidamente a vi arregalar os olhos.

— Ei... Não é isso que você tá pensando não! — Yuzuha estava segurando com dois dedos a jaqueta de Taiju, ele acabou deixando ela aí hoje. O olhar dela era de choque.

— O Taiju não foi pra casa essa noite... Não é, Hakkai? — ela perguntou levantando os olhos da jaqueta cor de sangue na direção do irmão.

— Mas o Taiju nem tem mania de dormir em casa, Yuzuha — Ele ainda tenta livrar a minha cara, esse garoto é tão bonzinho.

— Isso mesmo, isso aí — vou até Yuzuha e tiro a jaqueta de sua mão, enfiando ela dentro do meu armário.

Depois disso a gente comeu bolo.

— come logo, a gente quer que você vá em um lugar — a garota diz se servindo de mais um pedaço de bolo.

— Que lugar? — Tombo minha cabeça para o lado.

— A gente quer que você conheça o Mitsuya — Hakkai dá um sorrisinho depois de dizer isso




Você é problema meu - Taiju Shiba Onde histórias criam vida. Descubra agora